sexta-feira, 4 de julho de 2025

Pensamentos de Pier Jorge Frassati, Beato a Caminho da Canonização


 Beato Pier Giorgio Frassati

Pior Giorgio nasceu em Turim, Itália, em 6 de abril de 1901. Foi um Ativista Católico Italiano. Ele foi significativamente popular nas décadas seguintes à sua inesperada morte, sobretudo nas Conferências de São Vicente de Paulo e na Ação Católica. Foi Beatificado pelo Papa João Paulo II em maio de 1990. Será declarado Santo pela Igreja Católica durante o ano jubilar de 2025 em 07 de setembro deste ano.

Pensamentos e frases de Pier Jorge Frassati

"A cada dia que passa, me convenço cada vez mais de quão feio é o mundo, de quanto sofrimento há e, infelizmente, de como são os bons que mais sofrem. Enquanto isso, nós, que recebemos tantas bênçãos de Deus, O pagamos mal. Esta é uma realidade terrível que atormenta meu cérebro; enquanto estou estudando, de vez em quando me pergunto: vou continuar no caminho certo? Terei forças para perseverar até o fim? Perante esta pontada de dúvida, a fé que me foi dada no Batismo dá-me a certeza: sozinho não conseguirás nada, mas se colocares Deus no centro de todas as tuas ações, então alcançarás a meta."

"No maravilhoso desígnio de Deus, a Divina Providência muitas vezes usa os menores galhos para fazer boas obras."

"Rogo-te que rezes um pouco por mim, para que Deus me dê uma vontade de ferro que não ceda e não falhe em seus projetos."

"Na oração, a alma se eleva acima das tristezas da vida."

"A fé que me foi dada no batismo sugere-me seguramente: sozinho nada farás, mas se tiveres Deus como centro de toda a tua ação, então alcançarás a meta."

“A tristeza deve ser varrida da alma do Católico!”

“Com todas as forças da minha alma, exorto vocês, jovens, a se aproximarem da mesa da Comunhão sempre que puderem. Alimente-se deste pão dos anjos, de onde você extrairá toda a energia necessária para travar as batalhas interiores.”

“Você me pergunta se estou de bom humor. Como eu poderia não ser assim? Enquanto a Fé me der forças, sempre serei alegre.”

"A verdadeira felicidade não consiste nos prazeres do mundo ou nas coisas terrenas, mas na paz de consciência, que só temos se formos puros de coração e de mente."

“A Fé nos permite suportar os espinhos com os quais nossa vida está tecida.”

"Os tempos que atravessamos são difíceis porque a perseguição cruel à Igreja está em alta. Mas vocês, jovens corajosos e bons, não deveriam ter medo dessa pequena coisa; lembre-se de que a Igreja é uma Instituição Divina e não pode acabar. Ela durará até o fim do mundo. Nem mesmo as portas do inferno podem prevalecer contra Ela."

"A cada dia entendo mais e mais que é uma Graça ser Católico. Viver sem Fé, sem um Patrimônio para defender, sem apoiar a luta pela Verdade não é viver, mas sim sobreviver... Devemos lembrar que somos os únicos que possuímos a Verdade."

"Quando você estiver totalmente consumido pelo fogo eucarístico, então você será capaz de agradecer mais conscientemente a Deus, que o chamou para se tornar parte de Sua família."

"Jesus que, por amor infinito à humanidade, quis estar no Sacramento da Eucaristia, como nosso Consolador e como Pão da Alma."

"Coitados, aqueles que não têm Fé... Viver sem Fé, sem sustentar a Verdade numa luta contínua, não é viver, mas sobreviver..."

“Deus nos dá saúde para que possamos servir os doentes.”

“Se você tem Deus no centro de toda a sua ação, então você alcançará a meta.”

"Não são aqueles que sofrem violência que devem temer, mas aqueles que a praticam. Quando Deus está conosco, não precisamos ter medo."

"É lindo viver porque a nossa verdadeira Vida está além, caso contrário quem poderia carregar o peso desta existência?"

"O Futuro está nas mãos de Deus e não poderia ser melhor que isso..."

“Que eu não seja menos que o Projeto de Deus para minha Vida".

"A Sociedade moderna se afoga nas dores das paixões humanas e se distancia de todo ideal de amor e paz. Os Católicos, nós e vocês, devemos trazer o sopro da bondade que só pode brotar da Fé em Cristo."

"Quanto mais alto formos, melhor ouviremos a voz de Cristo."

“Enquanto a Fé me der forças, serei sempre feliz.”

Oração a Pier Giorgio Frassati

    Senhor Jesus, dai-nos a coragem de voar alto, fugir da tentação da mediocridade e da banalidade; tornai-nos capazes, como Pier Giorgio, de aspirar às coisas mais nobres, com tenacidade e constância, e acolher, com alegria, o vosso convite à santidade.
Livrai-nos do medo de não conseguir ou da falsa modéstia de não ser chamados por Vós.
Concedei-nos a graça, que vos pedimos, por intercessão de Pier Giorgio, e a força para continuar, com fidelidade, no caminho, que conduz, verdadeiramente, “ao alto".
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

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quinta-feira, 3 de julho de 2025

Peçamos ao Espírito Santo a graça de aprender a discernir afirma o Papa Leão XIV


O Pontífice, no vídeo de intenção de oração para julho, pede que rezemos para que aprendamos cada vez mais a discernir, a saber escolher caminhos de vida e a rejeitar tudo o que nos distancie de Cristo e do Evangelho. No Vídeo do Papa deste mês, Leão XIV lê uma oração inédita sobre a formação ao discernimento, tão necessário num mundo em constante mudança para decidir com sabedoria.

A mensagem em vídeo de julho com a intenção de oração que o Pontífice confia à Igreja Católica através da Rede Mundial de Oração do Papa é dedicada à formação para o discernimento. Nas imagens que narram uma jovem que caminha por uma floresta, perde-se e encontra orientação através do Evangelho, Leão XIV lê uma oração inédita para pedir ao Espírito Santo a graça de aprender a discernir:

 
"Espírito Santo, luz do nosso entendimento,
sopro e suavidade nas nossas decisões,
concede-me a graça de escutar atentamente a tua voz
para discernir os caminhos secretos do meu coração,
a fim de compreender o que realmente é importante para ti
e libertar o meu coração dos seus sofrimentos.
Peço-te a graça de aprender a parar
para tomar consciência da minha maneira de agir,
dos sentimentos que habitam em mim,
dos pensamentos que me invadem
e que, muitas vezes, não percebo.
Desejo que as minhas escolhas
me conduzam à alegria do Evangelho.
Mesmo que tenha de passar por momentos de dúvida e cansaço,
mesmo que tenha de lutar, refletir, procurar e recomeçar...
Porque, no fim do caminho,
A tua consolação é o fruto da boa decisão.
Concede-me conhecer melhor o que me move,
para rejeitar o que me afasta de Cristo,
e amá-lo e servi-lo mais.
Amém."

Conhecer-se a si mesmo para conhecer Deus

Na oração do Papa, percebe-se o eco da famosa súplica de Santo Agostinho nas Confissões: “Ó Deus, que me conheça a mim, que Te conheça a Ti!”. Podemos dizer brevemente que, segundo Agostinho, o conhecimento de si mesmo leva ao conhecimento de Deus: para discernir, é preciso situar-se na verdade diante de Deus, entrar em si mesmo, admitir as próprias fraquezas e pedir ao Senhor que nos cure. A partir daí, é possível renascer através de uma relação autêntica com Deus.

O discernimento tem estado presente na história da Igreja desde o início. São Paulo escreve sobre este tema várias vezes nas suas cartas, por exemplo, em Rm 12,1-2: “Que saibais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada”. Hoje, porém, a antiga arte do discernimento é talvez mais necessária do que nunca. A velocidade com que as mudanças ocorrem atualmente, a enorme quantidade de informação disponível — e nem sempre verdadeira —, a aparente realidade criada pela inteligência artificial e a complexidade dos desafios globais, entre outros fatores, tornam o discernimento uma habilidade essencial para tomar decisões acertadas que nos permitam viver uma vida boa e nos aproximem de Deus.

Reconhecer a voz de Jesus

“No meio da pressa da vida quotidiana, devemos aprender a fazer uma pausa e criar momentos sagrados para a oração”, comenta dom Robert J. Brennan, bispo de Brooklyn, diocese que colabora com o vídeo deste mês, junto a DeSales Media. “São nesses espaços silenciosos de escuta atenta — continua o bispo Brennan — que descobrimos quais os caminhos que realmente importam e encontramos o discernimento para escolher o que conduz verdadeiramente à alegria que vem só de Deus”.

Neste sentido, o diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, Pe. Cristóbal Fones, explica que “a formação para o discernimento é fundamental para navegar num mundo complexo. Ela inclui a oração, a reflexão pessoal, o estudo das Escrituras e o acompanhamento espiritual. Cultivar uma relação profunda com Jesus é o mais importante, pois assim podemos reconhecer a sua voz no meio de tantas vozes do mundo e ter a clareza necessária para tomar as nossas decisões em função de um propósito e num horizonte mais humano”.

O Pe. Fones acrescenta que o discernimento também tem uma dimensão comunitária: “aprender a discernir juntos, ouvindo as experiências e perspetivas dos outros, enriquece o nosso próprio processo de discernimento e ajuda-nos a reconhecer a ação do Espírito Santo na vida da comunidade”.

Uma ajuda para exercer melhor a liberdade

O discernimento é essencial também para a nossa felicidade: “a cultura atual — continua o Pe. Fones — apresenta-nos a felicidade como um fim e tende a identificá-la com o bem-estar. Ao contrário, para Santo Inácio de Loiola, em cuja espiritualidade o discernimento ocupa um lugar muito importante, é antes uma consequência: fomos criados para sair de nós mesmos, aprendendo a amar e a doar-nos, a servir os outros e a unir-nos a Deus. Por este caminho — o caminho de Jesus, o caminho do coração, que certamente é contrário à cultura egocêntrica e utilitarista predominante —, alcança-se a felicidade”.

“Santo Inácio oferece-nos algumas regras de discernimento para sentir e conhecer o que se passa dentro de nós, as emoções, os movimentos do nosso espírito, para que possamos escolher o que nos ajuda a amar e a ser amados, e rejeitar o que nos impede de o fazer. O discernimento espiritual ajuda-nos a exercer melhor a nossa liberdade.”

Para terminar, é importante sublinhar que, no contexto do Ano Santo de 2025, O Vídeo do Papa adquire uma relevância especial, porque nos dá a oportunidade de conhecer as intenções de oração que o Santo Padre tem no seu coração. Para receber adequadamente as graças da indulgência jubilar é necessário, precisamente, rezar pelas intenções do Papa.



segunda-feira, 23 de junho de 2025

Ajude o Papa Leão XIV na sua missão, doando ao Óbolo de São Pedro

 Com a doação, pode-se contribuir de forma concreta para a ação do Papa, ajudando-o a anunciar o Evangelho ao mundo e a estender a mão aos irmãos necessitados.


Ser a mão que ajuda a mão do Papa a fazer o bem. Apoiá-lo na divulgação da mensagem cristã, contribuir para sua caridade para com aqueles que vivem uma vida indigna, ajudá-lo a promover a paz. É nesse sentido que se insere a Óbolo de São Pedro, uma prática secular de solidariedade em apoio aos Papas, que tem suas raízes na própria Sagrada Escritura. 

O dia tradicional da coleta é 29 de junho, solenidade litúrgica dos Santos Pedro e Paulo, que este ano coincide com o último domingo do mês. Trata-se, portanto, de uma forma concreta de apoiar Leão XIV em sua missão a serviço da Igreja universal. Em apoio a essa iniciativa, a Secretaria para a Economia e o Dicastério para a Comunicação da Santa Sé prepararam materiais informativos e de multimídia - inclusive em português - que explicam o significado da iniciativa.



No site oficial ObolodiSanPietro.va é possível contribuir com uma doação através de canais digitais seguros. Como todos os anos, cada oferta – pequena ou grande – apoiará o Santo Padre em seu ministério e em suas atividades caritativas em resposta a situações de emergência e necessidade em todo o mundo.

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Leia também: Como ajudar também os Missionários da Comunidade Canção Nova?











quinta-feira, 19 de junho de 2025

O Imaculado Coração de Maria nos alcança todos os dias




A revelação da devoção reparadora ao Imaculado Coração começou na segunda aparição da Santíssima Virgem Maria, em 13 de junho de 1917, em Fátima, Portugal, aos pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta. A Virgem Maria disse à pequena Lúcia, a mais velha dos três pastorinhos: “Ele [Jesus] quer estabelecer no mundo a devoção do meu Imaculado Coração”. Logo após ouvir essas palavras, os pastorinhos viram Nossa Senhora com um coração na mão, cercado de espinhos. As três crianças compreenderam que aquele era o Coração Imaculado da Santíssima Virgem, ofendido pelos pecados da humanidade, que necessitavam de reparação.

Na aparição seguinte, no dia 13 de julho, Nossa Senhora concedeu às três crianças uma experiência extraordinária! Elas viram, no inferno, os demônios e as almas dos condenados, que gritavam e gemiam de dor e desespero. Depois de dar-lhes essa visão assustadora, disse aos pastorinhos: “Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração”. No entanto, a Virgem não revelou como deveríamos fazer essa reparação, mas disse que voltaria para pedir essa devoção reparadora.

Sete anos depois, no dia 10 de dezembro de 1925, em Pontevedra, na Espanha, a Santíssima Virgem revelou à então postulante Lúcia a devoção reparadora dos cinco primeiros sábados. Entretanto, somente dois anos mais tarde, em dezembro de 1927, por ordem de seu confessor, Lúcia deu a conhecer as palavras de Nossa Senhora: “Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que, durante cinco meses, no primeiro sábado, confessarem-se, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço, e Me fizerem quinze minutos de companhia, meditando nos quinze mistérios do Rosário, com o fim de me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas”.

Origem da devoção ao Imaculado Coração de Maria

A memória litúrgica do Imaculado Coração de Maria é comemorada no sábado seguinte à solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebrada na segunda sexta-feira depois da solenidade de Corpus Christi. No entanto, a devoção ao Imaculado Coração de Maria remonta aos inícios da Igreja, pois tem suas raízes mais profundas nas Sagradas Escrituras. Nelas, encontramos referências ao Imaculado Coração no Evangelho segundo São Lucas, o “pintor” da Santíssima Virgem: “Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração” (Lc 2,19). “Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2,51).

A semente do Evangelho, plantada pelos apóstolos e discípulos de Jesus Cristo, germinou na doutrina dos Santos Padres e desenvolveu-se com os teólogos e místicos da Idade Média. Nos séculos seguintes, surgiram outros grandes devotos do Imaculado Coração de Maria, bem como do Coração de Jesus, como São Bernardo, Santa Gertrudes, Santa Brígida, São Bernardino de Sena e São João Eudes. Este último foi o maior apóstolo da devoção ao Coração de Maria. Em 1648, o Padre João Eudes obteve do Bispo de Autun, na França, a aprovação da celebração da festa.

A Santa Sé mostrou-se favorável ao culto ao Imaculado Coração no início do século XIX. Em 1805, o Papa Pio VII concedeu a autorização para a celebração da festa às dioceses e às congregações religiosas que lhe pediam. No ano de 1855, o Papa Pio IX aprovou a Missa e o Ofício próprios do Imaculado Coração de Maria. Durante a Segunda Guerra Mundial, em 8 de dezembro de 1942, na Solenidade da Imaculada Conceição, o Papa Pio XII consagrou a Igreja e todo o gênero humano ao Coração Imaculado de Maria e, três anos depois, estendeu a festa do Imaculado Coração de Maria para toda a Igreja Católica.

A partir das aparições de Nossa Senhora, em Fátima, a devoção ao Imaculado Coração de Maria ganha ainda mais força, especialmente na devoção particular dos fiéis, como aconteceu com a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. A esse respeito, escreveu o Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Gonçalves Cerejeira: “A missão especial de Fátima é a difusão no mundo do culto ao Imaculado Coração de Maria. À medida que a perspectiva do tempo nos permitir julgar melhor os acontecimentos de que fomos testemunhas, estou certo que melhor se verá que Fátima será, para o culto do Coração de Maria, o que Paray-le-Monial foi para o Coração o de Jesus″.

A consagração dos sábados e a devoção ao Imaculado Coração de Maria

A consagração dos sábados a Virgem Maria não é nenhuma novidade na Igreja. Todavia, o pedido dessa devoção por Nossa Senhora foi uma magnífica confirmação dos Céus de uma antiga piedade mariana. O sábado, como dia especialmente consagrado a Virgem Maria, é uma tradição que tem sua origem muito provavelmente nos primeiros séculos da Igreja. “A presença da Missa de Nossa Senhora nos Sábados, no missal romano de São Pio V, de 1570, mostra a antiguidade dessa prática, que consiste em honrar especialmente a Santa Mãe de Deus nesse dia da semana”.

Apoiados nesta bela e piedosa tradição da Igreja, os membros das confrarias do Rosário consagravam especialmente a Santíssima Virgem quinze sábados consecutivos de cada ano litúrgico. Durante esses sábados, “eles se aproximavam dos sacramentos e cumpriam exercícios de piedade particulares em honra dos quinze mistérios do santo rosário. Em 1889, o Papa Leão XIII concedeu a todos os fiéis uma indulgência plenária a ser ganha durante um desses quinze sábados”. Entretanto, foi com o grande Papa São Pio X que a devoção dos primeiros sábados foi aprovada e encorajada pela Santa Sé que, em 10 de julho de 1905, indulgenciou, pela primeira vez, essa devoção mariana. Em 13 de junho de 1912, São Pio X concedeu “indulgência plenária, aplicável às almas dos defuntos, no primeiro sábado de cada mês, por todos aqueles que, nesse dia, se confessarem, comungarem, cumprirem exercícios particulares de devoção em honra da bem-aventurada Virgem Maria, em espírito de reparação”.

Por desígnio da Divina Providência, cinco anos depois, na mesma data, aconteceu a “segunda aparição de Nossa Senhora em Fátima, durante a qual os três pastorinhos testemunharam a primeira grande manifestação do Imaculado Coração da Virgem Maria, vendo-o ‘cercado de espinhos que pareciam enterrados nele. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria ultrajado pelos pecados da humanidade que queria reparação’”. Os termos usados pelo Papa São Pio X são quase exatamente os mesmos do pedido de Nossa Senhora a Irmã Lúcia, principalmente no que diz respeito “à extrema importância da intenção reparadora, única capaz de afastar e apaziguar a cólera de Deus”.

Depois de conhecer um pouco mais a história da Igreja, percebemos que, em Fátima e em Pontevedra, a Virgem Maria não é inovadora, mas nos deu uma confirmação do Céu e um novo impulso à devoção dos primeiros sábados, unindo-a com a devoção ao seu Imaculado Coração.

Por que cinco sábados em reparação ao Imaculado Coração?

Em 1930, padre José Bernardo Gonçalves, então confessor da Irmã Lúcia, intrigado com a devoção dos cinco primeiros sábados em reparação ao Imaculado Coração de Maria, perguntou à Irmã: “Por que hão de ser ‘cinco sábados’ e não nove ou sete em honra das dores de Nossa Senhora?” Mas Lúcia não soube responder a pergunta do confessor.

Irmã Lúcia não sabia o que fazer ou dizer, até que, durante uma de suas orações, na noite do dia 29 para 30 de maio de 1930, nosso Senhor Jesus Cristo revelou a ela a razão da devoção dos cinco primeiros sábados: “Minha filha, o motivo é simples: são cinco as espécies de ofensas e blasfêmias contra o Imaculado Coração de Maria:

1 – As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;
2 – Contra a Sua virgindade;
3 – Contra a Maternidade Divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-La como Mãe dos homens;
4 – Os que procuram publicamente infundir, nos corações das crianças, a indiferença, o desprezo e até o ódio para com esta Imaculada Mãe;
5 – Os que a ultrajam diretamente nas suas sagradas imagens.

Eis, minha filha, o motivo pelo qual o Imaculado Coração de Maria Me levou a pedir essa pequena reparação; e, em atenção a ela, mover a minha misericórdia ao perdão para com essas almas que tiveram a desgraça de a ofender”.

A primeira ofensa é a negação do dogma da Imaculada Conceição, promulgado pelo Papa Pio IX em 8 de dezembro de 1854.

A segunda, a negação da Doutrina Católica a respeito da virgindade perpétua de Nossa Senhora. São opositores dessa verdade as pessoas que negam que a concepção e o parto de Jesus não foram virginais, e que a Mãe de Deus não conservou a virgindade depois do parto, bem como aquelas que dizem que a Santíssima Virgem teve mais filhos além de Jesus.

A terceira, a negação da maternidade divina e espiritual da Virgem Maria, declarada no III Concílio de Constantinopla, no ano de 680. Nossa Senhora é Mãe de Deus e, ao mesmo tempo, Mãe espiritual dos homens, pela sua participação no mistério da Redenção de toda a humanidade.

A quarta, é o ódio para com a Santíssima Virgem Maria colocado, à força de falsas doutrinas, injúrias e blasfêmias, no coração das crianças. Desde o século passado, “a ideologia marxista-comunista procurou eliminar todos os vestígios de religião, a começar pelas crianças. […] Ensinava-se às crianças o racionalismo puro e, além disso, em certa nação, os pequeninos aprendiam ‘ladainhas’ de injúrias contra a Mãe de Deus”.

A quinta, é o desrespeito para com as sagradas imagens de Nossa Senhora. Como outrora, não é raro, em nossos dias, o ultraje, o sacrilégio, o vandalismo, a destruição das imagens da Virgem Maria, principalmente quando estão expostas em locais públicos. Além disso, as pessoas que tiram as suas imagens das igrejas e capelas, ou as reduzem ao mínimo, ofendem também o Coração Imaculado da Santíssima Virgem e contrariam o que foi dito no Concílio Vaticano II a respeito das imagens sacras: “Observem religiosamente aquelas coisas que nos tempos passados foram decretadas acerca do culto das imagens de Cristo, da Bem-aventura Virgem e dos Santos”, ou seja, devemos zelar pela tradicional e salutar devoção às sagradas imagens.

Como praticar a devoção dos cinco primeiros sábados?

A própria Virgem Maria nos ensinou a praticar a devoção reparadora das ofensas ao seu Imaculado Coração. Para praticar perfeitamente essa devoção, devemos – durante cinco primeiros sábados de cinco meses seguidos, na intenção geral de reparar nossos próprios pecados e os de toda a humanidade contra o Coração Imaculado de Maria – realizar quatro atos de piedade:

1 – A Confissão: devemos confessar preferencialmente no primeiro sábado. Caso seja impossível, ou muito difícil, podemos confessar com até oito dias ou mais de antecedência. Todavia, recordamos que é necessário estar em estado de graça no primeiro sábado do mês, a fim de fazer comunhão reparadora. Na confissão, é indispensável a intenção de reparar as ofensas contra o Imaculado Coração de Maria. Essa intenção reparadora não precisa ser dita ao confessor, mas apenas colocada mentalmente diante de Deus antes da confissão. Jesus Cristo disse à Irmã Lúcia que, se esquecermos da intenção reparadora, podemos colocar essa intenção na confissão seguinte, aproveitando a primeira ocasião que tivermos para nos confessar;

2 – O Terço: a tradicional oração do Terço mariano também faz parte da devoção dos cinco primeiros sábados, que deve ser rezado na intenção da reparação do Imaculado Coração da Santíssima Virgem;

3 – Os 15 minutos de meditação dos mistérios do Rosário: Nossa Senhora pediu que fizéssemos companhia a ela durante pelo menos 15 minutos, meditando sobre os 15 mistérios do Rosário, na intenção da reparação ao seu Imaculado Coração. Essa meditação não precisa ser de todos os 15 ou 20 mistérios do Rosário. Podemos meditar apenas um, dois, três ou mais mistérios, conforme a nossa escolha. Outra opção é a meditação dos mistérios do Rosário conforme o tempo litúrgico. Por exemplo: no tempo do Advento, podemos meditar os mistérios Gozosos; no tempo da Quaresma, os Mistérios Dolorosos; no Tempo Pascal, os Mistérios Gloriosos; no Tempo Comum, podemos meditar aqueles mistérios que mais dizem respeito à Liturgia do dia ou do domingo;

4 – A comunhão: é um ato essencial da devoção reparadora ao Imaculado Coração de Maria. Para compreender bem a sua importância, lembremos que a devoção da comunhão das nove primeiras sextas-feiras tem como intenção a reparação das ofensas contra o Sagrado Coração de Jesus. Recordemos também que a comunhão milagrosa, dada aos três pastorinhos de Fátima pelo Anjo da Guarda de Portugal, no outono de 1916, teve um caráter eminentemente reparador. Essa intenção evidencia-se na oração ensinada pelo Anjo da Paz, repetida seis vezes, três vezes antes e três vezes depois da comunhão:

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu vos adoro profundamente e vos ofereço o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido; e pelos méritos infinitos de seu Sacratíssimo Coração e do Imaculado Coração de Maria, peço-vos a conversão dos pobres pecadores.

Como nos casos acima, a intenção reparadora na devoção dos cinco primeiros sábados é muito importante, porque as ofensas contra o Imaculado Coração de Maria também ofendem gravemente o Sacratíssimo Coração de Jesus. Essa devoção reparadora, como um todo, pode ser também feita no domingo seguinte ao primeiro sábado, desde que seja por motivos justos e autorizado por um padre.

O poder e a eficácia sobrenaturais da devoção ao Imaculado Coração de Maria

Assim, a devoção ao Imaculado Coração, praticada nos primeiros sábados em reparação das ofensas cometidas contra a Virgem Maria, foi-nos revelada para salvação de muitas almas do inferno. Pois, cada vez mais, em nosso tempo, multiplicam-se os ataques contra a dignidade, os privilégios, as honras devidas a Nossa Senhora. Além disso, há uma diminuição considerável do culto mariano em quase toda a Igreja, em consequência principalmente dos erros espalhados pelo comunismo no mundo todo.

Sendo este o estado das coisas em nossos dias, a impiedade de muitos para com a Santíssima Virgem é ainda pior do que outrora. Por isso, certamente é mais do que essencial a intenção reparadora de nossa prática da devoção dos cinco primeiros sábados. Reparemos as ofensas cometidas contra o Imaculado Coração de Maria, tão ultrajado pela ingratidão dos homens, através da devoção que ela mesma nos indicou.

Na carta a Dom Manuel Maria Ferreira da Silva, Arcebispo titular de Gurza, escrita em 27 de maio de 1943, Irmã Lúcia nos ajuda a compreender o poder e a eficácia sobrenaturais da devoção ao Imaculado Coração de Maria: “’Os Santíssimos corações de Jesus e Maria amam e desejam este culto [para com o Coração de Maria], porque dele se servem para atrair todas as almas a eles, e isso é tudo o que desejam: salvar as almas, muitas almas, todas as almas’. Nosso Senhor me dizia há alguns dias: ‘Desejo ardentemente a propagação do culto e da devoção ao Coração de Maria, porque este Coração é o ímã que atrai as almas para mim, a fornalha que irradia na terra os raios de minha luz e de meu amor, fonte inesgotável de onde brota na terra a água viva de minha misericórdia‘”. Com a certeza desta eficácia sobrenatural, peçamos a Mãe de Deus, com insistência e perseverança, as boas disposições de nossa alma para bem praticar a devoção dos cinco primeiros sábados.

Imaculado Coração de Maria, rogai por nós!

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Sequência de Pentecostes

 

Reze conosco a Sequência de Pentecostes, um belíssimo hino litúrgico que entoamos para suplicar a vinda do Espírito Santo.

    A Sequência de Pentecostes é um hino tradicionalmente entoado no domingo em que celebramos a solenidade de Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa. Na liturgia, ele é cantado logo após a aclamação do Evangelho (Aleluia), como uma extensão dela. Por isso é conhecida como “sequência”.

A beleza litúrgica da Sequência de Pentecostes

A “Sequência de Pentecostes”, também chamada Veni, Sancte Spiritus, é uma das mais belas composições litúrgicas da Igreja. Recitada ou cantada na Solenidade de Pentecostes, ela sucede o Aleluia como uma súplica poética à terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

Escrita no século XIII, é tradicionalmente atribuída a Stephen Langton, arcebispo de Canterbury. Sua profundidade teológica e linguagem inspirada fizeram com que fosse chamada aurea – isto é, “dourada”. Entre as sequências que permaneceram na liturgia após o Concílio Vaticano II, esta é a mais celebrada e universalmente conhecida.

O que é uma sequência litúrgica?

Na tradição da Igreja, uma sequência é um hino que prolonga e medita o mistério proclamado no Evangelho, especialmente em solenidades. Sua função é preparar os corações para a escuta da Palavra e para a plenitude da celebração. No Pentecostes, a sequência é proclamada ou cantada solenemente logo antes do Evangelho.

Além do Pentecostes, temos sequências na Páscoa (Victimae paschali laudes), em Corpus Christi (Lauda Sion) e na festa de Nossa Senhora das Dores (Stabat Mater).

Reze a Sequência de Pentecostes

Espírito de Deus, enviai dos céus um raio de luz!
Vinde, Pai dos pobres, dai aos corações vossos sete dons.
Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde!
No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem.
Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele.
Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente.
Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei.
Dai à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons
Dai em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna!
Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Novena de Pentecostes




NOVENA DE PENTECOSTES

Solenidade: 50 dias após o domingo de Páscoa, décimo día depois da Ascensão de Jesus - entre II de maio e 14 de junho

O dom do Espírito Santo fora anunciado pelos profetas para os tempos messiânicos. A sua descida sobre os Apóstolos é o pórtico dessa era nova. Funda-se então a Igreja e é-lhe conferido o espírito de Cristo, "para renovar a face da Terra". A narrativa dos Atos dos Apóstolos recorda os acontecimentos do dia de Pentecostes: a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos e os fenômenos que a acom-panham, particularmente o milagre das línguas, símbolo da missão universal dos Apóstolos. Todas as nações são chamadas a ouvir a proclamação da Boa-Nova.

A essa presença do Espírito Santo que inspira e dirige a Igreja na sua missão de pregar o Evangelho até aos confins do mundo, acresce uma presença mais íntima e mais pessoal, que faz dos Apóstolos homens novos, transformando-lhes a própria natureza pela ação penetrante do Espírito Santo em seus corações, sinal do que acontece com todos os fiéis incorporados ao Corpo Místico de Cristo.

Vamos rezar a nossa Novena:


Pelo sinal da Santa Cruz, Livrai-nos Deus Nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Oração inicial para todos os dias

Vinde, Espírito Criador, visitai as almas dos vossos; enchei de graça celestial os corações que criastes!

Sois o Divino Consolador, o dom do Deus Altíssimo, fonte viva, o fogo, a caridade, a unção dos espirituais.

Com os vossos sete dons, sois o dedo da direita de Deus, Solene promessa do Pai Inspirando nossas palavras.

Acendei a luz nos sentidos; insuflai o amor nos corações;
amparai na constante virtude a nossa carne enfraquecida.

Afastai para longe o inimigo; Trazei-nos prontamente a paz; Assim guiados por Vós Evitaremos todo o mal.

Por Vós explicar-se-á o Pai E conheceremos o Filho;

Dai-nos crer sempre em Vós,

Espírito do Pai e do Filho.

Glória ao Pai, Senhor, Ao Filho que ressuscitou, Assim como ao Consolador.
Por todos os séculos. Amém

MEDITAÇÃO DO PRIMEIRO DIA


O amor é um fogo que abrasa

"E apareceram-lhes repartidas, como que linguas de fogo." (At 2.3).


1. Deus ordenou na Antiga Lei que o fogo ardesse continuamente no seu altar: "O fogo sempre ardia no altar" (Lv 6,12). Diz São Gregório que os altares de Deus são nossos corações, onde Ele quer que o fogo de seu santo amor arda sem cessar. Por isso o eterno Pai, não satisfeito de nos ter dado Jesus Cristo, seu Filho, para nos salvar por sua morte, quis dar-nos ainda o Espírito Santo para que habi-tasse em nossas almas, e as conservasse continuamente abrasadas de amor.
    Jesus mesmo declarou que descera à Terra exatamente para inflamar com esse fogo sagrado os nossos corações, e que seu único desejo era vê-lo aceso: "Eu vim trazer fogo à Terra, que quero Eu, senão que ele seja aceso?" (Lc 12,49). Eis aqui porque, esquecendo as injúrias e as ingratidões dos homens, logo que subiu ao Céu nos enviou o Espírito Santo. Assim, ó Redentor amantíssimo, na vossa glória, como nos vossos sofrimentos e humilhações, nos amais sempre?
    Pela mesma razão, o Espírito Santo quis aparecer no Cenáculo sob a forma de línguas de fogo: "E apareceram-lhes repartidas como que línguas de fogo" (At 2,3). Por isso a Igreja nos faz rezar com estas palavras: "Ó Senhor, fazei que o vosso divino Espírito nos inflame com o fogo que Jesus Cristo veio trazer sobre a Terra, e que desejou tão arden-temente ver brilhar nela". Foi este amor o fogo que inflamou os santos a fazerem grandes coisas para Deus: a amar os inimigos, a desejar os desprezos, a despojar-se de todos os bens terrenos e a abraçar com alegria os tormentos e a morte. O amor não pode ficar ocioso e nunca diz: "Basta". A alma que ama a Deus, quanto mais faz por seu Amado, mais quer fazer ainda, para mais lhe agradar e ganhar mais e mais a sua afeição.

II. O Espírito Santo acende o fogo do amor divino por meio da meditação: "Na minha meditação se acenderá o fogo" (Sl 38,4). Se então desejamos arder em amor para com Deus, amemos a oração; ela é a feliz fornalha em que o coração se abrasa nesse amor celeste.
    Meu Deus, até aqui nada fiz por Vós, que tão grandes coisas haveis feito por mim. Ah! Quanto a minha frieza vos deve mover a rejeitar-me! Peço-vos, ó Espírito Santo: aquecei o que está frio. Livrai-me da minha frieza e inspirai-me um grande desejo de vos agradar. Renuncio a todas as minhas satisfações e antes quero morrer do que dar-vos o menor desgosto. Aparecestes sob a forma de línguas de fogo: consagro-vos a minha língua, para que não vos ofenda mais. Ó Deus, Vós me destes a língua para vos louvar, e dela me tenho servido para vos ultrajar e levar os outros também a ofender-vos! Arrependo-me de toda a minha alma.
    Ah! Pelo amor de Jesus Cristo, que na sua vida vos honrou tanto com sua língua, fazei com que de agora em diante não cesse de vos honrar, celebrando vossos louvores, invocando-vos muitas vezes, falando da vossa bondade e do amor infinito que mereceis. Amo-vos, meu soberano Bem; amo-vos, ó Deus de amor. - Ó Maria, sois vós a esposa mais querida do Espírito Santo; obtende-me esse fogo divino.

ORAÇÕES FINAL PARA TODOS OS DIAS

Pai-Nosso; Ave-Maria; Glória ao Pai

Ladainha do Divino Espírito Santo (acesse aqui) 

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!


MEDITAÇÃO DO SEGUNDO DIA


O amor é uma luz que esclarece

"Ilumine os meus olhos. para que eu não durma jamais na morte." (SI 12.4).

1. Um dos maiores danos que nos causou o pecado de Adão é o obscurecimento da nossa razão pelo efeito das paixões que nos ofuscam o espírito. Muito desgraçada é a alma que se deixa dominar por alguma paixão! A paixão é uma nuvem, um véu, que nos impede de ver a verdade. Como pode fugir do mal aquele que não o conhece! E esse obscurecimento da nossa razão aumenta em proporção do número de nossos pecados.
    Mas o Espírito Santo, que é chamado Luz benfazeja (Lux beatíssima), com os seus esplendores divinos, não somente abrasa os nossos corações no seu santo amor, como também dissipa as nossas trevas e nos faz conhecer a vaidade dos bens terrenos, o valor dos eternos, a importância da Salvação, o preço da graça, a bondade de Deus, o amor infi-nito que Ele merece e o imenso amor que nos tem.
    "O homem animal não percebe as coisas que são do Espírito de Deus" (I Cor 2,14). O homem chafurdado no lamaçal dos prazeres mundanos pouco percebe as verdades da fé. Eis porque o infeliz tem amor ao que devia odiar, e odeia ao que devia amar. Santa Maria Madalena de Pazzi exclamava: "O amor não é conhecido! O amor não é amado!". Santa Teresa dizia igualmente que Deus não é amado porque não é conhecido. Também os santos pediam sem cessar ao Senhor luz e mais luz: enviai a vossa luz; dissipai minhas trevas; abrimeus olhos; porque, sem sermos esclarecidos, não podemos evitar os precipícios nem achar a Deus.

II. Como fruto desta meditação, tomemos a resolução de recorrer muitas vezes ao Espírito Santo nas difi-culdades que encontramos, não somente nos negócios espirituais da alma, mas também nos corporais, especialmente nos de mais graves consequências. Lembremo-nos, porém, de que Deus não nos comunicará sempre as suas luzes imediatamente; as mais das vezes se servirá, para tal fim, dos nossos superiores e pais espirituais que Ele deixou como seus representantes na Terra: "Quem vos ouve, a mim ouve, e quem vos despreza, a mim despreza" (Lc 10,16).
    Santo e divino Espírito, creio que sois verdadeira-mente Deus, e um só Deus com o Pai e o Filho. Adoro-vos e reconheço-vos por autor de todas as luzes com as quais me fizestes conhecer o mal que fiz ofendendo-vos, e quanto sou obrigado a amar-vos. Graças vos dou e me arrependo sumamente de vos haver ofendido. Merecia que me abandonásseis nas minhas trevas, mas vejo que ainda não me abandonastes.
    Ó Espírito Eterno, continuai a esclarecer-me e a fazer-me conhecer sempre melhor a vossa bonda-de infinita, e dai-me força para vos amar no futuro de todo o meu coração. Ajuntai graça à graça, para que eu fique docemente unido à Vós e obrigado a não amar senão à Vós. Eu vo-lo suplico pelos merecimentos de Jesus Cristo. Amo-vos, ó meu soberano Bem, amo-vos mais que a mim mesmo. Quero ser todo vosso; recebei-me e não permitais que me afaste mais de Vós. - Ó Maria, minha Mãe, assisti-me sempre por vossa intercessão.

(Fazer as Orações finais para todos os dias.)


MEDITAÇÃO DO TERCEIRO DIA



O amor é uma água que aplaca a sede

"Aquele que beber da água que eu lhe der. não terá jamais sede." (Jo 4.13).

1. O amor é chamado também fonte de água viva. O nosso Redentor disse à mulher Samaritana: "Aquele que beber da água que eu lhe der, não terá jamais sede" (Jo 4,13). Aquele que ama a Deus sinceramente não busca nem deseja coisa alguma fora de Deus, porque em Deus acha todos os bens. Assim, contente com possuir a Deus, repete sem-pre na alegria de seu coração: "Meu Deus e meu tudo"; "ó Meu Deus, Vós sois meu único bem". Mas Deus queixa-se de tantas almas que vão men-digar junto das criaturas alguns miseráveis e curtos prazeres, e o abandonam, Bem infinito e fonte de todas as alegrias: "Eles abandonaram-me a mim, que sou fonte de água viva, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas que não podem reter as águas" (Jr 2,13).

Aí está porque o Senhor nos ama, deseja ver-nos contentes e nos clama a todos: "Se alguém tem sede, venha a mim" (Jo 7,37). Quem deseja a verdadeira felicidade, venha à mim, darlhe-ei o Espírito Santo, que o fará feliz nesta vida e na outra: aquele que crê em Mim, como dizem as Escrituras, do seu seio jorrarão rios de água viva - sentirá correr de seu próprio seio rios, de água viva como os profetas anunciaram (Jo 7,38).

Aquele, pois, que crê em Jesus Cristo, e o ama, será enriquecido de tantas graças, que de seu coração, ou de sua vontade, que é como seio da alma, 10 14

fluirão fontes de santas virtudes, que o ajudarão não somente a conservar a própria vida, mas ainda a comunicá-la aos outros.

A água misteriosa de que fala Nosso Senhor são precisamente o Espírito Santo, o amor substancial, que Jesus prometeu enviar-nos do Céu depois da sua Ascensão: "Isto disse Ele acerca do Espírito, que haviam de receber os que cressem nele; porque ainda o Espírito não fora dado, por não ter sido ainda Jesus glorificado" (Jo 7,39).

II. A chave que abre os canais dessa água desejá-vel é a oração, pela qual obtemos todos os bens em virtude da divina promessa: "Pedi e recebe-reis" (Jo 16,24). Somos cegos, pobres e fracos; mas a oração nos consegue a luz, a riqueza e a força da graça. Com a oração só podemos tudo, dizia São Teodoreto. Aquele que ora recebe tudo o que deseja. Deus quer dar-nos suas graças, mas quer ser rogado.

"Senhor, dai-me dessa água" (Jo 4,15). Meu Jesus, dir-vos-ei com a samaritana, dai-me dessa água de vosso amor, que me faça esquecer a Terra e viver só para Vós, ó amável infinito. "Regai o que é seco" (Sequência da Missa de Pentecostes). Minha alma é uma terra seca, que não produz senão abro-lhos e espinhos de pecados; ah!, inundai-a com as águas da vossa graça, para que produza algum fruto para vossa glória, antes que a morte me arrebate deste mundo.

Ó fonte de água viva, ó Bem supremo, quantas vezes vos deixei pelas águas lodosas desta Terra, que me privaram do vosso amor! Ah!, não ter eu morri-do antes de vos ofender! Mas, no futuro, não quero mais buscar nada fora de Vós. Ó meu Deus, socorrei-me e fazei com que vos seja fiel. - Maria, minha Esperança, cobri-me sempre com vosso manto.

(Fazer as Orações finais para todos os dias.)


MEDITAÇÃO DO QUARTO DIA



O amor um orvalho que fertiliza

“Destilem como o orvalho as minhas palavras, como chuva sobre a erva.” (Dt 32, 2)

I. A Igreja manda-nos pedir ao Espírito Santo que purifique nossos corações e os torne fecundos por seu salutar orvalho: que a infusão do Espírito Santo purifique os nossos corações e os fecunde com a íntima aspersão de seu orvalho. O amor faz a alma fecunda em bons desejos, santas resoluções e boas obras: tais são as flores e os frutos da graça do Espírito Santo. O amor é chamado também orvalho, porque tempera o ardor das más inclinações e tentações. Por isso se diz do Espírito Santo que Ele modera o ardor e refrigera. Nos ardores a calma; um doce refrigério.

Este salutar orvalho desce sobre nossos corações durante a oração. Um quarto de hora de meditação basta para apagar o fogo do ódio ou do amor desordenado, por ardente que seja. A santa meditação é a adega misteriosa de que fala a esposa do Cântico dos Cânticos: “O rei me introduziu na sua adega, ordenou em mim a caridade” (Ct 2,4). Aí é que nos enchemos de caridade bem ordenada, pela qual amamos o próximo como a nós mesmos, e a Deus sobre todas as coisas. Quem ama a Deus, ama a oração; e a quem não ama a oração, é moralmente impossível vencer as próprias paixões.

II. Para que não sejamos oprimidos pelos ardores das más inclinações, e a fim de que o Espírito Santo possa fertilizar as nossas almas com o orvalho dos seus dons, tomemos hoje a forte resolução de fazer cada dia ao menos uma meia hora de oração mental. S. João Crisóstomo compara a oração mental a uma fonte no meio de um jardim: porque sem ela todas as virtudes murcham, ao passo que com ela se conservam frescas e amenas, e se aperfeiçoam constantemente.

Assim como quem sai de um jardim faz um ramalhete das flores que mais o encantam, assim, segundo o aviso de S. Francisco de Sales, devemos, ao sair da meditação, compor um como que ramalhete dos pensamentos que mais nos impressionaram, e durante o dia avivá-los de tempos em tempos, mesmo durante as nossas ocupações.

Ó Santo e Divino Espírito, não quero mais viver para mim mesmo; em vos amar e agradar quero empregar tudo o que me resta da vida. Com este fim vos peço que me concedais o dom da oração mental. Vinde a meu coração, ensinai-me Vós mesmo a praticá-la como se deve. Dai-me a força de não deixá-la por tédio no tempo da aridez; dai-me o espírito de oração, isto é, a graça de sempre orar e de fazer aquelas orações que sejam mais agradáveis ao vosso divino Coração. Por meus pecados me havia perdido; mas por tantos sinais de vossa ternura, reconheço que quereis a minha salvação e santificação. Quero santificar-me para vos agradar e amar mais a vossa infinita bondade. Amo-vos, ó meu soberano bem, meu amor, meu tudo, e porque vos amo, dou-me todo a Vós. Ó Maria, minha esperança, protegei-me.

(Fazer as Orações finais para todos os dias.)

MEDITAÇÃO DO QUINTO DIA



O amor é um repouso que restaura as forças

“Em paz dormirei nele mesmo, e repousarei.” (Sl 4, 9)

I. “O amor se chama alívio nas penas, consolação nas lágrimas.” O amor é um repouso que recreia, porque o ofício principal do amor é unir a vontade da pessoa que ama à do objeto amado. Para consolar-se de todas as humilhações que recebe, dores que sofre, perdas que padece, uma alma que ama a Deus só precisa de conhecer a vontade de seu amado que deseja vê-la suportar tal pena.

Dizendo somente: “Assim o quer meu Deus”, ela acha paz e contentamento no meio de todas as tribulações. Esta é a paz divina que transcende todos os prazeres dos sentidos: Paz de Deus que supera todos os sentidos (Fl 4,7). S. Maria Madalena de Pazzi sentia-se inundada de alegria só com o pronunciar das palavras: “Vontade de Deus”.

Nesta vida cada um deve levar sua cruz; mas, diz S. Teresa: “A cruz é dura para quem a arrasta, não, porém, para aquele que a abraça”. Assim é que o Senhor sabe ao mesmo tempo ferir e curar, segundo a expressão do Santo Jó: “Ele fere e cuida, se Ele golpeia sua mão cuida” (Jó 5,18). Por sua doce unção, o Espírito Santo torna suave e amável até os opróbrios e tormentos. “Sim meu Pai, assim seja, porque é vossa vontade” (Mt 11,26). Assim orou Jesus Cristo, e nós também devemos repetir estas palavras do Salvador todas as vezes que a adversidade nos visitar: sim meu Pai, assim seja, porque é vossa vontade. Quando trememos sob a ameaça de alguma desgraça temporal, repitamos sempre: “Fazei, ó meu Deus; aceito desde já tudo o que fizerdes. Protesto que quero viver onde Vós quiserdes, sofrer tudo o que quiserdes e morrer quando quiserdes”. É também utilíssimo oferecer-se muitas vezes a Deus no decurso do dia, como fazia S. Teresa.

II. Ah! meu Deus, quantas vezes, para fazer a minha própria vontade, contrariei a vossa e cheguei a desprezá-la. Disto me aflijo mais que todos os males. De aqui em diante quero de todo o coração amar-vos e obedecer-vos. “Falai, Senhor, vosso servo escuta” (I Sm 3,10). Dizei o que quereis de mim; quero fazer em tudo a vossa vontade. Esta será para sempre o meu único desejo, o meu único amor. Ajudai a minha fraqueza, ó Espírito Santo. Vós sois a mesma bondade; como, portanto, posso amar outra coisa senão a Vós? Conjuro-vos, atraí para Vós, pela doçura de vosso amor, todos os afetos do meu coração. Renuncio a tudo para me dar a Vós sem reserva.

“Recebei, Senhor, toda a minha liberdade. Aceitai a minha memória, a minha inteligência, e toda a minha vontade. Tudo o que tenho e possuo, fostes Vós quem me deste; venho restituí-lo, e entregá-lo inteiramente ao vosso beneplácito. Dai-me somente o vosso amor com a vossa graça, e bastante rico sou, mais nada vos peço.” — Faço o mesmo pedido a vós, ó Mãe do belo amor, Maria, e espero que me obtereis pela vossa poderosa intercessão.

(Fazer as Orações finais para todos os dias.)


MEDITAÇÃO DO SEXTO DIA 




O amor é uma virtude que fortifica

“O amor é forte como a morte.” (Ct 8, 6)

I. Assim como não há força criada que resista à morte, assim não há dificuldade que não ceda ao ardor de uma alma amante. Quando se trata de agradar ao objeto amado, o amor vence tudo: perdas, desprezos, dores. Nada é bastante duro para resistir ao fogo do amor, diz S. Agostinho: “Nada é tão duro que o fogo do amor não o possa vencer”. O sinal mais certo, pois, para reconhecer se uma pessoa ama muito a Deus é a sua fidelidade em amar na adversidade como na prosperidade.

Dizia S. Francisco de Sales que Deus é tão amável quando nos aflige como quando nos consola, porque faz tudo por amor, e até, quando mais nos aflige nesta vida é que nos testemunha mais o seu amor. S. João Crisóstomo julgava mais feliz S. Paulo nos ferros, que S. Paulo arrebatado ao terceiro Céu.

Também os santos mártires se regozijavam no meio dos tormentos e agradeciam ao Senhor como grande favor que lhes dispensava o terem de sofrer por seu amor. E os outros santos, que não acharam tiranos para os atormentar, tornaram-se carrascos de si mesmos pelas penitências com que se castigaram, a fim de se fazerem agradáveis a Deus. Aquele que ama, diz S. Agostinho, não sente o sofrimento, ou se sente, o ama.

II. Ó Deus de minha alma, digo que vos amo; mas que faço por vosso amor? Nada. É então um sinal de que não vos amo, ou vos amo muito pouco. Meu Jesus, enviai-me o Espírito Santo, que me venha dar a força de sofrer e fazer alguma coisa por vosso amor antes de minha morte. Ah, meu amado Redentor!, não permitais que eu morra neste estado de frieza e ingratidão em que tenho vivido até hoje. Concedei-me a graça de amar os sofrimentos, depois de tantos pecados que me tornaram dignos do Inferno.

Ó meu Deus, todo bondade e todo amor, desejais habitar em minha alma de onde tantas vezes vos expulsei; vinde, estabelecei nela a vossa morada, dominai nela e fazei-a toda vossa. Amo-vos ó meu Senhor, e já que vos amo, comigo estais, como S. João me afirma: “Aquele que mora no amor, mora em Deus e Deus nele” (I Jo 4,16). Se, pois, estais comigo, aumentai em mim as chamas de vosso amor, fortificai as cadeias que me prendem a Vós, não busque e não ame senão a Vós, e assim unido convosco, não me separe jamais do vosso amor. Ó meu Jesus, quero ser vosso, todo vosso. Ó minha advogada e rainha, Maria, alcançai-me o santo amor e a perseverança.

(Fazer as Orações finais para todos os dias.)



MEDITAÇÃO DO SÉTIMO DIA 

Pelo amor, a alma torna-se morada de Deus

“Rogarei a meu Pai, e Ele vos enviará outro Consolador, afim de que more sempre convosco” (Jo 14, 16).

I. O Espírito Santo é chamado hóspede das almas: Doce hóspede das almas. É o efeito da magnífica promessa de Jesus Cristo em favor daquele que o ama. “Se me amais, guardai os meus mandamentos; e rogarei a meu Pai, e Ele vos enviará outro Consolador, o Espírito Santo, a fim de que more sempre convosco”. Sim, sempre, porque o Espírito Santo não desampara nunca uma alma, a não ser que seja expulso por ela: não abandona, a não ser que seja expulso.

Deus, portanto, habita em toda a alma em que é amado; mas declara não ficar satisfeito, se não o amamos de todo o nosso coração. Escreve S. Agostinho que o senado romano se recusou a admitir Jesus Cristo no número dos deuses, dizendo que Ele é um Deus soberbo, que quer ser adorado só. Isso é verdade: nosso Senhor não sofre rival num coração que o ama; quer habitar nele só, e ser amado só. Se Ele não se vê amado só, tem, por assim dizer, segundo a expressão de S. Tiago, zelos das criaturas com que é dividido esse coração que Ele desejava só para si: “Sois amados até os ciúmes pelo Espírito que habita em vós” (Tg 4,5). Numa palavra, como diz S. Jerônimo: “Jesus é um Deus cheio de zelos”.

É este o motivo por que o esposo celeste louva a alma que, semelhante à rolinha, vive na solidão e escondida do mundo: “Tuas faces são graciosas, como a rolinha” (Ct 1,9). Não quer que o mundo tenha parte no amor desta alma, deseja-a toda inteira para si. Se ele ainda louva a sua esposa, chamando-a jardim fechado: “É um jardim fechado, minha irmã, minha esposa” (Ct 4,12), é porque ela não deixa entrar em seu coração nenhum afeto terreno. Ah! Jesus não merece todo o nosso amor? “Ele te deu tudo, nada guardou para si”, diz S. João Crisóstomo: Ele nos deu tudo, seu sangue e sua vida; mais do que isto não podia nos dar.

II. Se queremos que Deus habite em nossa alma com a plenitude de sua graça, consagremo-la hoje de novo toda inteira e sem reserva a seu serviço e repitamos esta nossa consagração muitas vezes durante o dia, especialmente na oração mental, na santa comunhão e na visita ao Santíssimo Sacramento.

Lembremo-nos de que há três meios principais pelos quais uma alma se pode dar toda a Deus. Primeiro, evitar todas as faltas deliberadas, ainda as mais pequeninas, e para este fim reprima o mais insignificante desejo desordenado e mortifique a satisfação dos sentidos. Segundo, escolher, entre as coisas boas, a melhor, que mais agrade a Deus. Terceiro, aceitar com paz e gratidão, das mãos do Senhor, tudo o que mortifica o nosso amor-próprio e em particular os desprezos. Lembremo-nos de que tem mais valor aos olhos de Deus um desprezo sofrido em paz e por amor dele do que mil mortificações e mil práticas.

Ó meu Deus, bem vejo que me quereis todo para Vós. Tantas vezes vos expulsei da minha alma, e não vos recusais de nela entrar e unir-vos a mim. Ah! Tomai agora posse de todo o meu ser; dou-me inteiramente a Vós.

Aceitai-me, ó meu Jesus, e não permitais que eu viva de aqui em diante um instante sequer sem vosso amor. Vós me buscais, e eu não busco senão a Vós. Quereis minha alma, e ela só vos quer a Vós. Vós me amais, e eu também vos amo; e já que me amais, prendei-me tão perfeitamente convosco que não me aparte mais de Vós. Ó Rainha do Céu, e minha querida Mãe, Maria, em vós ponho minha confiança.

(Fazer as Orações finais para todos os dias.)


MEDITAÇÃO DOI OITAVO DIA 

O amor é um vínculo

“Acima de tudo, tende a caridade, que é o vínculo da perfeição.” (Cl 3, 14)

I. Assim como o Espírito Santo, amor incriado, é o laço indissolúvel que une o Pai e o Verbo Eterno, assim é esse mesmo Espírito que une nossas almas à Deus. “A caridade”, diz S. Agostinho, “é uma virtude que nos une a Deus”. Daí este grito de alegria de S. Lourenço Justiniano: “Ó amor, tu és então um vínculo de tal maneira forte, que pudeste encadear um Deus e uni-lo a nossas almas!”. Os laços do mundo são laços de morte, mas os laços de Deus são laços de vida e salvação: “Seus liames são ligaduras salutares” (Ecl 6,31), porquanto são vínculos de amor, e o amor nos une a Deus, nossa única e verdadeira vida.

Antes da vinda de Jesus Cristo os homens separavam-se de Deus; aferrados à Terra, recusavam unir-se a seu Criador; mas o Senhor, cheio de ternura, os atraiu a si pelos laços de amor, como tinha prometido por Oséias: “Eu os atrairei com cordas humanas, com os vínculos da caridade” (Os 11,4). Estes laços são os seus benefícios: luzes, apelos ao seu amor, promessas do Paraíso; mas é sobretudo o dom que nos fez de Jesus Cristo no sacrifício da cruz e no sacramento do altar, e enfim, o dom do Espírito Santo. Por isso exclama o profeta: “Rompe as cadeias do teu pescoço, filha cativa de Sião” (Is 52,2). Ó alma, criada para o Céu, desfaze-te dos laços da Terra para te unires a Deus pelos laços do santo amor.

II. “Tende a caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14). O amor é um laço que reúne todas as virtudes, e torna a alma perfeita. Daí a seguinte palavra de S. Agostinho: “Ama e faze o que queres”. Ama a Deus e faze o que queres, porque quem ama a Deus tem cuidado de evitar tudo o que causa desgosto ao objeto de seu amor, e procura agradar-lhe em tudo.

Dulcíssimo Jesus, muito me haveis obrigado a amar-vos; muito vos custou obter o meu amor. Ingratíssimo seria eu, se vos amasse pouco, ou dividisse o meu coração entre Vós e as criaturas, depois que por mim derramastes vosso sangue e sacrificastes vossa vida! Quero desapegar-me de tudo, e pôr somente em Vós todos os meus afetos. Muito fraco sou para executar esta resolução; Vós, que ma inspirais, dai-me a força de a cumprir.

Amantíssimo Jesus meu, feri meu pobre coração com a suave seta do vosso amor, para que não cesse de arder no desejo de vos possuir e consumir-me de amor para convosco. A Vós procure sempre, a Vós só deseje, a Vós encontre sempre. Ó meu Jesus, só a Vós quero, e nada mais. Fazei com que eu repita sempre durante a minha vida, e sobretudo na hora de minha morte: meu Jesus, só a Vós quero, e nada mais. Ó Maria, minha Mãe, fazei com que de hoje em diante eu não queira senão a Deus.

(Fazer as Orações finais para todos os dias.)

MEDITAÇÃO DO NONO DIA 


O amor é um tesouro que encerra todos os bens

“É um tesouro infinito para os homens; os que usaram dela, foram feitos participantes da amizade de Deus” (Sab 7, 14)

I. O amor é o tesouro de que fala o Evangelho, o qual nos cumpre adquirir a custo de tudo mais. A razão é porque ele é realmente aquele bem infinito que nos faz participantes da amizade de Deus. Aquele que acha Deus, acha tudo o que pode desejar: “Deleita-te no Senhor, e ele te concederá as petições do teu coração” (Sl 37,4). O coração humano está sempre procurando bens capazes de torná-lo feliz. Enquanto se dirige às criaturas para os obter, nunca se satisfaz, por mais que receba. Ao contrário, um coração que só quer a Deus, Deus lhe satisfará todos os desejos. Quais são com efeito os homens mais felizes na Terra, senão os santos? E porquê? Porque só querem e buscam a Deus.

Estando um príncipe a caçar, viu um solitário percorrendo a floresta, e perguntou-lhe o que fazia nesse deserto. — Mas vós, senhor – retorquiu logo o anacoreta – que vindes buscar aqui? — Eu – acudiu o príncipe – ando em busca de caças. — E eu– tornou o solitário – busco a Deus.

O tirano que martirizou S. Clemente de Ancira, ofereceu-lhe ouro e pedras preciosas para conseguir dele que renegasse a Jesus Cristo; mas o santo, dando um profundo suspiro, exclamou: “Pois que! Um Deus posto em paralelo com um pouco de lama!”. Feliz de quem conhece o tesouro do divino amor e procura obtê-lo! Quem o conseguir, despojar-se-á por si mesmo de tudo, para não possuir senão a Deus. “Quando o fogo pega na casa”, dizia S. Francisco de Sales, “lançam-se todos os utensílios pela janela.” E o Padre Segneri, o moço, grande servo de Deus, tinha costume de dizer: “O amor divino é um roubador que nos tira de todos os afetos terrenos ao ponto de exclamarmos então: ‘Senhor, que desejo senão a Vós?’”. “Deus de meu coração, e minha porção, Deus, para sempre” (Sl 73, 26).

II. Ó mundanos insensatos, exclama S. Agostinho, ó homens, aonde ides para contentar o vosso coração? O bem que procurais está longe disso. Aproximai-vos de Deus, recuperai a sua graça, buscai o seu amor, porque só Ele pode dar-vos a felicidade que andais procurando. Nós ao menos não sejamos tão insensatos, e, como nos exorta o mesmo santo Doutor, de hoje em diante, busquemos unicamente o amor de Deus, busquemos o único bem, no qual estão encerrados todos os outros. Mas não podemos achar este bem, sem renunciar a todo afeto pelas coisas da Terra, como o ensina S. Teresa: “Desapega o teu coração das criaturas e acharás a Deus”.

Meu Deus, no passado não foi a Vós que busquei, mas me busquei a mim mesmo e as minhas satisfações; e por elas me apartei de Vós, que sois o bem supremo. Mas Jeremias me consola, assegurando-me que sois só bondade para os que vos buscam (Lm 3,25). Amantíssimo Senhor meu, compreendo o mal que fiz deixando-vos, e arrependo-me de todo o coração. Vejo que sois um tesouro infinito; não querendo deixar inútil esta luz, renuncio a tudo, e escolho-vos para único objeto dos meus afetos.

Ó meu Deus, meu amor, meu tudo, por Vós suspiro. Vinde, ó Espírito Divino, e com o santo fogo do vosso amor, consumi em mim todo o afeto de que não sois o objeto. Fazei-me todo vosso, e que tudo vença para vos agradar. Ó Maria, minha advogada e Mãe, ajudai-me com as vossas orações.

(Fazer as Orações finais para todos os dias.)


De grandes santos a pessoas comuns, milhares de católicos ao longo dos séculos recorreram às novenas para obter graças especiais.

Tão valiosas práticas espirituais não podem ficar soltas, muitas vezes perdidas, entre papéis e itens velhos, mas merecem estar em um lugar digno de toda sua importância — em nossas casas e também em nossas vidas.

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Como devemos guardar os Domingos e os dias Santos?

    O domingo é chamado de "o dia do Senhor", pois foi nele que Jesus Cristo ressuscitou e deu início à nova criação. Ele se "distingue expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, a cada semana, e cuja prescrição substitui, para os cristãos" (CIC 2175). Ou seja, o domingo, após a ressurreição do Senhor Jesus, substituiu o sábado, que era guardado anteriormente. É tão importante que consta da lista dos dez mandamentos. Trata-se do terceiro e diz: "guardar domingos e festa de guarda".

O Catecismo continua ensinando que participar da Santa Missa no domingo é observar "a prescrição moral naturalmente inscrita no coração do homem de 'prestar um culto exterior, visível, público e regular'" a Deus. Diz ainda que "a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja" (CIC 2176). Além disso, existe uma obrigação, para o próprio bem do fiel, na participação dominical, que só pode ser isentado por motivos realmente sérios:

"A Eucaristia do domingo fundamenta e sanciona toda a prática cristã. Por isso os fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser por motivos muito sérios (por exemplo, uma doença, cuidado com bebês) ou se forem dispensados pelo próprio pastor. Aqueles que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado grave." (CIC 2181)

O Código de Direito Canônico, em seu Cânon 1247, complementa o ordenamento quando diz que "no domingo e nos outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa; além disso, devem abster-se das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do corpo." Ora, percebe-se assim que é preciso um outro posicionamento diante do domingo e dos dias de preceito. Não se trata somente de ir à missa e de não trabalhar. É preciso também olhar para o outro, reconhecendo nele igualmente a necessidade de guardar o mesmo preceito. Veja:

"Santificar os domingos e dias de festa exige um esforço comum. Cada cristão deve evitar impor sem necessidades a outrem o que o impediria de guardar o dia do Senhor. Quando os costumes (esportes, restaurantes etc.) e as necessidades sociais (serviços públicos etc.) exigem um trabalho dominical, cada um assuma a responsabilidade de encontrar um tempo suficiente de lazer. Os fiéis cuidarão, com temperança e caridade de evitar os excessos e as violências causadas às vezes pelas diversões de massa. Apesar das limitações econômicas, os poderes públicos cuidarão de assegurar aos cidadãos um tempo destinado ao repouso e ao culto divino. Os patrões têm uma obrigação análoga com respeito aos seus empregados." (CIC 2187)

O repouso dominical, para o católico, não é um fim em si mesmo. O centro dessa prática não está no repouso, mas sim na Eucaristia, no culto divino, na santificação daquele tempo da graça. O Bem-aventurado Papa João Paulo II, em sua carta apostólica Dies Domini, reflete ainda mais profundamente sobre o domingo:

"Aos discípulos de Cristo, contudo, é-lhes pedido que não confundam a celebração do domingo, que deve ser uma verdadeira santificação do dia Senhor, com o « fim de semana » entendido fundamentalmente como tempo de mero repouso ou de diversão. Urge, a este respeito, uma autêntica maturidade espiritual, que ajude os cristãos a « serem eles próprios », plenamente coerentes com o dom da fé, sempre prontos a mostrar a esperança neles depositada (cf. 1 Ped 3,15). Isto implica também uma compreensão mais profunda do domingo, para poder vivê-lo, inclusivamente em situações difíceis, com plena docilidade ao Espírito Santo".

Portanto, é dever de cada cristão católico empenhar-se a valorizar esse dia sagrado, para que seja cada vez mais reconhecido e vivido de maneira mais apurada. Assim o fazendo, não só o próprio indivíduo, mas a comunidade e a sociedade como um todo receberão os frutos e os benefícios dessa influência.

Por fim, oportuna é a exortação do Beato João Paulo II no final da Dies domini, convocando os filhos de Deus para que "ao encontrarem a Igreja que cada domingo celebra alegremente o mistério donde lhe vem toda a sua vida, possam encontrar o próprio Cristo ressuscitado." E chama a todos para que, "renovando-se constantemente no memorial semanal da Páscoa, tornem-se anunciadores cada vez mais credíveis do Evangelho que salva e construtores ativos da civilização do amor."


Leia também: Como devemos guardar os Domingos e dias Santos?

quarta-feira, 28 de maio de 2025

A Grande Apóstola da Devoção a São José

 


Santa Teresa de Ávila, a insigne reformadora do Carmelo e doutora mística da Igreja, foi a grande impulsionadora da devoção a São José. E fê-lo por gratidão. Vendo-se rodeada de perigos de toda a espécie, de doenças do corpo e de noites escuras da alma, tomou esta atitude:

"Para meu protetor e intercessor junto de Deus escolhi a São José. A ele me confiei repetidas vezes e pude experimentar que em tudo, quanto à glória de Deus e salvação eterna da minha alma se refere. Recebi dele mais abundantes auxílios do que esperava. Não tenho memória de alguma vez não ter obtido de Deus fosse o que fosse, pedido por seu intermédio."

Também afirma sobre o progresso da vida interior daqueles que são devotos de São José:

"Também não conheci qualquer pessoa que não houvesse feito progresso na vida interior, quando tinha devoção a São José. A sua intervenção junto do Senhor é de eficácia miraculosa. Basta que o invoquemos com profunda confiança."

Nos ensina a recorrer a São José em todas as necessidades:

"Parece que Deus concede a outros santos o poder de nos auxiliar em determinadas circunstâncias e necessidades. Mas São José possui o carisma de nos auxiliar em todos os casos. Sei-o por experiência pessoal. Assim como Deus, feito homem, esteve submisso na terra a São José, também agora no Céu, não lhe quer recusar qualquer pedido."


Vejamos ainda este caso narrado por Santa Teresa no seu livro das Fundações.

"Fui um dia fazer a fundação de um convento que devia tomar o nome do nosso Pai São José. Eu e as minhas companheiras íamos numa carruagem. Em determinada altura, no meio da montanha, os cavalos tomaram o freio nos dentes e íamos pricipitar-nos nos abismos. Gritei então: Minhas filhas, só nos resta um meio de escapar à morte: é recorrer ao nosso bom Pai São José e invocar o seu auxílio. Assim o fizemos e ouviu-se uma voz gritar: Parai! Parai! Se dais mais um passo morrereis todos. Os cavalos pararam imediatamente e as religiosas perguntaram para que lado deviam seguir. A voz indicou-nos o caminho, obedecemos e fomos salvas. Então o cocheiro começou a buscar aquele que lhe tinha falado, mas foi impossível descobri-lo. Respondi então: É bem em vão que o nosso guia procura descobri-lo; o nosso salvador foi São José e disse-o porque o reconheci."

Lembro que Santa Teresa aos treze conventos que fundou em vida a todos pos o nome de São José.

Com estes relatos tão preciosos, podemos e devemos nos confiar ainda mais ao valimento de São José e assim nos tornarmos seus filhos espirituais.


 

São José apareceu a santa Teresa de Jesus na Quaresma

 

São José apareceu para santa Teresa de Jesus durante a Quaresma para salvá-la de um perigo iminente.

O agostiniano recoleto padre Ángel Peña conta no livro São José, o mais santo dos santos que santa Teresa celebrou a Quarta-feira de Cinzas de 1575 na paróquia de Santa Maria dos Olmos, no sudeste da Espanha, e depois foi fundar um convento em Beas de Segura, uma cidade mais ao sul.

A santa estava acompanhada por dois padres e oito freiras, entre elas sua grande companheira, a irmã Ana de Jesus, em cujos braços a santa morreria. A freira contou que, quando estavam a caminho, se perderam, e aqueles que os estavam guiando não sabiam como sair de penhascos muito altos.

Naquele momento, santa Teresa pediu às irmãs que rezassem a Deus e a são José para que as guiassem. De repente, elas começaram a ouvir a voz de um velho ao longe dizendo: "Parem, parem, vocês estão perdidos e cairão do penhasco se forem por esse caminho".

Os padres e os guias começaram a perguntar ao homem o que poderiam fazer para sair daquele lugar complicado e ele indicou uma área onde poderiam passar as carroças que estavam usando para se locomover.

Alguns voltaram para agradecer ao homem que os havia ajudado, mas, com lágrimas e devoção, santa Teresa enfatizou: "Não sei por que os deixamos ir, era meu pai são José e eles não o encontrarão".




A "Imaculada Conceição" e o Ofício a ela dedicado, sede em meu favor "Virgem Soberana"

 

    Origem do Ofício da Imaculada Conceição

    Segundo uma antiga tradição na Igreja, somos chamados a rezar o Ofício da Imaculada Conceição, a proclamar os grandes louvores da Virgem Maria, Mãe de Deus. O Ofício da Imaculada foi escrito originalmente em latim, na Itália do século XV, pelo franciscano Bernardino de Bustis, com o intuito de proteger a doutrina da Imaculada Conceição dos inúmeros ataques que vinha sofrendo da parte dos hereges desde o século XII. A pedido dos fiéis devotos da Virgem Imaculada, a oração foi aprovada pelo Papa Inocêncio XI, no ano de 1678. Dois séculos mais tarde, em 31 de março de 1876, o Ofício foi enriquecido pelo Beato Papa Pio IX com 300 dias de indulgência cada vez que fosse recitado. Na reforma do Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI modificou a doutrina acerca das indulgências e concedeu indulgência plenária a aqueles que rezarem com fé o Ofício da Imaculada Conceição.

O Ofício é uma oração composta para ser cantada ou recitada (de uma só vez ou seguindo a Liturgia das Horas), a fim de proclamar os louvores da Mãe de Deus e defender a fé da Igreja na Imaculada Conceição da Virgem Maria. De acordo com a tradição da Igreja, os cristãos católicos rezam particularmente o Ofício todos os sábados, mas é louvável e recomendada a recitação diária da Oração. Pois, o Ofício da Imaculada Conceição é uma forma poética de proclamar a fé da Igreja na pureza e na santidade singular da Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo.

Em conformidade com a fé da Igreja, muito antes da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, no ano de 1476, a festa da Imaculada Conceição foi incluída no Calendário Romano. No século seguinte, em 1570, o Papa Pio V publicou o Novo Ofício e, em 1708, o Papa Clemente XI estendeu a festa a toda a Igreja, tornando-a obrigatória. O Concílio de Trento, em 17 de junho de 1546, confessou sobre a Virgem Maria:

“Foi ela que, primeiro e de uma forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do pecado original e durante toda a vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado” (DH 1573).

No ano de 1854, o Papa Pio IX declarou solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria Santíssima, através da Bula Ineffabilis Deus, no dia 8 de dezembro de 1854 (cf. DH 2803). O dogma da Imaculada Conceição de Maria é a declaração do dogma de fé da Igreja na virgindade perpétua da Mãe do Filho de Deus.

A Igreja reconhece de maneira infalível que Nossa Senhora foi preservada imune da mancha da culpa original desde o primeiro instante de sua conceição e foi revestida de uma santidade inteiramente singular.

Todavia, desde os primórdios do cristianismo os Santos Padres e Doutores da Igreja sempre ensinaram que a Virgem Maria é toda pura e santíssima, imune de toda e qualquer mancha de pecado.

Antes da proclamação do dogma, no dia 27 de novembro de 1830, Nossa Senhora apareceu a Santa Catarina Labouré, na Capela das filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris. Nesta aparição, Maria pediu a Catarina que mandasse fazer e propagar a devoção à “Medalha Milagrosa”, precisamente com a inscrição: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Com estas palavras, Nossa Senhora confirma a doutrina da Igreja a acerca da Imaculada Conceição. Mais tarde, Nossa Senhora revelou seu nome a Bernadette Soubirous, no dia 25 de março de 1858, na sua 16ª aparição em Lourdes, na França: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Dessa forma, a própria Virgem Maria confirma o dogma da Imaculada Conceição, proclamado pelo Beato Pio IX quatro anos antes.

Portanto, segundo antiga tradição na Igreja, todos nós cristãos somos chamados a proclamar as grandes maravilhas realizadas na Virgem Maria através do Ofício da Imaculada Conceição.

“Uma antiga tradição diz que Nossa Senhora se ajoelha no Céu quando alguém na Terra reza o Ofício” 

Além disso, as indulgências conferidas pela Igreja às pessoas que rezam o Ofício atestam o grande valor dessa oração. Na certeza da eficácia e da grandeza desta oração, rezemos com fé, se possível todos os dias, ou pelo menos uma vez por semana, de preferência aos sábados, o Ofício da Imaculada Conceição, pedindo a Virgem Mãe de Deus especialmente pelos pobres, pelos pecadores, pelas almas do purgatório, pelas nossas intenções particulares. Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

8 motivos para rezar o Ofício!

Reconhecendo a eficácia desta oração, apresentamos 8 motivos para que você também experimente desta graça, orando com Oficio da Imaculada Conceição:

1 – É um auxílio eficaz de nossa Mãe

A Virgem Maria é a Rainha clemente que, conhecedora única da misericórdia de Deus, acolhe todos os que junto dela se refugiam.

2 – Somos chamados a santidade

Muitos santos rezaram esta oração. Foram aquecidos na tibieza e desânimo, tornando-os fervorosos e ativos

3- Vencemos os medos

Foi ela “a mulher forte”, que conheceu a pobreza e o sofrimento, a fuga e o exílio, se tornando modelo para os que não aceitam passivamente as circunstâncias adversas da vida,

4 – Rezando o ofício da Imaculada Conceição somos defendidos no combate

Nossa Senhora se coloca em combate por nós contra as tentações do inimigo, enfermidades e adversidades. Vencedora do demônio, Maria Santíssima é suportadora das angústias e sofrimentos de sua missão de Mãe do Redentor.

5 – O desejo pela obediência

Maria é templo singular da glória de Deus pela obediência da fé e mistério da Encarnação.

6 – Nos tornamos intercessores

Maria possui a plenitude da graça; daí sua valiosa intercessão junto a Deus para alcançar as graças que necessitamos.

7 – Maria nos aponta o Cristo

Nós que muitas vezes erramos o caminho, cegos pelas ilusões do mundo, Nossa Senhora nos aponta aquele que é o “Caminho, a Verdade e a Vida”

8 – A firmeza na devoção

Os que invocam o nome de Maria com confiança experimentam em sua vida que “a devoção à Virgem Santíssima é um auxílio poderoso para o homem em marcha para a conquista da sua própria plenitude” (Paulo VI)

Ofício da Imaculada Conceição da Virgem Maria