domingo, 22 de setembro de 2024

O que é o Manto Sagrado de São José

 


Conheça a novena do Manto Sagrado de São José e a história da relíquia mantida em uma igreja de RomaUma das devoções a São José é chamada de “Novena do Manto Sagrado de São José”. Trata-se de uma série de orações feitas por 30 dias consecutivos, em memória aos 30 anos que alguns acreditam que São José viveu como pai adotivo de Jesus.

A novena se baseia, em parte, na crença de que existe um manto real de São José guardado em uma igreja em Roma. O livro do século 19, The Life and Glories of St. Joseph (“A Vida e as Glórias de São José”), apresenta uma breve história desse manto:

“De São José, nenhuma relíquia real existia, apenas algumas partes de suas vestes santificadas pelo contato com seu corpo santo e agora, como acreditamos, glorificado. Roma possui uma relíquia esplêndida do pálio ou manto do santo… Essa preciosa relíquia foi guardada na antiga igreja colegiada de Santa Anastácia, construída por volta do ano 300 por Apolônia, uma nobre matrona romana para ali depositar o corpo de Santa Anastácia, Virgem e Mártir. Acredita-se que São Jerônimo, quando chamado a Roma por São Dâmaso para os assuntos de seu pontificado, celebrou a Missa durante os três anos de sua residência no altar onde a relíquia está preservada. O cálice de que ele fez uso ainda é exibido.”

Mas será que, de fato, o manto é uma relíquia autêntica que de alguma forma foi trazida da Terra Santa?

Infelizmente, existem poucas evidências para apoiar a afirmação. No entanto, existiu, sim um manto que São José usou para proteger o Menino Jesus do tempo frio. Com isso em mente, podemos despertar nossa imaginação e promover um maior apreço e veneração por São José, invocando sua proteção em nossas próprias vidas.

Oração a São José

“Ó santo protetor da Sagrada Família, protege-nos, filhos do Senhor Jesus Cristo; mantém longe de nós os erros e males que corrompem o mundo; ajuda-nos do Céu em nossas lutas contra os poderes das trevas. E, assim como protegeste o Menino Jesus do decreto cruel de Herodes, defende a Igreja e mantém-na protegida de todos os perigos e ameaças; espalha sobre todos nós a tua santa ajuda para que, seguindo teu exemplo e auxiliados por tua orientação espiritual, possamos levar uma vida santa, ter uma morte feliz e finalmente chegar à posse da bem-aventurança eterna no céu. Amém.”

Orações ao Manto Sagrado de São José

Aconselha-se rezar estas orações por trinta dias consecutivos, em memória dos trinta anos de vida vividos por São José em companhia de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Além disso, é bom acompanhar estas orações com a promessa de uma oferta para o culto do Santo. É bom também ter uma pia lembrança pelas Almas do Purgatório e receber os Santos Sacramentos em espírito de penitência durante o período da novena.

INÍCIO

Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Jesus, Maria e José, eu Vos dou o meu coração e a minha alma.

Rezar 3 “Glória ao Pai” à Santíssima Trindade

OFERECIMENTO

Eis-me, ó grande Patriarca, prostrado devotamente diante de Vós. Apresento-Vos este Manto precioso e ao mesmo tempo Vos ofereço o propósito da minha devoção fiel e sincera. Tudo o que poderei fazer em Vossa honra durante a minha vida tenciono fazê-lo para Vos mostrar o amor que Vos tenho. Ajudai-me, São José. Assisti-me, agora e durante toda a minha vida, mas especialmente assisti-me na hora da minha morte, como Vós fostes assistido por Jesus e por Maria, para que Vos possa um dia honrar na Pátria celeste por toda a eternidade. Amém!

Ó glorioso Patriarca São José, prostrado diante de Vós, apresento-Vos com devoção as minhas homenagens e começo por Vos oferecer esta preciosa coleta de orações em memória das inumeráveis virtudes que ornaram vossa santa Pessoa. Em Vós teve cumprimento o sonho misterioso do antigo José, cuja figura antecipou a Vossa: não só, de fato, o Sol divino cingiu-Vos com seus luminosíssimos raios, mas também a mística Lua, Maria, Vos aclarou com a sua doce luz. Ó glorioso Patriarca, se o exemplo de Jacó, que se regozijou pessoalmente com seu filho predileto, exaltado sobre o trono do Egito, serviu para arrastar também os outros filhos à salvação, não me valerá o exemplo de Jesus e de Maria, que Vos honraram com toda a sua estima e com toda a sua confiança, para trazer a mim também, para tecer em Vossa honra este Manto precioso? Eia pois, ó grande Santo, fazei que o Senhor volva sobre mim um olhar benévolo. E, como o antigo José não expulsou os irmãos culpados, mas, pelo contrário, os acolheu cheio de amor, os protegeu e os salvou da fome e da morte, assim Vós, ó glorioso Patriarca, mediante a Vossa intercessão, fazei com que o Senhor nunca queira me abandonar neste vale de degredo. Alcançai-me, além disso, a graça de me conservar sempre entre os Vossos servos devotos, que vivem serenos sob o Manto do Vosso patrocínio. Este patrocínio eu desejo tê-lo em cada dia da minha vida e no momento do meu último suspiro. Amém!

ORAÇÃO

Salve, ó glorioso São José, depositário dos tesouros incomparáveis do Céu e pai adotivo d’Aquele que alimenta todas as criaturas. Depois de Maria Santíssima, sois Vós o Santo mais digno de nosso amor e merecedor de nossa veneração. Entre todos os santos, só Vós tivestes a honra de criar, guiar, alimentar e abraçar o Messias que tantos Profetas e Reis desejaram ver. São José, salvai a minha alma e alcançai-me da Misericórdia Divina a graça que humildemente imploro (pedir a graça). E também alcançai para as Benditas Almas do Purgatório um grande alívio para os seus sofrimentos.

Rezar 3 “Glória ao Pai”

Rezar 1 vez: “Doce coração de Jesus, sede o nosso amor, doce coração de Maria e José, sede a nossa salvação”.

Rezar 10 vezes “Jesus, Maria e José, nós Vos amamos, salvai almas”

Ó poderoso São José, foste declarado Patrono Universal da Igreja, e eu Vos invoco, entre todos os Santos, como fortíssimo protetor dos miseráveis, e bendigo mil vezes o Vosso coração, sempre pronto a socorrer toda espécie de necessidade. A Vós, ó querido São José, recorrem a viúva, o órfão, o abandonado, o aflito, toda espécie de desventurados; não há dor, angústia ou desgraça que Vós não tenhais piedosamente socorrido. Dignai-Vos, portanto, usar em meu favor os meios que Deus pôs em Vossas mãos, para que eu possa conseguir a graça que Vos peço. E Vós, Santas Almas do Purgatório, suplicai a São José por mim.

Rezar 3 “Glória ao Pai”

Rezar 1 vez: “Doce coração de Jesus, sede o nosso amor, doce coração de Maria e José, sede a nossa salvação”

Rezar 10 vezes: “Jesus, Maria e José, nós Vos amamos, salvai almas”

A tantos milhares de pessoas que Vos suplicaram antes de mim, Vós destes conforto e paz, graças e favores. A minha alma, triste e amargurada, não encontra repouso no meio das angústias que a oprimem. Vós, ó querido Santo, conheceis todas as minhas necessidades, ainda antes que eu as exponha na oração. Vós sabeis quanto preciso da graça que Vos peço. Eu me prostro na Vossa presença e suspiro, ó São José, sob o grande peso que me oprime. Nenhum coração humano está tão próximo de mim que eu possa confiar meus sofrimentos; e mesmo que eu encontrasse compaixão junto a alguma alma caridosa, ela, todavia não me poderia valer. A Vós, portanto, recorro e espero que não queirais me rejeitar, porque Santa Teresa disse, e deixou escrito em suas memórias: “Qualquer graça que pedirdes a São José, será certamente concedida.” Ó São José, consolador dos aflitos, tende piedade da minha dor e tende piedade das Santas Almas do Purgatório, que tanto esperam de nossas orações.

Rezar 3 “Glória ao Pai”

Rezar 1 vez: “Doce coração de Jesus, sede o nosso amor, doce coração de Maria e José, sede a nossa salvação”

Rezar 10 vezes: “Jesus, Maria e José, nós Vos amamos, salvai almas”!

Ó excelso Santo,

Pela Vossa perfeitíssima obediência a Deus, tende piedade de mim.

Pela Vossa santa vida, cheia de merecimentos, atendei-me.

Pelo Vosso queridíssimo Nome, ajudai-me.

Pelo Vosso clementíssimo Coração, socorrei-me.

Pelas Vossas santas lágrimas, confortai-me.

Pelas Vossas sete dores, tende compaixão de mim.

Pelas Vossas sete alegrias, consolai o meu coração.

De todo o mal da alma e do corpo, libertai-me.

De todo perigo e desgraça, livrai-me.

Socorrei-me com a Vossa santa proteção e impetrai-me, na Vossa misericórdia e poder, o que me é necessário e, sobretudo, a graça do que mais preciso. Às Almas queridas do Purgatório, alcançai a pronta libertação dos seus sofrimentos.

Rezar 3 “Glória ao Pai”

Rezar 1 vez: “Doce coração de Jesus, sede o nosso amor, doce coração de Maria e José, sede a nossa salvação”

Rezar 10 vezes “Jesus, Maria e José, nós Vos amamos, salvai almas”!

Ó glorioso São José, são inúmeros as graças e os favores que Vós alcançais para os pobres aflitos. Doentes de todo gênero, oprimidos, caluniados, traídos, privados de qualquer humano conforto, míseros necessitados de pão ou de apoio, imploram o Vosso real patrocínio e seus pedidos são atendidos. Eia! Não permitais, ó São José caríssimo, que seja eu, entre tantas pessoas beneficiadas, a única a ficar sem a graça que Vos peço. Mostrai-Vos, também para comigo, poderoso e generoso, e eu, agradecendo-Vos, exclamarei: “Viva para toda a eternidade o glorioso Patriarca São José, meu grande protetor e especial libertador das Almas santas do Purgatório”.

Rezar 3 “Glória ao Pai”

Rezar 1 vez: “Doce coração de Jesus, sede o nosso amor, doce coração de Maria e José, sede a nossa salvação”

Rezar 10 vezes: “Jesus, Maria e José, nós Vos amamos, salvai almas”!

Ó Eterno e Divino Pai, pelos méritos de Jesus e de Maria, dignai-Vos conceder-me a graça que imploro. Em nome de Jesus e de Maria, eu me prostro na Vossa Divina Presença e peço-Vos devotamente que queirais aceitar a minha firme decisão de perseverar nas fileiras dos que vivem sob o patrocínio de São José. Abençoai, portanto, o precioso Manto que hoje dedico a Ele, qual penhor da minha devoção.

Rezar 3 “Glória ao Pai”

Rezar “Eterno Pai, ofereço-Vos o Preciosíssimo Sangue de Vosso Divino Filho Jesus, em união com todas as Santas Missas que hoje são celebradas em todo o mundo; por todas as santas almas do Purgatório, pelos pecadores de todos os lugares, pelos pecadores da Igreja Católica, pelos pecadores de todas as outras igrejas, pelos de minha casa e de meus vizinhos.

Amém.

Piedosas súplicas em memória da vida de São José com Maria

São José, rogai a Jesus que venha em minha alma e a santifique.

São José, rogai a Jesus que venha no meu coração e o inflame de caridade.

São José, rogai a Jesus que venha em minha inteligência e a ilumine.

São José, rogai a Jesus que venha na minha vontade e a fortifique.

São José, rogai a Jesus que venha nos meus pensamentos e os purifique.

São José, rogai a Jesus que venha nos meus afetos e os regre.

São José, rogai a Jesus que venha nos meus desejos e os dirija.

São José, rogai a Jesus que venha nas minhas obras e as abençoe.

São José, alcançai-me de Jesus o Seu santo amor.

São José, alcançai-me de Jesus a imitação das Suas virtudes.

São José, alcançai-me de Jesus a verdadeira humildade de espírito.

São José, alcançai-me de Jesus a mansidão do coração.

São José, alcançai-me de Jesus a paz da alma.

São José, alcançai-me de Jesus o santo temor de Deus.

São José, alcançai-me de Jesus o desejo da perfeição.

São José, alcançai-me de Jesus a doçura de caráter.

São José, alcançai-me de Jesus um coração puro e caridoso.

São José, alcançai-me de Jesus a graça de suportar com paciência os sofrimentos da vida.

São José, alcançai-me de Jesus a sabedoria das verdades eternas.

São José, alcançai-me de Jesus a perseverança em fazer o bem.

São José, alcançai-me de Jesus a fortaleza para suportar as cruzes.

São José, alcançai-me de Jesus o desprendimento dos bens terrenos.

São José, alcançai-me de Jesus caminhar pelo caminho estreito do Céu.

São José, alcançai-me de Jesus ser livrado de toda a ocasião de pecar.

São José, alcançai-me de Jesus um santo desejo do Paraíso.

São José, alcançai-me de Jesus a perseverança final.

São José não me afasteis de Vós.

São José, fazei que o meu coração nunca cesse de Vos amar, e a minha língua de Vos louvar.

São José, pelo amor que tiveste a Jesus, ajudai-me a amá-lo.

São José, dignai-Vos acolher-me como Vosso devoto.

São José, eu me entrego a Vós: aceitai-me e socorrei-me.

São José, não me abandoneis na hora da morte.

Jesus, Maria e José, eu Vos dou o meu coração e a minha alma.

Rezar 3 “Gloria Patri”

Ladainha de São José 

Senhor, tende piedade de nós.

Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.

Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.

Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós.

Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Santa Maria, rogai por nós.

São José, rogai por nós.

Nobre descendência de Davi, rogai por nós.

Luz dos Patriarcas, rogai por nós.

Esposo da Mãe de Deus, rogai por nós.

Guarda puríssimo da Virgem, rogai por nós.

Vós que criastes o Filho de Deus, rogai por nós.

Zeloso defensor de Cristo, rogai por nós.

Chefe da Sagrada Família, rogai por nós.

Ó José, justíssimo, rogai por nós.

Ó José, castíssimo, rogai por nós.

Ó José, prudentíssimo, rogai por nós.

Ó José, fortíssimo, rogai por nós.

Ó José, obedientíssimo, rogai por nós.

Ó José, fidelíssimo, rogai por nós.

Espelho de paciência, rogai por nós.

Amante da pobreza, rogai por nós.

Modelo dos operários, rogai por nós.

Honra da vida doméstica, rogai por nós.

Guarda das virgens, rogai por nós.

Amparo das famílias, rogai por nós.

Conforto dos que sofrem, rogai por nós.

Esperança dos enfermos, rogai por nós.

Padroeiro dos moribundos, rogai por nós.

Terror dos demônios, rogai por nós.

Protetor da Santa Igreja, rogai por nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

V. O Senhor O constituiu dono da sua casa.

R. E príncipe de todos os seus bens.

Oremos

Ó Deus, que por inefável providência Vos dignastes escolher o bem-aventurado São José para esposo de Vossa Mãe Santíssima, concedei-nos, Vos pedimos, que, venerando-o aqui na terra como protetor, mereçamos tê-lo no Céu como intercessor. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém!

Invocações a São José 

Lembrai-Vos, ó virginal esposo da Maria Virgem, ó meu querido protetor São José, que nunca se ouviu dizer que alguém que, tendo invocado o Vosso patrocínio e pedido a Vossa ajuda, não tivesse sido por Vós consolado. Com esta confiança, venho até Vós e a Vós encarecidamente me recomendo. Ó São José, escutai a minha prece, acolhei-a piedosamente e atendei-a. Amém!

Glorioso São José, esposo de Maria e pai davídico de Jesus, tomai conta de mim, velai por mim. Ensinai-me a trabalhar pela minha santificação e tomai sob o Vosso piedoso cuidado, as necessidades urgentes que hoje confio à Vossa solicitude paternal. Afastai os obstáculos e as dificuldades e fazei que o feliz êxito do que Vos peço seja para a maior glória do Senhor e pelo bem de minha alma. Em sinal da minha mais viva gratidão, prometo-Vos tornar conhecidas as Vossas glórias, enquanto, de todo coração, bendigo o Senhor que Vos quis tão poderoso no Céu e na Terra. Amém!

Fecho do Manto 

Ó glorioso São José, que Deus pôs na chefia e guarda da mais santa dentre as famílias, dignai-Vos ser-me, do Céu, custódio da minha alma que pede para ser aceita sob o Manto do Vosso patrocínio. Desde agora, eu Vos elejo pai, protetor, guia e ponho sob Vossa especial custódia a minha alma, o meu corpo, tudo o que possuo e sou, a minha vida e a minha morte. Olhai-me como Vosso filho; defendei-me de todos os meus inimigos visíveis e invisíveis; assisti-me em todas as necessidades; consolai-me em todas as amarguras da vida, mas especialmente na agonia da morte. Dirigi uma palavra por mim Àquele amável Redentor que, quando Criança, levastes em Vossos braços, e àquela Virgem gloriosa, de quem fostes diletíssimo esposo. Impetrai-me as bênçãos que julgais proveitosas ao meu verdadeiro bem, à minha salvação eterna, e eu procurarei não me tornar indigno de Vosso especial patrocínio. Amém!


Celibato, Continência e Castidade, qual a diferença e por que?


Celibato, continência e castidade… Três conceitos que facilmente são baralhados na linguagem quotidiana, tomados muitas vezes como sinônimos, mas que são, efetivamente, diferentes. Sua compreensão adequada é imprescindível para o direito canônico, pois, para cada uma destas figuras, existem consequências e efeitos jurídico-canônicos diversos, seja em relação à vida matrimonial, religiosa ou clerical. É impossível compreender retamente, por exemplo, a questão da possibilidade de homens casados se tornarem presbíteros (padres), ou mesmo o tema da validade do matrimônio não consumado, se a diferença entre estes conceitos não for estabelecida.

Para fazer esta distinção, valemo-nos, com adaptações, da excelente explicação que o canonista estadunidense Edward Peters dá sobre o tema, a qual tem o mérito de ser concisa e clara (o original em inglês pode ser consultado aqui).

Celibato é um estado de vida decorrente de uma escolha deliberada de não se casar. Não se configura pelo simples fato de estar solteiro por circunstâncias quaisquer não livremente escolhidas. É, na verdade, o estado de vida de um solteiro qualificado pela decisão livre de não se casar. Um jovem que deseja encontrar uma namorada para casar-se, enquanto não a encontra, ou, encontrando-a, enquanto ainda a namora, não é propriamente um celibatário, pois não escolheu deliberadamente o estado de vida de não casar-se, tanto é que busca encontrar alguém para sua esposa. A pessoa que, querendo casar-se, não encontra alguém que queira casar-se com ela, não é propriamente celibatária, pois tal decisão não é deliberada livremente, mas uma imposição das circunstâncias da vida.

Quando não há uma escolha deliberada por não se casar, é preferível dizer que a pessoa está ou é solteira, mas não que é celibatária. Solteiras são, por exemplo, as crianças (que poderão ou não desejar casar-se quando adultas), as pessoas que esperam casar-se ou se preparam para o casamento, a pessoa que ficou viúva após a morte do cônjuge e que aceitaria casar-se novamente.

A decisão pelo celibato (portanto, escolha livre e deliberada por este estado de vida) não necessita sempre ser por motivos nobres ou altruístas. Celibatário é tanto o sacerdote e o religioso que optam por este estilo de vida de modo a melhor se consagrar ao serviço de Deus e da Igreja como a pessoa que não deseja casar-se para não ter responsabilidades com outras pessoas ou para que não seja importunado em seu estilo de vida, bem como as pessoas viúvas que preferem fechar-se a um novo casamento após a morte do cônjuge ou aqueles que não se casam para se dedicar aos cuidados de parentes idosos ou enfermos. O essencial para configuração do celibato é a escolha deliberada por um estilo de vida que exclui o casamento por parte de uma pessoa que, se quisesse, poderia livremente optar pelo casamento (seja lá qual for a finalidade que se almeja com esta exclusão matrimonial). 

Continência, por sua vez, é a escolha deliberada por não praticar atos sexuais. A moral cristã exige a continência de todos aqueles que não se encontram casados, pois somente dentro do casamento é moralmente legítimo a prática de atos sexuais. Celibatária ou solteira, toda e qualquer pessoa que não seja casada, seja por opção ou não, é chamada à continência sexual, seja o rapaz que está namorando, a moça solteira, o padre, a freira, o monge, os viúvos etc. Historicamente, a Igreja Latina (a Igreja Católica do Ocidente, que segue o rito romano) também exigia do clero casado tal continência, apesar de serem casados, mas esta peculiar situação será tratada em outro post.

Para distinguir bem o celibato da continência, podemos formular um exemplo: um padre celibatário opta por não se casar e o próprio direito canônico o impede de contrair matrimônio sem a devida dispensa a partir de sua ordenação diaconal. Embora seja celibatário, pode acontecer de este padre nem sempre ser continente, pois pode vir, ocasionalmente, a praticar atos sexuais fora de um matrimônio (hipótese em que, obviamente, peca). Mas veja-se que o pecado não está propriamente na violação do celibato, mas sim da continência – o fato de ele praticar ato sexual com determinada pessoa não quer dizer necessariamente que ele deseje casar-se com ela ou abandonar o estado de vida celibatário. Significa apenas que o clérigo em questão foi incontinente, ou seja, não seguiu a continência sexual que a moral cristã exige de toda e qualquer pessoa não casada (seja clérigo celibatário, religioso ou leigo). A obrigação de manter-se continente, abstendo-se de atos sexuais, abarca a todos os cristão não casados, não somente a clérigos celibatários e religiosos.

Quanto aos casados, podem, por razões várias (razões espirituais, planejamento familiar natural, necessidade de viagem por período longo etc.), abster-se durante certos períodos da prática sexual, por livre decisão do casal. Em alguns casos, podem decidir-se (de comum acordo) por não manter mais relações sexuais. O exemplo máximo desta continência entre casados é o matrimônio entre a Virgem Ssma. e São José. Veja que ambos eram verdadeiramente e validamente casados (não eram celibatários), porém foram perfeitamente continentes dentro do matrimônio. Isto nos prova que ser celibatário e ser continente são coisas distintas. Obviamente, todo celibatário deve ser também continente, em razão do fato de que não se pode casar (e o cristão que não se casa, seja ele quem for, não deve praticar atos sexuais fora do casamento). Já o solteiro também deve ser continente, mas, se vier a se casar, poderá cessar esta continência. Os casados podem ser continentes por opção (não se lhes é exigida tal continência), desde que de comum acordo.

Por fim, a castidade é uma virtude por meio da qual a pessoa faz uso de sua faculdade sexual de modo adequado a seu estado de vida. Um cristão não casado (solteiro ou celibatário, não importa) será casto ao exercer a continência, isto é, ao não praticar atos sexuais precisamente por não ser casado, pois o seu estado de vida (não casado) assim o exige. Já a castidade entre casados não pode ser confundida com abstinência sexual. Os casados são castos tanto mantendo a prática sexual retamente ordenada entre si, como optando por abstinências periódicas ou por continência por prazo indeterminado (desde que de comum acordo). São formas distintas de se viver a castidade entre casados, mas jamais se pode dizer que a prática sexual retamente ordenada entre casados seja pecaminosa ou contrária à castidade. Pelo contrário, os casados, quando mantêm relações sexuais normais entre si, são tão castos quanto ao se absterem de sexo, pois a prática sexual é uma das formas adequadas de uso da faculdade ou potência sexual dentro do casamento.

Edward Peters finda sua explicação com uma lapidar conclusão: a Igreja ensina que todos são chamados a observar a castidade própria de seu estado de vida; a continência é exigida de todos os não casados (solteiros ou celibatários); e algumas pessoas solteiras, por motivos louváveis, optarão por não se casar e seguir o estado de vida celibatário, sendo que, em regra, na Igreja Latina (Ocidental), a opção pelo celibato é uma condição para ingresso na vida religiosa ou sacerdotal.

Padre Vítor Pimentel Pereira


Castidade e Matrimônio é Possível?

 




A revolução sexual introduziu na sociedade a ideia de que o sexo serve apenas para diversão, isto é, para o prazer desregrado e descompromissado. Mas a própria natureza da sexualidade é a prova inconcussa de que a relação sexual, por gerar uma nova vida, exige um vínculo definitivo.

Uma vez entendida a necessidade da fé e do seu exercício, precisamos agora dar o primeiro passo da fé ou, como diria Santa Teresa d’Ávila, entrar no nosso castelo interior. Para isso, é imprescindível, primeiramente, que vençamos todo e qualquer pecado mortal em nossas vidas. Pois, do contrário, na condição de escravos das paixões e das criaturas deste mundo, seremos incapazes de nos entregarmos totalmente ao chamado divino.

Ao lado da Liturgia das Horas, a matéria que mais aborrece a santidade dos sacerdotes é o celibato. E isso se deve a uma má compreensão do significado da sexualidade humana e da castidade por amor a Deus. A revolução sexual introduziu a ideia de que o sexo serve apenas para diversão, isto é, para o prazer desregrado e descompromissado. Mas a própria natureza da sexualidade é a prova inconcussa de que a relação sexual exige, absolutamente, um vínculo definitivo, uma vez que se trata de uma relação que gera uma nova vida.

Os católicos precisam entender que o sexo é uma realidade genuinamente familiar, que está ordenada ao crescimento do número dos filhos de Deus e, em segundo lugar, à união íntima dos esposos. Toda e qualquer outra finalidade que se pretenda atribuir ao sexo, sem, no entanto, considerar essa verdade natural, não tem razão de ser e contraria tanto “o [seu] sentido de amor mútuo e verdadeiro”, do qual falava Paulo VI na Humanae Vitae, quanto “a altíssima vocação do homem para a paternidade” (n. 12).

Um dos efeitos negativos da Revolução Industrial sobre os homens foi justamente o da hipnose materialista, que transforma tudo em mercadoria. As pessoas deixaram de se preocupar com os filhos para se dedicarem ao acúmulo de riquezas, de modo que a vida conjugal tornou-se cada vez mais secundária. A sede de dinheiro colocou a mulher no mercado de trabalho e transformou os filhos em despesas, até chegarmos à situação atual: divórcio, libertinagem, homossexualismo, contraceptivos, aborto, pornografia etc. Ninguém mais está interessado em formar família, mas apenas em dispor dos prazeres do sexo como se dispõe de um produto na prateleira do mercado. O que importa, afinal, é a carreira bem sucedida, não a comunhão familiar.

Acontece que todo homem é chamado a ser pai, assim como toda mulher é chamada a ser mãe. A castidade, neste sentido, é o meio de preservar essa vocação, mantendo a sexualidade dentro daquilo que é o projeto natural de Deus. Do contrário, as paixões tomam conta do coração e levam o ser humano a praticar toda sorte de aberrações. Por isso o Papa Paulo VI pedia, aos educadores e a “todos aqueles que desempenham tarefas de responsabilidade em ordem ao bem comum da convivência humana”, que promovessem “um clima favorável à educação para a castidade, isto é, ao triunfo da liberdade sã sobre a licenciosidade, mediante o respeito da ordem moral” (Humanae Vitae, n. 22).

A castidade é o tempero da vida sexual moralmente correta e deve ser vivida antes do casamento por todos os cristãos. Todos devem viver algo do celibato. Portanto, o que se espera de um jovem que está namorando é o respeito mútuo e a continência perfeita. O período do namoro não deve ser vivido como se fosse um período preliminar ao ato conjugal, com todo tipo de carícias e afetos que despertam a paixão. Essas intimidades excessivas sempre conduzem, ou pelo menos motivam, aos pecados da masturbação e da pornografia. Antes de tudo, os casais de namorados são chamados a viver “na expectativa confiante desse dom [o matrimônio], que deve ser aceite percorrendo um caminho de conhecimento, de respeito, de atenções” que não podem se perder. “O amor vive de gratuidade, de sacrifício de si, de perdão e de respeito do outro” (Discurso do Papa Bento XVI aos namorados, 11 de setembro de 2011).

A virtude da castidade exige, pois, uma luta sincera e severa contra os maus pensamentos e tudo o que ofenda a pureza. Aquelas palavras de Jesus sobre os olhares impuros não eram apenas retórica. Eram, em vez disso, expressão de uma verdade patente: “Todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração” (Mt 5, 28). A fidelidade é um compromisso radical. Sendo assim, pecam gravemente tanto o homem quanto a mulher que olhar para o corpo de outro com intenções maliciosas. Mesmo os casados só podem desejar sexualmente um ao outro durante ou quando estiverem na iminência de um ato sexual. É simplesmente absurdo que um homem se masturbe pensando na sua esposa. Sexo é missão, não diversão, de modo que o corpo do outro deve ser sempre respeitado, e nunca tratado como objeto.

O apetite sexual é dirigido por um neurotransmissor chamado dopamina. Essa substância química atua na motivação do ser humano para a caça e a recompensa. Por isso, pode acontecer de um rapaz ir várias vezes à geladeira procurando comida e, uma vez frustrado, terminar se masturbando. Ele estava sob ação direta da dopamina. Nesse caso, o homem precisa da graça de Deus para vivificar a sua memória espiritual e mortificar as lembranças cerebrais que ativam a dopamina e provocam-lhe aqueles desejos sexuais aparentemente incontroláveis. O maior órgão sexual é o cérebro. Portanto, a verdade sobre a sexualidade humana precisa estar bem enraizada no coração do homem para que as suas fantasias cerebrais não o conduzam ao erro.

A dificuldade do celibato sacerdotal, por sua vez, é consequência de uma negação dessa realidade sobre o sexo. Os padres se esqueceram de que eles, em primeiro lugar, são chamados a ser pais. O celibatário não é um solteirão, mas alguém que deu o seu “sim” definitivo; o celibato “é um deixar-se guiar pela mão de Deus, entregar-se nas mãos do Senhor, no seu ‘eu’, e portanto é um ato de fidelidade e de confiança, um ato que supõe também a fidelidade do matrimônio” (Vigília por ocasião do Ano Sacerdotal, 10 de junho de 2010). O padre é um pai e, como tal, precisa educar os seus filhos espirituais a serem família autêntica, a viverem a sexualidade como dom precioso de Deus, aberto sempre à vida, à geração e educação dos filhos.

Um padre deve ser viril, masculino, homem, paterno. Do contrário, o seu sacerdócio será infecundo e frustrante, um caminho certo para o pecado mortal.



sábado, 21 de setembro de 2024

A maternidade de Maria é uma via de santidade

 


Maternidade e Santidade



Descubra como a maternidade pode ser um caminho de santificação e o que a maternidade divina da Virgem Maria tem a nos ensinar.

“Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito”. A santidade é o chamado de Deus para todos os cristãos, de qualquer estado ou ordem. Assim, cada um, no lugar ou estado em que se encontra, recebe de Deus as forças necessárias para cumprir a vocação a que foi chamado. Mas é preciso esforçar-se para empregar essas forças nas mais diversas situações da vida.

“A constituição física da mulher e o seu organismo comportam em si a disposição natural para a maternidade”. Ela está atrelada a estrutura pessoal do próprio ser mulher, nela se constitui a parte mais empenhativa da maternidade, pois “é sobre a mulher que recai diretamente o « peso » deste comum gerar, que absorve literalmente as energias do seu corpo e da sua alma.”

Ao ler estas palavras de São João Paulo II, torna-se mais fácil compreender porque a maternidade é uma via de santificação. Ser mãe é doar-se inteiramente. E isso vai exigir da mulher grandes renúncias — como todo caminho de santidade — e oferecer a ela muitas oportunidades de santificação. Assim, a mulher “poderá salvar-se, cumprindo os deveres de mãe, contanto que permaneça com modéstia na fé, na caridade e na santidade.” Certamente, tornar-se mãe transforma completamente a vida de uma mulher — interna e externamente.

Gerar, trazer à vida e formar um ser humano, que vai agir no mundo e cuja alma existirá eternamente — mesmo depois de o mundo acabar! Para isso, muitas vezes, uma mãe terá de renunciar às suas vontades, aos seus planos, anular-se a si mesma, amadurecer e superar as suas fraquezas. Além disso, terá de se esforçar para corresponder à grande missão de ser a primeira educadora, especialmente na fé. Portanto, essa é uma belíssima via de santificação. E ainda que haja sofrimentos e dificuldades no caminho, as alegrias são maiores. E o fim para o qual a mãe se dedica é algo muito elevado. Então, “justo é que muito custe o que muito vale.”

Virgem Maria: modelo de maternidade e santidade

“As palavras de Maria na Anunciação: « Faça-se em mim segundo a tua palavra », significam a disponibilidade da mulher ao dom de si e ao acolhimento da nova vida.” Por isso, nosso modelo de maternidade e santidade é a Virgem Maria. Ela foi escolhida por Deus para gerar Seu Filho — Jesus Cristo —, que sem perder a sua natureza divina, assumiu a natureza humana ao se encarnar no seio da Virgem Maria pela ação do Espírito Santo. Dessa forma, sendo Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, “a Igreja confessa que Maria é, verdadeiramente, Mãe de Deus”.

Muitas heresias, no início da Igreja, negavam que a Virgem Santíssima é a Mãe de Deus, no entanto os Padres da Igreja as combateram e, no Concílio de Éfeso, em 431, foi proclamado que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus. “Mãe de Deus, por ter concebido humanamente o Filho de Deus em seu seio: «Mãe de Deus, não porque o Verbo de Deus dela tenha recebido a natureza divina, mas porque dela recebeu o corpo sagrado, dotado duma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne»”.

A Virgem Maria foi destinada pelo Criador — e d’Ele recebeu todas as graças necessárias — para ser Mãe do Cristo e, assim, tornou-se também Mãe de Deus. Portanto, não há modelo mais nobre e admirável de maternidade e santidade. Ela é Mãe por excelência. “A Maternidade divina de Maria é a raiz de todas as perfeições e privilégios que a adornam. […] por ser Mãe de Deus, possui uma dignidade de certo modo infinita, derivada do bem infinito que é Deus. Nunca aprofundaremos bastante neste mistério inefável; nunca poderemos agradecer suficientemente à nossa Mãe a familiaridade com a Trindade Beatíssima que Ela nos deu.”

As dores de Nossa Senhora



Na Ladainha de Nossa Senhora, ela é invocada como “Rainha dos Mártires”. Segundo Santo Afonso Maria de Ligório, Ela é Rainha dos Mártires porque as dores do seu martírio excederam às dos mártires em duração e intensidade. Ainda que o seu corpo não tenha sido dilacerado pelos algozes, como foi o de seu querido Filho, o seu imaculado coração foi transpassado ao contemplar a Paixão de Cristo. A dor que sentia na alma, ao ver o sofrimento do Filho inocente, era uma dor de morte.

A dor de Maria é algo muito profundo que não somos capazes de imaginar. Pois o coração dela, além de ser o coração humano mais próximo do de Cristo, é um coração sem mancha. Ela reflete o modo perfeito como devemos amar a Deus. Além disso, Maria sofreu pelas dores de seu filho durante toda a sua vida. Sendo assim, a Igreja também cultiva a devoção às Sete Dores de Nossa Senhora:A profecia de Simeão;

1.A fuga para o Egito;
2.A perda de Jesus no Templo;
3.O encontro com Jesus caminhando para a morte;
4.A morte de Jesus;
5.A lançada e a descida da Cruz; e
6.A sepultura de Jesus.

As três primeiras estão ligadas à infância de Cristo; e as outras quatro, à Sua Paixão. Então, durante toda a sua vida terrena, a Virgem Maria padeceu junto com seu filho, mas abraçando com amor tudo o que compreendia a sua maternidade, sem se queixar — como o Filho abraçou a Cruz. Toda a vida de Maria, desde o seu sim à Encarnação do Verbo, foi um dom de si, por isso “não há fruto da graça na história da salvação que não tenha como instrumento necessário a mediação de Nossa Senhora.”

“Amo ser mãe, odeio a maternidade”

“Amo ser mãe, odeio a maternidade”, esse pensamento é reflexo da nossa sociedade que se esqueceu de Deus, perdeu o sentido do sofrimento e o valor do sacrifício — sobretudo o da Cruz. Uma mãe gera em seu ventre um filho, cuja alma é infundida por Deus. O dever da mãe é, portanto, educar esse ser humano para que atinja a maturidade e seja capaz de amar e viver neste mundo uma vida plena, para que um dia, quando a sua vida terrena chegar ao fim, sua alma viva em paz para sempre e alcance a felicidade eterna.

No entanto, amar a maternidade não quer dizer ficar feliz com as dificuldades ou não sentir o peso de várias noites sem dormir, mas encarar e vivenciar cada fase como um meio de santificação. Além disso, ama a maternidade quem compreende que lidar com a privação do sono, a desobediência, a amamentação, o cansaço etc. faz parte da maternidade, mas não a define. A mãe, exercendo os deveres da maternidade, forma um ser humano. Esta é a questão central da maternidade: a formação de um ser eterno.

A dor pode ser fecunda

Maria, nosso modelo de maternidade, amou e aceitou a vontade de Deus: eis o caminho. Passar por cada uma das exigências da maternidade unindo-se aos sofrimentos de Cristo na cruz, pois “se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto.” É um processo doloroso, negar as próprias vontades e estar presente na vida do seu filho — quando talvez você queria estar fazendo outras coisas — pode ser doloroso. Mas é uma dor fecunda, por meio dessa disposição da alma é que se santifica a mãe, o filho e também a sociedade — que recebe um adulto bem formado, capaz de servir e amar aos demais.

Isso não é, de modo algum, romantizar a maternidade, mas saber que de fato custa muito aquilo que muito vale; e se o fim é valioso, é preciso amar também os meios para se chegar lá. Que a Virgem Santíssima, nosso exemplo de maternidade e santidade, interceda a Deus Pai por todas as mulheres e mães que exercem sua maternidade — também espiritual. Que sejam fortalecidas pelo Espírito Santo, para que saibam ser dóceis e amar essa missão grandiosa que é trazer uma vida ao mundo e formá-la para o bem.

Deus te abençoe
José João

Valei-nos São José


São José forma na Castidade os seus devotos

 


Aprendendo a Castidade com São José

Nenhum outro ponto da fé e da vida católicas tem sido objeto de tantas caricaturas, contradições, críticas, condenações, calúnias e oposições como a doutrina sobre a castidade. Com São José, no entanto, podemos aprender o que ela realmente significa.
Pe. Roger J. Landry

São muitas as virtudes atribuídas pela piedade cristã a São José que, sobretudo durante este Ano Josefino, os católicos são chamados a meditar com mais profundidade e a imitar com mais atenção. José é justo, fiel, obediente, humilde, homem de oração, silencioso, caridoso, trabalhador, providente, protetor, corajoso, zeloso, prudente, paciente, leal e simples.

No entanto, uma de suas virtudes mais importantes para estes nossos tempos é a castidade. A Igreja a apresenta na Ladainha dos “Benditos”, proclamada durante a adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento, chamando a São José “castíssimo” — título dado somente a Ele e a Nossa Senhora. Trata-se de uma tradução do latim castissimus, superlativo que pode traduzir-se como “o mais”, “muito” ou “supremamente” casto. Contra qualquer tentação de minimizar essa virtude, São José nos inspira a ser castos ao máximo.



Vivemos numa época em que, provavelmente, nenhum outro ponto da fé e da vida católicas tem sido objeto de tantas caricaturas, contradições, críticas, condenações, calúnias e oposições como a doutrina sobre a castidade. Muitos fora da Igreja, e alguns até mesmo dentro dela, veem este ensinamento como algo tão antiquado quanto a moda vitoriana; um caminho de repressão, e não de amor; um campo de treinamento para puritanos, e não para santos.

Os revolucionários sexuais — que alardearam o direito ao sexo com quem, quando, onde e como quisermos (cultura que tem contribuído para a epidemia de famílias, casamentos e corações partidos, doenças sexualmente transmissíveis, crimes e abusos sexuais, tráfico humano, prostituição e pornografia, vícios sexuais, gravidez na adolescência e abortos…) — afirmam que a castidade é contra nossa biologia, porque acorrenta um desejo natural, e é contra nossa natureza racional, porque nos restringe a liberdade. Faz parte das “más notícias”, não das boas.

Ao contrário do que muitos acreditam de maneira equivocada, a doutrina da Igreja sobre a castidade não “asfixia” a mais veemente das experiências humanas. Trata-se antes de uma sabedoria que procura controlar estas “chamas”, impedindo-as de destruir o amor verdadeiro (que é para onde Deus quer que seja dirigido nosso desejo sexual), de modo que possamos amar genuinamente os outros como Cristo nos amou. Longe de ser negativamente apudorada, a Igreja não poderia ter maior estima pelo amor humano e pela castidade que o possibilita.

Em meio a este mal-entendido generalizado e às zombarias que se fazem ao ensinamento católico sobre a sexualidade humana (para não falar da crescente miséria devida à sua rejeição), é ainda mais urgente que Igreja ajude católicos e não católicos a recuperar, valorizar e proteger a verdade e a beleza do amor humano casto. O Ano de São José é um momento especial para os fiéis aprenderem a viver melhor o chamado de Deus à castidade.

A castidade é indispensável para nos tornarmos plenamente humanos, santos e eternamente felizes.

A necessidade é premente. São Paulo, logo após dar aos cristãos em Tessalônica um resumo da vocação cristã — “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4, 3) —, diz-lhes, ato contínuo, esclarecendo este chamado, que se abstenham da porneia, termo grego referente a todo pecado sexual, geralmente traduzido como “impureza”.

Visto que a santidade é o pleno florescimento do amor na pessoa humana, não se pode amar verdadeiramente a menos que se seja casto. A castidade é indispensável para nos tornarmos plenamente humanos, santos e eternamente felizes. O evangelho da castidade, portanto, é parte essencial da missão da Igreja para a santificação e a salvação do gênero humano.

Para atender a esse chamado, é essencial saber o que é castidade. Mesmo entre clérigos, religiosos, consagrados e catequistas, a castidade costuma ser confundida com a continência (abstinência da atividade sexual) ou o celibato (renúncia voluntária ao uso da sexualidade). Quando o Catecismo enfatiza que “todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta, segundo o seu estado de vida particular” (§ 2348) e que “as pessoas casadas são chamadas a viver a castidade conjugal” (§ 2349), muitos casais ficam a coçar a cabeça, perguntando-se como podem ser “castos” e, ao mesmo tempo, constituir família. O motivo da confusão, provavelmente, decorre do fato de o termo “castidade” ser frequentemente utilizado no contexto da educação sexual de adolescentes (chamados à castidade na continência), ou na descrição das promessas ou votos feitos por padres e religiosos (chamados à castidade na continência celibatária).

A confusão aponta para a urgência e a importância de todos, na Igreja, compreenderem o que é a castidade e como todos os batizados (casais, solteiros, padres, consagrados, pessoas com atração pelo mesmo sexo e pelo sexo oposto) são chamados a ela.

O primeiro passo no ensino da Igreja sobre a castidade encontra-se no Catecismo, o qual descreve a castidade como vocação, dom de Deus e graça, mas, ao mesmo tempo, fala dela como “fruto do trabalho espiritual” (§ 2345) que inclui a “aprendizagem do domínio de si”, para que a pessoa domine suas paixões e encontre paz, em vez de deixar-se dominar por elas (§ 2339). Está fundamentalmente ligada à virtude da temperança, ou autocontrole. Esse autodomínio é uma “obra de grande fôlego” que, prossegue, “nunca poderá considerar-se total e definitivamente adquirida. Implica um esforço constantemente renovado, em todas as idades da vida” (§ 2342). Mas, ao final, é uma “integração conseguida da sexualidade na pessoa, e daí a unidade interior do homem no seu ser corporal e espiritual” (§ 2337).

A castidade, portanto, é uma “escola de doação da pessoa” (§ 2346) que “conduz à comunhão espiritual” (§ 2347), fundada na castidade de Cristo, que está na base de toda amizade, para não falar de outras relações.

A castidade é uma “escola de doação da pessoa”, que “conduz à comunhão espiritual”.


Mas esse olhar para a castidade como integração e harmonização do desejo sexual nunca pareceu adequado ao Papa São João Paulo II. O impulso sexual tem como objetivo, escreveu ele em vários ensaios pré-papais, levar-nos em êxtase para fora de nós mesmos, para a comunhão com os outros e com Deus, para reconhecer que não somos autossuficientes.

Moderar o desejo sexual não é o ponto principal; precisamos orientá-lo da forma adequada, para que realmente estabeleça comunhão ao invés de destruí-la. A castidade não está ligada fundamentalmente à temperança, escreveu ele em sua obra de 1960, Amor e responsabilidade, mas sim ao amor. Em contraste com a luxúria, que “reduz” a outra pessoa aos valores do corpo ou às suas zonas erógenas e que “usa” os outros para a própria gratificação emocional ou física, a castidade é o hábito moral que eleva a atração e as interações com a outra pessoa para a sua dignidade total, em corpo e alma.

Em suas catequeses papais sobre o amor humano no plano divino, popularmente chamadas Teologia do Corpo, São João Paulo II ensinou que a virtude da castidade está igualmente ligada às virtudes da pureza e da piedade. A pureza impacta nossa visão: “Bem-aventurados os puros de coração”, ensinou Jesus, “porque verão a Deus” (Mt 5, 8).

A pureza nos permite ver Deus nos outros, reconhecer um reflexo da imagem de Deus. A piedade é o hábito que nos ajuda — uma vez que nos lembramos ou reconhecemos que nenhuma outra pessoa é um “mero mortal” — a tratá-la de acordo com a imagem de Deus que nela está inscrita. Ligada à piedade, a castidade nos ajuda a ver e a tratar o outro como sujeito sagrado, e não como objeto sexual.

A castidade, portanto, está conectada a todas essas quatro virtudes (autodomínio, amor, pureza e piedade). É o que nos ajuda a manter nosso amor romântico (eros) capaz do amor de amizade (philia) e do verdadeiro amor cristão auto-sacrificial (agape). Viver castamente não relega as pessoas a uma “vida sem amor”, mas torna possível o amor verdadeiro, por meio da integração coerente de eros com philia e agape.

A castidade é o hábito moral que eleva a atração e as interações com a outra pessoa para a sua dignidade total, em corpo e alma.


São José nos mostra este tipo de amor casto em grau máximo. Ao contrário de algumas artes cristãs que o retratam com a idade do bisavô de Maria, José era certamente jovem o suficiente para viajar pelo deserto duas vezes e ser um tekton (“construtor”, muito mais do que um carpinteiro), um dos trabalhos fisicamente mais exigentes das profissões antigas. No entanto, embora fosse jovem e viril e vivesse com a mulher mais atrativamente virtuosa de todos os tempos, ele manteve seu amor “castíssimo” por ela, vendo a Deus dentro dela durante a gravidez e, depois, reverenciando-a com amor puro.


São José é modelo de cavalheiro cristão, que regula e canaliza seu amor à esposa de acordo com a vocação e o bem integral dela, e não com seus próprios desejos e necessidades.

É por isso que os cristãos de todos os tempos o bendizem diante do Filho eucarístico de Deus, reconhecendo que a forma mais adequada de louvor é a imitação.

Deus te abençoe,
José João

Valei-nos São José



domingo, 15 de setembro de 2024

⚜️Confessar-se bem, Ajudados pelo Glorioso Patriarca São José⚜️



⚜️Confessar-se Bem, Ajudados pelo Patriarca

São José⚜️ 


Vinde Espírito Santo, enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso divino amor.

V. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado.

R. E renovareis a face da terra.


Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas pelo mesmo Espírito Santo, e gozemos sempre de sua preciosa consolação, por Cristo Senhor nosso. Amém.


Rezemos três Ave-Maria, pedindo a Nossa Senhora a graça de conhecer nossas faltas e de confessar-nos devidamente. 



Oração para antes do Exame


Santíssimo e inocentíssimo José, vós sempre guardastes a vossa alma limpa de qualquer pecado que pudesse manchá-la e ofender a Deus; não fiz eu assim senão, que muitas vezes desgostei sua divina Majestade, ofendendo meu Deus e infligindo sua santa lei. Perdi meu Deus, pobre de mim! Como aparecerei em sua presença tão carregado de pecados? Eu não ouso, meu pai espiritual, se não acompanhado de vós; ajudai-me, vinde em meu auxílio agora que me aproximo da Majestade Divina para pedir-lhe perdão de meus peсаdos e obter misericórdia no tribunal da Penitência. Alcançai-me luz para conhecer minhas faltas, seu número e diferentes espécies. Dai-me conhecimento de meus pecados para que os aborreça e deteste como devo, e inteligência e graça para confessá-los ao confessor com fé, como se me confessasse diretamente com Deus; com humildade como o publicano, reconhecendo o que fiz, e com arrependimento e contrição, de modo que receba o perdão de Deus. Eu vo-lo peço pelo amor que tendes à Santíssima Virgem e ao bom Jesus que eu ofendi. Escutai-me, São José, pelo Sangue de Jesus.


Exame de Consciência 


1º MANDAMENTO. Passei algum tempo sem rezar minhas orações de manhã e de noite? Falei mal da religião e de seus ministros? Li jornais ou livros proibidos? Acreditei em sonhos ou superstições? Consultei a cartomantes ou pessoas suspeitas? Assisti a algum ato de outra religião? E também: fui supersticioso, seguindo horóscopos, frequentando o espiritismo ou demais práticas que não são da Igreja? Guardei o devido respeito e uso com devoção e fé os objetos que manifestam Deus e os santos, como imagens impressas, o terço, o crucifixo, a água benta? Participei de seitas? Pequei contra a fé, duvidando de alguma(s) de suas verdades? Neguei Deus, a Igreja, os santos ou alguma outra verdade do nosso Credo? Rejeitei Deus ou a Igreja na frente dos outros? Deixei de ter esperança na minha salvação ou abusei da confiança em Deus, pensando que posso me salvar mesmo levando uma vida de pecado, ou sem esforço para buscar a santidade?


2º MANDAMENTO. Jurei sem necessidade? Jurei falso ou coisas más? Pronunciei sem respeito o nome de Deus? Disse alguma blasfêmia ou alguma palavra contra Deus e seus Santos? Cumpri minhas promessas e votos? Usei objetos sagrados ou temas religiosos para fazer brincadeiras e piadas? 


3º MANDAMENTO. Perdi a Santa Missa algum domingo ou dia santo? Ouvi-a inteira e com atenção? Profanei o dia santo com divertimentos profanos? Faltei ao respeito no templo conversando, rindo ou fazendo outras coisas inconvenientes ao lugar? Olhei com facilidade de uma parte para outra, ou dei olhares licenciosos? Trabalhei sem necessidade nos domingos e dias santos? Sei me mortificar ou fazer penitência pelo bem dos outros e para o meu crescimento espiritual, de acordo com as indicações do meu confessor ou pai espiritual? Participo das celebrações da Semana Santa e da Páscoa? Confesso-me com a devida frequência?


4º MANDAMENTO. Desobedeci a meus pais e superiores? Faltei-lhes ao respeito com palavras, gestos ou acenos desrespeitosos? Deixei de manifestar-lhes amor? Auxiliei-os em suas necessidades e pobreza? Faltei ao respeito aos mestres, anciãos e superiores? Faltei ao respeito e fidelidade aos patrões? Trabalhei com consciência e cumpri exatamente as outras obrigações do meu emprego? Procurei educar e instruir bem meus filhos? Procurei vigiá-los e corrigi-los? Corrigi-os quando não procediam bem? Ensinei-lhes a religião e a doutrina? Paguei exatamente o salário dos empregados? Zelei pelo bem de sua alma? Deixei de ajudar meus pais, avós ou familiares em situações de necessidade? Fui egoísta em minha família, brigando com os meus irmãos e familiares? Estou atento aos outros para ajudá-los? Ajudo minha família a crescer na doação fraterna? Dei mal exemplo? Dei broncas arbitrárias e infundadas nos meus filhos? Ameacei meus filhos, bati neles ou os ameacei de alguma maneira? Preocupei-me com sua educação, também na fé, com minha palavra e exemplo? Fiquei atento às necessidades dos meus filhos, às suas amizades, saídas e diversões?


5° MANDAMENTO. Guardei raiva ou ódio contra alguém? Neguei a fala a alguma pessoa? Fiz alguma coisa para me vingar de alguém? Injuriei aos outros ou os desrespeitei? Desejei algum mal grave contra alguma pessoa? Fiz algum excesso nas comidas ou bebidas? Deixei-me levar da ira em brigas, questões ou disputas? Dei algum escândalo, ou fiz alguma coisa de que alguma pessoa se pudesse escandalizar? Assim, fui imprudente ao dirigir ou não respeitei as normas de trânsito? Maltratei os outros com palavras ou atos? Fui mal-educado ou grosseiro no trato com as pessoas? Cheguei a ferir ou tirar a vida do próximo? Pratiquei ou colaborei em um ato de aborto? Recomendei o aborto, mesmo sabendo que é um pecado muito grave, que implica na ex-comunhão?


6° MANDAMENTO. - Demorei-me voluntariamente em maus pensamentos? Tive maus desejos? Tive conversações desonestas? Disse palavras obscenas? Fiz alguma coisa contra a santa pureza? Deixei-me levar pela liberdade do olhar? Guardo comigo estampas ou quadros imodestos, tipo pornografia, sexo explícito? Faltei à modéstia no vestir? Assisti a bailes ou divertimentos perigosos a minha alma? Cumpri as obrigações de meu estado como casado, padre, solteiro, religioso ou religiosa? Meu namoro foi sério e responsável como busca de amadurecimento no amor para formar uma família, ou busquei um prazer egoísta? Fui fiel? Tive relações sexuais pré-matrimoniais ou extramaritais? Procurei conhecer e crescer nas virtudes que me ajudam a viver a castidade, a fidelidade e a respeitar as pessoas em sua dimensão sexual? Usei anticoncepcionais para evitar engravidar? Permiti uma esterilização para não ter mais filhos, como laqueadura e vasectomia?


7º MANDAMENTO. Tirei alguma coisa de outros? Causei culpavelmente algum prejuízo aos outros? Conservo em meu poder alguma coisa achada, sabendo quem é o dono? Pago religiosamente minhas dívidas? Gastei em luxo, ou coisas semelhantes, mais do que permitiam minhas posses? Perdi em jogo e outras diversões os interesses de minha família? Restitui o que não me pertence? Deixeime levar pela avareza emprestando com juros injustos? Roubei dinheiro ou algum objeto? Ajudei outros a roubarem? Foram objetos de valor ou uma quantidade considerável de dinheiro? Prejudiquei outros com enganos ou trapaças nos contratos? Cobrei mais que o devido? Gastei mais do que podia? Cumpri as leis sociais? Paguei meus impostos? Tendo cargos de gestão e serviço público, aceitei dinheiro para favorecer um trâmite? Apoiei ou guardei silêncio frente a delitos, imoralidades e outros abusos na função pública ou na ação política? Gastei o dinheiro em coisas supérfluas, como jogos, bebidas, gostos pessoais, deixando de dar atenção a minha família e as minhas outras responsabilidades? Ofereci ajuda para sustentar as celebrações na Igreja, na medida das minhas possibilidades?


8º MANDAMENTO. Fiz juízos temerários? Levantei falsos contra alguém? Falei mal de meu próximo? Expus sem necessidade as faltas ocultas de meus próximos? Disse alguma mentira? Levantei alguma calúnia? Fiz mexericos entre amigos? Eu menti? Menti habitualmente em coisas sem importância, para ficar bem ou para solucionar situações? Revelei indevidamente os defeitos de outras pessoas? Deixei de defender o próximo quando deveria fazê-lo? Fiz juízos temerários, murmurei ou falei mal dos outros? Revelei segredos? Rompi o sigilo profissional? Desvirtuei a informação para proveito pessoal ou por outros interesses? Reparei o dano que minhas revelações causaram? Escutei conversas alheias? Coloquei em prática a correção fraterna ainda quando me custava?


9º MANDAMENTO. Cultivei o sentimento de desejo por outra pessoa? Não fui fiel interiormente à aliança celebrada com minha esposa ou esposo? Mantive amizades que são ocasião de pecado? Não procurei soluções para situações ou companhias que são causa de pecado para mim? Fiquei provocando os outros com minha falta de pudor? Tentei seduzir alguém comprometido?


10º MANDAMENTO. Busquei me enriquecer indevidamente? Cultivei o sentimento de inveja? Tentei prejudicar os outros em seus empreendimentos? Quis ter o que outros têm, sem aceitar o que possuo para o meu bem e para o bem da minha família? Tive um espírito de lucro desordenado? Pretendi adquirir bens ou dinheiro imediatamente, recorrendo a meios ilícitos ou imorais?


Reflexões

Pequei!... Ofendi meu Deus, meu Criador e meu Senhor, que sem mérito nenhum me criou e me conserva a vida. Pequei contra meu Senhor, ao mesmo tempo que Ele me dava a vida, a saúde e o corpo com que o ofendia! Os anjos maus cometeram um só pecado de orgulho e sem dar-lhes tempo de penitência, castigouos Deus no inferno. Nossos primeiros pais fizeram pecado de desobediência, e castigou-os Deus com todos os males que no mundo sofrem os homens: pequei eu e Deus ainda me espera! Pequei contra Deus, Pai amabilíssimo, digno de infinito amor pelos imensos benefícios que me fez! Com esses pecados fiz que DeusHomem derramasse suor de sangue no jardim das Oliveiras! Tornei a crucificar o Filho de Deus com minhas muitas iniquidades! Ah! alma minha, tu com esses pecados de pensamento deste força aos algozes que pregaram a coroa de espinhos na cabeça de Cristo. Tu com teus pecados de obra, ajudavas os verdugos a pregarem as mãos e os pés de Jesus na cruz! Tu, e não só o soldado, foste quem abriu o coração de Cristo com a lança!... E Jesus ainda te ama, ainda te espera! Ele, o pai do filho pródigo que sai todos os dias a te procurar, tu que fugiste de sua presença com o pecado mortal. Contempla-o na cruz com os braços abertos, que te espera e diz: Meu povo, meu filho, que fiz contra ti, ou em que te contrariei? Responde-me... Lança-te a seus pés como Madalena e pede-lhe perdão de teus pecados; humilha-te como David, e dize-lhe: pequei, Senhor, tende piedade de mim; suplica-lhe como o bom ladrão, dizendo-lhe: lembrai-vos, Senhor, de mim quando estiverdes em vosso reino; fala-lhe como o filho pródigo: Pai, pequei contra o céu e contra Vós, não sou digno de chamar-me vosso filho.


Oração para Antes da Confissão


Ó meu glorioso Santo e Protetor São José, se não me assistirdes nestes momentos, não sei o que será de mim. Ofendi meu Deus, que em qualquer momento poderia mandar-me a morte e minha alma para os infernos: ofendi meu Pai, que me encheu sempre de benefícios: revoltei-me contra meu Criador! Que será de mim? Ah! eu confesso que mereço o inferno, que mil infernos seriam pouca coisa para castigar minha insolência e insubordinação contra Deus! Perdi o céu e sou um condenado desterrado da minha pátria. Ainda fiz pior, meu amantíssimo José; com meus pecados ofendi esse Deus, esse Jesus que vós tanto amais: sim, eu fui quem persegui a Jesus com minhas culpas e vos obriguei a fugir ao Egito: eu, com minhas faltas, pisei, oh dor! esse sangue que Jesus derramou na Circuncisão e na Paixão: eu tornei a crucificar a Cristo dentro de minha alma! Ah! meu protetor, eu queria apagar com meu sangue esses pecados! Queria desfazer o que fiz, e que não se contassem no número de meus dias aqueles em que ofendi a meu Deus, a vosso Jesus. Vós que podeis tanto com Jesus, conduzi-me a Ele: conheço que sou a ovelha desgarrada que fugi do rebanho de Cristo, levai-me Vós a Jesus, quero ser para sempre de seu rebanho: sou o filho pródigo, mas agora sou já o filho arrependido. Ó Jesus, meu Deus, perdoai-me; não sou digno de vosso perdão, porque pequei muito e pequei por malícia e com conhecimento; mas apesar disso espero o perdão. Vós sois meu pai, perdoai vosso filho que chora suas culpas e vos promete a corrigir-se; sois meu Salvador, não se perca para mim vosso sangue; sois meu Deus, não se perca para mim vosso céu. Escutai como do íntimo de minha alma vos digo.


Ato de Contrição

Senhor meu Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes vós quem sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de vos ter ofendido; pesa-me também porque podeis castigar-me com o inferno. Mas proponho firmemente, ajudado com a vossa divina graça emendar-me e nunca mais tornar a ofender-vos, e espero alcançar o perdão de vossa infinita misericórdia. Amém.


Vai agora confessar teus pecados ao confessor, como se fosses aos pés de Jesus Cristo Nosso Senhor. 


Oração para Depois da Confissão


Venho agora, meu querido pai, cheio de satisfação e júbilo agradecer-vos o benefício que por vossa intercessão consegui nesta confissão. Confio que Deus me terá perdoado. Foi um benefício incalculável pelo qual vos dou graças, meu glorioso santo; continuai a proteger-me para que doravante não cometa mais nenhuma falta. Dai-me força para quebrar os maus costumes, firmeza para apartar-me das ocasiões, e eficácia a meus propósitos para não tornar a cometer os pecados de que já me arrependi e propus a não mais pecar. Não me negueis agora a vossa proteção, porque se me deixardes abandonado a mim mesmo eu sem dúvida cairei, e então seria pior a recaída. Mas não acontecerá, senão que auxiliado por vós, e sobretudo com a graça de Jesus Cristo, espero que esta confissão há de ser princípio de vida nova e esperança da eterna felicidade. Amém.


⚜️Antes de sair da Igreja cumpra-se, se for possível, a penitência imposta.⚜️


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sábado, 27 de julho de 2024

A tradição de rezar o Angelus



A tradição de rezar o Ângelus

O Ângelus é uma oração recitada em recordação do Mistério perene da Encarnação três vezes ao dia: às 6 da manhã, ao meio-dia e às 18 horas, momento em que é tocado o sino do Ângelus.

Milhares de pessoas reúnem-se ao meio-dia de domingos e dias santos, na Praça São Pedro, para acompanhar a oração mariana do Ângelus conduzida pelo Papa Francisco.
Tradição

Trata-se de uma antiga tradição. A recitação, acompanhada pelo badalar dos sinos das igrejas, teve início no século XIII. Era chamada na época de “oração da paz”, pois o objetivo era honrar o Filho de Deus que, encarnando-se no seio da Virgem Maria, colocou os fundamentos da paz entre Deus e os homens. A oração era rezada somente no início da noite, pois se acreditava que o Arcanjo Gabriel apresentou-se a Virgem Maria ao entardecer. Inicialmente era composta pelas palavras da primeira parte da Ave-Maria, repetidas diversas vezes. Somente mais tarde, assumiu a fórmula rezada atualmente.

Alguns defendem que a prática tenha nascido na Alemanha, no início do século XIII, baseados em expressões marianas escritas em sinos. Outros atribuem a origem da prática mariana a Gregório IX (por volta de 1241), o Papa que foi eleito aos 85 anos.

A primeira notícia precisa sobre o Angelus Domini remonta a 1269, período em que São Boaventura de Bagnoregio, conhecido como “doutor Serafico”, foi superior-geral da Ordem Franciscana. De fato, durante o capítulo geral dos Frades Menores realizado em Pisa, foi prescrito aos frades a saudação a Nossa Senhora todas as noites, com o som dos sinos e a recitação de algumas “Ave-Marias”, recordando o mistério da encarnação do Senhor. Foi estabelecido também que, nas pregações, “os frades deveriam persuadir o povo a saudar algumas vezes a Bem-aventurada Virgem Maria ao som do sino de Compieta, à noite”.

Já no Sínodo de Strigonia (Hungria), em 1307, um decreto prescreveu que os sinos deveriam tocar todas as noites “instar tintinnabuli” (docemente) e os fiéis que tivessem recitado três Ave-Marias receberiam indulgência plenária. Com o passar do tempo, a oração passou a ser rezada também durante a manhã, a partir de 1400. Mas foi o Papa Calisto III, em 1456, que prescreveu o badalar dos sinos do Angelus também ao meio-dia com a oração de três Ave-Marias.

Por fim, um sínodo realizado em Colônia no início do século XV estabelecia claramente: “De agora em diante, todos os dias, em cada igreja, no nascer do sol, sejam tocados três vezes os sinos como se costuma fazer ao entardecer, para saudar a Virgem gloriosíssima”. E se concedia indulgência àqueles que, durante o tocar dos sinos, tivessem recitado três Ave-Marias.
Os Papas e o Angelus

O Papa Paulo VI incluiu a oração no documento Marialis cultus, exortando a manter vivo o costume de recitá-la diariamente. O Angelus também foi uma oração muito cara ao Papa João Paulo II, que a constituiu momento de encontro com fiéis de todo o mundo, na Praça São Pedro.

O Angelus do meio-dia – hoje o mais difundido, mesmo porque é vivido como forma de pausa durante o dia e elevação do pensamento a Mãe do Céus – foi o último a ser introduzido na prática dos fiéis e difundiu-se muito lentamente.

Em 1475, o rei da França, Luis XVI, obteve do Papa Sisto IV que fossem concedidos 300 dias de indulgência àqueles que “ao meio-dia recitassem devotamente três Ave-Marias pelo bem da paz e a unidade do Reino”.

Sob o Pontificado do Papa Sisto IV (1471-1484), o Angelus do meio-dia foi introduzido também na Inglaterra, a pedido da Princesa Elizabeth, futura mãe de Henrique VIII. Em um livro de orações de 1526, se especificava que Sisto IV havia concedido especial indulgência a quem tivesse recitado “três Ave-Marias às 6 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde”.

Pio XII inaugurou o encontro com os fiéis, assomando à janela do escritório do palácio Apostólico para “dar uma palavra de fé aos fiéis e a bênção, e João XXIII introduziu outras palavras à oração do Angelus.

Já a primeira ‘transmissão’ do Ângelus festivo ocorreu com o Papa Pio XII, em 15 de agosto de 1954, em Castel Gandolfo, por ocasião da convocação do Ano Mariano Universal.


A origem do Ângelus

A primeira transmissão radiofônica do Ângelus foi realizada em 15 de agosto de 1954, na festividade da Assunção de Maria, quando o Papa Pio XII conduziu a oração de Castel Gandolfo.

O Ângelus ou “oração da paz” como era conhecido, tem origem no século XIII e era recitado pelos fiéis ao som dos sinos da igreja ao entardecer, período do dia em que se acreditava que o Anjo Gabriel - daí a origem do nome da oração - se apresentou à Virgem Maria.

A oração tinha o propósito de homenagear o Filho de Deus que, se encarnando no seio da Virgem Maria, trouxe os fundamentos da paz entre Deus e os homens. Sendo assim, era composta das palavras da primeira parte da Ave Maria, repetida diversas vezes.

A primeira notícia certa do Angelus Domini remonta a 1269, no tempo em que São Boaventura de Bagnoregio era superior geral da Ordem Franciscana. Na ocasião do Capitulo Geral dos Frades Menores, em Pisa, São Boaventura prescreveu aos religiosos de saudar, ao som dos sinos da igreja, a mãe de Deus ao entardecer recitando a oração da Ave Maria, recordando o mistério da encarnação do Senhor. Anos depois, no ano de 1307, um dos decretos do Sínodo de Strigonia (Hungria) prescrevia que durante o entardecer, receberiam indulgência os fiéis que recitassem três Ave Marias durante o soar dos sinos. Em um Sínodo realizado em Colônia no início do século XV, se estabeleceu que “De agora em diante, todos os dias, em todas as igrejas, próximo ao nascer do sol, se soe três vezes o sino como no entardecer, para a saudação da Virgem Gloriosíssima”. E se concedia indulgência a todos aqueles que recitassem três Ave Marias ao soar do sino.

Em 1456 o Papa Calisto III prescreveu o soar dos sinos para o Angelus também ao meio dia, com a recitação de três Ave Marias. Este foi o último a ser introduzido na prática dos fiéis, porém é o mais recitado pois é visto como uma oportunidade de elevar o pensamento à Mãe de Deus em meio à fadiga do dia a dia.

A primeira transmissão radiofônica do Angelus foi realizada em 15 de agosto de 1954, na festividade da Assunção de Maria, quando o Papa Pio XII conduziu a oração de Castel Gandolfo. No outono daquele mesmo ano, Pio XII iniciou a tradição de rezar o Angelus da janela de seu estúdio no Palácio Apostólico. No tempo Pascal, a oração do Angelus é substituída pela Regina Caeli.

Todos os domingos e dias santos ao meio dia, diretamente da Praça São Pedro, no Vaticano, Papa Francisco se une aos fiéis do mundo todo para recitar esta oração que é, acima de tudo, um momento de recordar a humildade do sim de Maria que trouxe a salvação ao mundo.

V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria

R. E Ela concebeu pelo Espírito Santo
Ave Maria...

V. Eis a escrava do Senhor.

R. Faça-se em mim,
segundo a Vossa palavra.
Ave Maria...

V. E o Verbo Divino encarnou.

R. E habitou entre nós.
Ave Maria...

V. Rogai por nós, santa Mãe de Deus.

R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo

Oremos.
Infundi no nosso espírito a vossa graça, ó Pai; Vós que na anunciação do anjo nos revelastes a encarnação do vosso Filho, pela sua Paixão e Cruz, conduzi-nos à glória da ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor.

Glória ao Pai (3 vezes)