Seja bem vindo ao meu canal, sou José João
Membro da Comunidade Canção Nova desde 1998.
Filho, esposo e pai.
Bacharel em Administração, 2021
Bacharel em Teologia, 2025
Intercessor e Pregador
Escritor e Colunista
Filho Espiritual de São José
Eu desejo um Avivamento como teve São José.
Que venha um Poderoso Pentecostes sobre a face da terra.
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Vamos conhecer mais sobre São Miguel Arcanjo, aqui serão esmiuçados detalhes sobre a hierarquia dos anjos, significado de seu nome e muito mais.
Quando o profeta Daniel teve uma visão e ficou como morto, ele relata: “Mas Miguel, um dos príncipes supremos, veio em meu auxílio, e eu prevaleci ali sobre os reis da Pérsia”. E alguém que parecia um filho do homem falou e disse: “Eu te farei saber o que está escrito no livro da verdade. Ninguém me ajuda contra eles, senão Miguel, vosso príncipe”. “Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, tal como nunca houve desde que existem nações até aquele dia”. Neste artigo sobre São Miguel Arcanjo, você encontrará detalhes aprofundados sobre a hierarquia dos anjos, o significado de seu nome, sua importância para os católicos e muito mais.
Os anjos e a hierarquia celeste
Na teologia católica, a hierarquia celestial é formada por nove coros de anjos, organizados em três hierarquias distintas. Essas hierarquias representam a ordem e a função dos anjos no plano divino. A primeira hierarquia, a mais próxima de Deus, é dedicada à adoração e glorificação divina, e inclui os Serafins, Querubins e Tronos.
A segunda hierarquia é composta pelos coros de Dominações, Potestades e Virtudes. Esses anjos têm a função de administrar os planos da sabedoria eterna de Deus e transmiti-los aos anjos da terceira hierarquia, que são responsáveis por vigiar a humanidade.
Por fim, a terceira hierarquia, mais próxima dos seres humanos, abrange os Principados, Arcanjos e Anjos. Embora os Arcanjos pertençam a essa categoria, por serem encarregados de missões importantes junto aos homens, eles possuem um profundo conhecimento dos mistérios divinos, o que os coloca em estreita proximidade com Deus.
Qual é a diferença entre anjo e arcanjo?
Os arcanjos ocupam uma posição especial na hierarquia celestial, destacando-se pela sua proximidade com Deus e pela importância de suas missões. Dentro da angeologia católica, os arcanjos são vistos como mensageiros divinos que desempenham papéis fundamentais na existência humana, intervindo em momentos cruciais da história da salvação.
Diferentemente dos anjos, que têm a missão de guardar e proteger cada pessoa individualmente, orientando-a nas questões cotidianas, os arcanjos são os principais intermediários entre os mortais e Deus. Eles não apenas transmitem mensagens divinas, mas também desempenham papéis em grandes eventos espirituais e históricos, guiando nações, protegendo a Igreja e combatendo as forças do mal.
Os arcanjos mais conhecidos na tradição católica são São Miguel Arcanjo, São Gabriel e São Rafael. São Miguel é o grande defensor contra as forças malignas, liderando o exército celestial na luta contra Satanás. São Gabriel é o mensageiro da Anunciação, que trouxe a Maria a notícia de que ela seria a mãe do Salvador. São Rafael, por sua vez, é o guia e curador, conhecido por sua intervenção no livro de Tobias, onde cura a cegueira do pai de Tobias e protege a jornada do jovem.
Quem é São Miguel Arcanjo para os católicos?
No Novo Testamento, é dito na carta de São Judas Tadeu: O arcanjo Miguel, quando disputava com o diabo contendendo sobre o corpo de Moisés, não se atreveu a proferir um julgamento injurioso, mas disse: “Que o Senhor te repreenda”. Porém, é sobretudo no capítulo 12 do Apocalipse que a missão de Miguel como capitão dos exércitos angélicos na luta contra o diabo e seus demônios aparece de forma clara.
São Miguel Arcanjo é considerado o patrono especial do povo de Israel . Ele também foi nomeado patrono especial da Igreja Católica, o novo povo de Deus do Novo Testamento.
Além disso, São Miguel é considerado patrono dos juízes e daqueles que exercem a justiça, pois é frequentemente representado segurando uma balança. Sendo o príncipe da milícia celeste na luta contra o mal e contra o diabo, ele também é visto como patrono dos soldados e policiais. Ademais, foi escolhido como patrono dos paraquedistas, dos radiologistas e de todos os que curam por meio do rádio. Mas ele é especialmente poderoso contra Satanás, e por isso, os exorcistas o invocam como um defensor poderoso.
Qual o significado do nome Miguel?
Miguel (מִיכָאֵל, Mi-kha-el) significa “Quem é como Deus” – uma pergunta retórica que afirma a supremacia de Deus sobre todas as coisas. Alguns acreditam que São Miguel apareceu a Josué, pois ele se apresenta com uma espada desembainhada na mão, assim como São Miguel Arcanjo é frequentemente representado. Ele disse a Josué: “Sou um príncipe do exército de Javé… Descalça os teus pés, porque o lugar que pisas é santo”.
São Miguel e a queda dos anjos rebeldes
“Houve uma batalha no céu: Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão. O dragão e seus anjos também pelejaram, mas não prevaleceram, e não se achou mais o seu lugar no céu. Foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, chamada diabo e Satanás, que engana toda a terra habitada; ele foi lançado à terra, e seus anjos foram lançados com ele. E ouvi uma grande voz no céu que dizia: Agora chegou a salvação, o poder, o Reino do nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo, porque foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos, que os acusava diante do nosso Deus dia e noite. Mas eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho, e não amaram as suas vidas até à morte”.
Segundo a tradição católica, a batalha é descrita em Apocalipse 12, onde São Miguel lidera os exércitos celestiais contra Lúcifer e os anjos que se rebelaram contra Deus.
Lúcifer, originalmente um dos anjos mais belos e poderosos criados por Deus, foi consumido pelo orgulho e desejou ser igual ao Criador. Esse desejo de usurpação levou à sua rebelião, arrastando consigo uma parte dos anjos. Esses anjos, que escolheram seguir Lúcifer em sua rebelião, tornaram-se os demônios.
São Miguel, emergiu como o defensor da justiça divina e da fidelidade a Deus. Em resposta à rebelião de Lúcifer, São Miguel proclamou essa verdade e liderou os exércitos celestiais em uma guerra contra os anjos rebeldes.
A batalha culminou com a expulsão de Lúcifer e seus seguidores do céu. Este evento reafirma a ordem divina e a justiça de Deus. São Miguel é, portanto, venerado como o grande protetor contra as forças do mal, o guardião da Igreja, e o defensor da fé.
A expulsão dos anjos rebeldes também tem um significado profundo e simbólico: a luta contínua entre o bem e o mal, não apenas no mundo, mas dentro de cada pessoa. São Miguel, como o líder dos exércitos celestiais, é invocado pelos fiéis como um poderoso aliado na batalha espiritual, ajudando a resistir às tentações e a permanecer fiel a Deus.
São Miguel na Bíblia
Você sabia que a palavra “anjo” significa “mensageiro”? A Bíblia está repleta de histórias maravilhosas sobre os anjos, e ao lê-las, podemos descobrir algumas de suas atividades:
Eles louvam a Deus. (Salmo 148,1-2; Isaías 6,3)
Adoram a Deus. (Hebreus 1,06; Apocalipse 5,8-13)
Alegram-se com as obras de Deus. (Jó 38,6-7)
Servem a Deus (Salmo 103:20; Apocalipse 22,9) e se apresentam diante d’Ele. (Jó 1,6; 2,1)
São instrumentos dos julgamentos de Deus. (Apocalipse 7,1; 8,2)
Trazem respostas às orações. (Atos 12,5-10)
Nos encorajam em momentos de perigo. (Atos 27,23-24)
Cuidam dos justos na hora da morte. (Lucas 16,22)
O Arcanjo Miguel é mencionado – exclusivamente – em várias passagens da Bíblia, desempenhando papéis importantes tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
No Livro de Daniel o Arcanjo Miguel é mencionado como um dos “príncipes supremos” que veio em auxílio de um anjo que estava sendo impedido pelo “príncipe do reino da Pérsia”. Ele é descrito como o defensor de Israel.
“Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio ajudar-me, porque eu tinha sido deixado ali com os reis da Pérsia.”
“Ninguém há que me ajude contra aqueles, senão Miguel, vosso príncipe.”
São Miguel é descrito como o grande príncipe que se levanta para proteger o povo de Deus durante o tempo de angústia.
“Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.”
O Arcanjo Miguel é mencionado disputando com o diabo sobre o corpo de Moisés, mostrando sua autoridade e poder. “Mas quando o arcanjo Miguel, discutindo com o diabo, disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo de maldição contra ele, mas disse: O Senhor te repreenda.”
E, por fim, uma das passagens mais conhecidas, onde Miguel lidera os anjos em uma batalha contra o dragão (Satanás) e seus anjos, resultando na expulsão destes do céu.
Aparições de São Miguel Arcanjo
Desde os tempos de Jesus, os hebreus acreditavam que São Miguel era o anjo encarregado por Deus de cuidar das fontes de água com efeitos curativos. Na tradição, ele é considerado como o anjo que guiou o povo de Israel pelo deserto e os fez atravessar o Mar Vermelho; também foi ele quem fez a água brotar da rocha que Moisés tocou com seu bastão para saciar a sede do povo. No Evangelho de São João, capítulo 5, há menção ao anjo que movia as águas da piscina de Betesda, e alguns acreditam que esse anjo era São Miguel.
No ano de 452, Átila, com seu exército, chegou às portas de Roma, determinado a conquistá-la com sangue e fogo. O Papa Leão I consagrou Roma ao arcanjo São Miguel e, em seguida, foi ao encontro de Átila. E então ocorreu o milagre: Átila se afastou de Roma. Imediatamente, construíram uma igreja dedicada ao arcanjo São Miguel, que foi consagrada a ele em 29 de setembro, data que desde então é celebrada como o dia da festa de São Miguel. Após o Concílio Vaticano II, foram acrescentadas também as festas dos arcanjos Gabriel (25 de março) e Rafael (24 de outubro).
O culto a São Miguel era amplamente difundido no Egito. Sabe-se que no século IV já existia um templo consagrado a ele. A igreja de Alexandria colocou sob sua proteção o rio Nilo, do qual dependia a riqueza do país. A festa era celebrada em 12 de junho, período em que o rio começava a crescer
Em Constantinopla, havia uma igreja dedicada a São Miguel, edificada pelo imperador Constantino. Ela era chamada de Michaelion, e acreditava-se que o arcanjo havia aparecido lá e realizado milagres. Sobre isso, o historiador Sozomeno escreveu extensivamente. Sozomeno nasceu na Palestina no século V e viveu em Constantinopla como advogado e autor de vários livros de história da Igreja. Ele relata: “Todos aqueles que tinham grandes aflições ou doenças incuráveis se aproximavam do templo para orar e logo se viam livres de seus sofrimentos.”
Os imperadores bizantinos, conforme relata o historiador Raymond Jenin, construíram vários templos dedicados a São Miguel, considerado o protetor do Império. Em Constantinopla e seus arredores, havia cerca de 16 santuários dedicados ao arcanjo.
O cronista bizantino Johannes Malalas (491-565), autor do livro Cronografia, onde registrava os acontecimentos notáveis de seu tempo, faz muitas referências a São Miguel em relação aos imperadores bizantinos. É conhecido o relato de Santo Eusébio em sua História Eclesiástica (IX, 9), onde informa que Constantino teve uma visão na Gália. Ele viu uma cruz com a frase in hoc signo vinces (“com este sinal vencerás”).
Em consequência dessa visão, Constantino mandou preparar um estandarte com a cruz, e São Miguel o conduziu à vitória. Acredita-se que essa visão seja verdadeira, pois seria altamente improvável que ele tivesse imaginado algo tão impopular em um exército majoritariamente pagão naquela época. No ano 313, Constantino concedeu o reconhecimento oficial do cristianismo em todo o império.
Durante o pontificado de São Gregório Magno, no ano 590, uma terrível peste estava causando uma grande mortalidade entre a população de Roma. O Papa ordenou que se realizasse uma procissão penitencial partindo de Santa Maria Maggiore. O próprio Papa carregava uma estátua da Virgem durante a procissão. Quando chegaram à ponte sobre o rio Tibre, ouviram cantos de anjos e, de repente, sobre o Castelo de Adriano, hoje conhecido como Castel Sant’Angelo (Castelo do Santo Anjo), apareceu o arcanjo São Miguel. Ele segurava uma espada em sua mão. Nesse momento, a peste cessou.
A aparição de São Miguel a Santa Joana d’Arc
O arcanjo São Miguel se manifestou a Santa Joana d’Arc em diversas ocasiões, pedindo-lhe que tomasse as armas para defender seu país. Aos 13 anos, ela começou a ouvir as vozes do arcanjo. No processo que lhe foi instaurado, Joana afirmou que a primeira aparição foi de São Miguel. Ela disse: “Eu o vi com meus olhos. Ele não estava sozinho, estava acompanhado por anjos do céu.”
A voz do arcanjo ensinava-a a se comportar bem e a frequentar a Igreja. Logo se juntaram a São Miguel as visitas de Santa Catarina e Santa Margarida. Com a ajuda deles, Joana conseguiu convencer o Delfim a acompanhá-la até Reims para ser coroado rei. Também lhe disseram que ela seria capturada. Joana foi queimada viva aos 19 anos. O processo de reabilitação ocorreu em 1455 por desejo do rei Carlos VIII e do Papa Calisto III.
A aparição a Beata Rosa Gattorno
A beata Rosa Gattorno, uma grande mística italiana, fala sobre São Miguel como seu anjo protetor e nos conta:
“Enquanto rezava, vi meu arcanjo São Miguel com a espada desembainhada em ato de me defender… Ele me confortou e desapareceu. Fiquei cheia de força e vigor, e teria enfrentado mil exércitos.”
“Um dia, eu me encomendava ao meu anjo da guarda e, ainda mais, àquele que meu Jesus me deu, o arcanjo Miguel. Vi um grupo de demônios ardentes que se precipitavam uns sobre os outros. O anjo Miguel os matava com sua espada, mas o ato de matança era apenas simbólico, pois ele realmente não os tocava… Após a meia-noite, incendiaram a porta da casa. Pulei da cama para a janela e, enquanto colocava o véu, sentia que me sugeriam o que deveria fazer, e Miguel me dizia: ‘Estou contigo, fique tranquila.'”
“Outro dia, fui comungar, pois estava muito mal naquele mês de março de 1875. Estava muito perturbada, mas assim que recebi a comunhão, vi o anjo Miguel ao meu lado. Ele, junto comigo, fazia o agradecimento, e com as mãos juntas, adorava a Deus.”
“Quanto sofri na minha viagem a Roma! Não sei como expressar. A fúria dos espíritos infernais era tal que só meu anjo São Miguel podia contê-los… Meu anjo Miguel os expulsava com a espada desembainhada. Eles foram embora e não os vi nem os ouvi mais.”
Aparição a Beata Ana Catarina Emmerick (1771-1824)
A beata Ana Catarina Emmerick, em suas revelações, conta: “Vi a igreja de São Pedro (em Roma). Sobre ela, resplandecia o arcanjo São Miguel, vestido de vermelho, segurando uma grande bandeira de combate nas mãos. A terra era um imenso campo de batalha. Os verdes e azuis lutavam contra os brancos: estes, sobre os quais havia uma espada de fogo, pareciam que iam sucumbir.“
“O arcanjo desceu e se aproximou dos brancos. Vi-o à frente de todos. Eles ganharam grande coragem, sem saber de onde vinha. O anjo derrotou os inimigos, que fugiram em todas as direções. A espada de fogo que estava sobre os brancos desapareceu. No meio do combate, as fileiras dos brancos aumentavam: grupos de adversários se uniam a eles, e uma vez, um grande número passou para o lado deles. No campo de batalha, havia legiões de santos no espaço, fazendo sinais com as mãos; eram diferentes entre si, mas animados pelo mesmo espírito.”
Aparições de São Miguel nas guerras
Durante a Primeira Guerra Mundial, há um fato bem documentado.19 Em Mons, na Bélgica, muitos anjos apareceram aos soldados no campo de batalha. Os aliados estavam prestes a sofrer uma terrível derrota, mas conseguiram vencer a batalha. Os soldados britânicos afirmaram ter visto São Jorge e o descreveram como tendo cabelos loiros e armadura dourada, montado em um cavalo branco.
Os soldados franceses asseguraram que era o arcanjo São Miguel, cavalgando em um cavalo branco. Após a guerra, os alemães compartilharam sua visão da história. Os soldados de cavalaria afirmaram que seus cavalos, de repente, se recusaram a perseguir o inimigo. Disseram que as posições aliadas, que atacavam, estavam defendidas por milhares de homens, quando na realidade, havia apenas dois regimentos.
Algumas religiosas escreveram:
“Em nossa comunidade, temos grande devoção aos anjos, especialmente a São Miguel, ao qual atribuímos a assistência milagrosa durante a invasão francesa de 1648. Todos os templos, conventos e casas particulares da cidade foram saqueados e roubados, exceto nosso convento. Várias vezes tentaram invadi-lo; mas, quando tentavam, aparecia um homem de aspecto belo, alto, que, com uma espada na mão, defendia a porta de entrada.
“As religiosas pensaram que se tratava de algum oficial francês, mas, quando quiseram procurá-lo para agradecê-lo, não encontraram ninguém que soubesse de tal capitão ou de um homem com aquelas características. Por isso, acreditou-se que era o arcanjo São Miguel, patrono da comunidade, de quem recebemos muitos benefícios notáveis. Hoje, temos sua imagem em lugares de destaque na casa. Também temos devoção aos nossos anjos da guarda e ao santo anjo da cidade.”
Durante a guerra da Coreia, aconteceu um fato extraordinário. Um soldado americano, chamado Miguel, experimentou de forma palpável a ajuda de seu patrono, a quem tinha muita devoção. Um dia de inverno, ele estava em patrulha. Em certo momento, afastou-se de seus companheiros e viu um soldado novo, a quem disse:
— Não te conheço, pensei que conhecia todos da minha companhia.
— Sou novo, acabei de chegar, meu nome é Miguel.
— Eu também me chamo Miguel.
Estava nevando, e eles subiram uma colina. De repente, apareceram sete soldados comunistas. Eles estavam a cerca de 40 metros de distância.
— Deite-se! — gritou o novo Miguel.
Mas o soldado Miguel foi atingido no peito. Depois disso, a única coisa de que se lembrava era de ser carregado por braços fortes. Quando estava seguro, viu o novo Miguel radiante de glória, com o rosto luminoso como o sol, segurando uma espada que brilhava com milhares de luzes. Em seguida, ele desapareceu. Os outros companheiros chegaram, ajudaram-no e trataram sua ferida. E ele perguntou:
— Onde está o Miguel?
Mas não havia outro Miguel, e ninguém o tinha visto. No entanto, aqueles soldados comunistas foram encontrados mortos, sem que ele tivesse disparado um único tiro.
Aparições do Santuário do Monte Gargano
Em meados do século VIII, vivia na cidade de Siponto (Itália) um homem rico chamado Gargano, proprietário de um grande rebanho de ovelhas e gado. Um dia, enquanto os animais pastavam nas encostas do monte, um touro se afastou da manada e não retornou à tarde com os demais. Gargano reuniu vários empregados e todos saíram à procura do touro.
Eles o encontraram no topo do monte, imóvel, em frente à entrada de uma gruta. Cheio de ira ao ver o touro que havia escapado, Gargano pegou um arco e atirou uma flecha envenenada. Porém, a flecha, invertendo sua direção como se fosse repelida pelo vento, voltou e se cravou no próprio pé de Gargano. Os habitantes da região ficaram perturbados por esse acontecimento tão insólito e foram até o bispo para buscar orientação.
O bispo ordenou três dias de jejum para pedir discernimento divino. Após os três dias, o arcanjo São Miguel apareceu ao bispo e disse: “Saibas que o fato de a flecha ter atingido aquele que a lançou foi realizado por minha vontade. Eu sou o arcanjo São Miguel, que estou sempre na presença do Senhor. E decidi proteger este lugar e seus habitantes, dos quais sou patrono e guardião.” A partir dessa visão, os habitantes começaram a subir ao monte para orar a Deus e ao santo arcanjo.
Uma segunda aparição ocorreu durante a guerra entre os napolitanos e os habitantes de Benevento e Siponto (onde está o Monte Gargano). Estes últimos pediram uma trégua de três dias para orar, jejuar e pedir a ajuda de São Miguel. Na noite anterior à batalha, São Miguel apareceu ao bispo e disse que as orações haviam sido ouvidas e que ele os ajudaria na luta.
E assim foi, eles venceram a batalha e, depois, foram à capela de São Miguel para agradecer. Lá, encontraram marcas de pés humanas gravadas na pedra ao lado de uma pequena porta, o que os fez compreender que São Miguel havia deixado um sinal de sua presença.
O terceiro episódio aconteceu quando os habitantes de Siponto quiseram consagrar a pequena igreja do Monte Gargano. Fizeram três dias de jejum e oração. Na última noite, São Miguel apareceu ao bispo de Siponto e disse: “Não cabe a vós consagrar esta igreja que eu edifiquei e consagrei. Vós deveis entrar e frequentar este lugar para orar. Amanhã, durante a celebração da missa, o povo comungará como de costume, e eu mesmo mostrarei como consagrei este lugar.”
No dia seguinte, viram que a igreja construída em uma gruta natural tinha uma grande abertura com uma longa galeria que levava até a porta setentrional, onde estavam as marcas humanas gravadas na pedra. E então, apareceu uma igreja maior.
Para entrar nela, era necessário subir alguns degraus, mas em seu interior cabiam cerca de 500 pessoas. Essa igreja era irregular, com paredes desiguais e altura variável. Havia um altar, e de uma rocha caía água, gota a gota, doce e cristalina, que atualmente é coletada em um copo de cristal e utilizada para curar doenças. Muitos enfermos foram curados com essa água milagrosa, especialmente no dia da festa de São Miguel, quando muitas pessoas das regiões vizinhas vêm em peregrinação.
A tradição coloca essas três aparições nos anos 490, 492 e 493. Alguns autores sugerem que elas ocorreram em momentos distintos no tempo. A primeira por volta de 490, a segunda por volta de 570 e a terceira, quando o santuário já era um centro de peregrinação reconhecido, vários anos depois.
Há uma quarta aparição no ano de 1656, quando a região estava sob domínio espanhol e enfrentava uma terrível epidemia de peste. O bispo de Manfredonia, a antiga Siponto, ordenou três dias de jejum e convidou todos a rezar a São Miguel. No dia 22 de setembro daquele ano, São Miguel apareceu ao bispo e disse que onde houvesse alguma pedra do santuário com uma cruz e o nome de São Miguel, as pessoas estariam livres da peste. O bispo começou a distribuir pedras abençoadas, e todos que as receberam ficaram livres do contágio. Atualmente, na praça da Città di Monte Sant’Angelo, há uma estátua com a inscrição em latim: “Ao príncipe dos anjos, vencedor da peste.”
Vale mencionar que, em 1022, o imperador alemão Henrique II, que foi proclamado santo após sua morte, passou toda uma noite na capela de São Miguel do Gargano em oração e teve uma visão de muitos anjos que acompanhavam São Miguel para celebrar o ofício divino. São Miguel deu a todos o livro do santo Evangelho para que o beijassem. Por isso, há uma tradição que diz que a capela de São Miguel é durante o dia para os homens e à noite para os anjos.
Este santuário do Gargano é o mais famoso de todos os dedicados a São Miguel.
Nos tempos das Cruzadas, antes de partir para a Terra Santa, muitos soldados e autoridades iam pedir a proteção de São Miguel. Muitos reis, papas e santos também visitaram esta basílica, chamada de “celeste” por ter sido consagrada pelo próprio São Miguel e porque, durante as noites, os anjos celebravam ali seu culto de adoração a Deus. Entre os reis que a visitaram estão Henrique II, Otão I e Otão II da Alemanha; Frederico da Suécia e Carlos d’Anjou; Afonso de Aragão e Fernando o Católico da Espanha; Segismundo da Polônia; Fernando I, Fernando II, Victor Manuel III, Humberto de Saboia e outros chefes de governo e ministros de Estado da Itália.
Entre os papas que visitaram o santuário estão Gelásio I, Leão IX, Urbano II, Celestino V, Alexandre III, Gregório X, João XXIII (quando era cardeal) e João Paulo II. Entre os santos, estão São Anselmo, São Bernardo de Claraval, Santa Matilde, Santa Brígida, São Francisco de Assis, Santo Afonso Maria de Ligório e o santo Padre Pio de Pietrelcina. E, claro, milhares e milhares de peregrinos que todos os anos visitam a basílica celeste. A atual basílica gótica começou a ser construída no ano de 1274.
Aparições no Santuário do Mont Saint Michel
O segundo santuário mais importante do mundo dedicado a São Miguel é o do Mont Saint Michel, localizado em uma ilha nas costas da Normandia (França). A tradição conta que, em 9 de outubro de 708, São Miguel apareceu a São Auberto, bispo de Avranches, na Normandia, pedindo-lhe que construísse um santuário em sua honra sobre uma ilha não muito distante da costa. O santuário foi inaugurado em 16 de outubro de 709. Pouco tempo depois, muitos enfermos foram curados, o que trouxe grande fama ao local. Durante a Idade Média, o Mont Saint Michel foi, juntamente com Santiago de Compostela e Roma, um dos lugares mais visitados do Ocidente.
A igreja original foi ampliada e engrandecida ao longo dos séculos. Os reis franceses, até Carlos Magno, dedicaram seus reinados a São Miguel. Durante a Revolução Francesa, o santuário foi convertido em uma prisão, mas atualmente é um centro de peregrinação. Cerca de três milhões de pessoas o visitam anualmente. Em 1912, os bispos franceses renovaram a consagração do país a São Miguel.
Aparição no Saint Michael’s Mount
Na Inglaterra, próximo às costas da Cornualha, também existe o famoso santuário Saint Michael’s Mount, que parece ter tido origem em uma aparição do arcanjo. Quando a maré sobe, ele fica como uma ilha, exatamente como o Mont Saint Michel, na Normandia. De acordo com a tradição, em 495, o arcanjo apareceu a alguns pescadores. Em 1135, uma comunidade religiosa dedicada ao culto do arcanjo foi estabelecida no local.
No final de 1424, por decreto do Parlamento inglês, este santuário deixou de depender do da Normandia, como havia sido por muitos anos. Em 1535, após Henrique VIII romper com a Igreja Católica, o Estado confiscou a abadia, que em 1659 foi adquirida pelo coronel John St. Aubyn e transformada em residência particular. Em 1954, a família Aubyn decidiu doar o edifício ao National Trust for Places of Historical or Natural Beauty, e a devoção a São Miguel foi retomada.
Aparição em San Michele della Chiusa
O santuário de San Michele della Chiusa, na Itália, está localizado exatamente no meio do caminho em linha reta entre o santuário do Monte Gargano e o Mont Saint Michel, na Normandia. Este santuário é mencionado em um documento do século IX intitulado Chronica monasterii sancti Michaelis Clusini. Aqui também o arcanjo São Miguel apareceu e pediu que lhe construíssem um templo.
Nos primeiros séculos, foi uma abadia beneditina muito conhecida, até 1622, quando quase foi abandonada. No entanto, em 1830, o rei Carlos Alberto se interessou pelo templo e estabeleceu ali a Comunidade dos Padres Rosminianos, que o cuidam até hoje.
Aparição do Santuário de Navalagamella
Em 1455, em Navalagamella (Madrid), o pastor Miguel Sánchez estava com seu rebanho de ovelhas quando São Miguel lhe apareceu e disse:
“Não temas, eu sou um dos sete espíritos que assistem na presença de Deus, de quem sou enviado para te dizer que é sua vontade que, neste lugar, se construa uma ermida em honra de São Miguel e seus anjos.”
O pastor pediu que a mensagem fosse confiada a outra pessoa, pois ele temia que não acreditassem nele, sendo uma pessoa tão humilde. Mas São Miguel lhe disse:
“Conta tudo ao teu amo, e eu farei com que acreditem em ti.”
No entanto, por medo, o pastor não falou, e um dia, ao acordar, descobriu que não podia caminhar. Então, compreendeu que devia falar e contou tudo ao seu amo, Don Pedro García de Ayuso. Este mandou celebrar uma missa em honra de São Miguel, e o pastor foi curado. Assim surgiu o templo São Miguel em Navalagamella.
Outras aparições de São Miguel Arcanjo
São Francisco de Paula tinha uma grande devoção a São Miguel, que se lhe apareceu em uma visão e inspirou o lema de sua Ordem dos Mínimos, que ele fundou.
Em 1733, quando São Gerardo Majella tinha 7 anos, um dia, enquanto assistia à missa, ele se aproximou do altar para receber a comunhão, mas o sacerdote a negou, pois Gerardo ainda era uma criança e, naquela época, só se comungava aos doze anos. O pequeno ficou triste. Naquela noite, o arcanjo São Miguel apareceu a ele e lhe deu a comunhão.
São Pio de Pietrelcina era muito devoto de São Miguel. Por isso, muitos autores acreditam que foi ele quem apareceu a São Pio no dia 5 de agosto de 1918. Ele disse: “Vi-me diante de um personagem misterioso com uma lança longuíssima e bem afiada, da qual parecia sair fogo da ponta.”
No terceiro segredo de Fátima, irmã Lúcia disse: “Vimos à esquerda de Nossa Senhora, um pouco mais alto, um anjo com uma espada de fogo na mão esquerda.” Muitos o identificam claramente como São Miguel.
Santa Faustina Kowalska escreveu em seu diário: “No dia de São Miguel, vi este grande guia ao meu lado, que me disse estas palavras: ‘O Senhor me recomendou ter um cuidado especial contigo. Saiba que você é odiada pelo mal, mas não temas. Quem como Deus!’. E desapareceu. No entanto, sinto sua presença e sua ajuda.”
São Miguel Arcanjo e os exorcismos
Vamos considerar um caso histórico que inspirou o filme “O Exorcista” e que ocorreu em Washington, no hospital de São Aleixo, em 1949, de acordo com as investigações realizadas pela rede de televisão norte-americana ABC.
O caso envolvia um menino (não uma menina) de cerca de dez anos, filho de uma família luterana, que recorreu à Igreja Católica em busca de ajuda. O padre jesuíta James Hughes, juntamente com outro sacerdote que o auxiliava, realizou o exorcismo várias vezes até conseguir expulsar o diabo. O menino foi libertado e viveu muitos anos como uma pessoa normal; ele até se casou e formou uma família. Os sacerdotes exorcistas também viveram por muitos anos, e o diabo não se vingou deles, porque Deus não permitiu.
Na realidade, não houve tantos fenômenos espetaculares juntos como os que aparecem no filme. Poucos sabem como realmente aconteceu. O demônio, através da voz do menino, disse: “Não irei embora até que uma certa palavra seja pronunciada, mas o menino jamais a dirá.”
O exorcismo continuou, e de repente, o menino falou com uma voz claramente autoritária e digna: “Eu sou São Miguel e te ordeno, Satanás, que abandones este corpo em nome de Dominus (Senhor, em latim), agora mesmo.” Então, ouviu-se um som semelhante a uma grande explosão, que foi escutado por muitas pessoas no hospital de São Aleixo, onde os exorcismos estavam sendo realizados. O menino possesso foi libertado para sempre. O menino não se lembrava de nada, exceto de uma visão de São Miguel lutando contra Satanás.
Curiosamente, naquele mesmo dia e hora em que o demônio saiu, essa mesma visão foi vista na igreja de São Francisco Xavier por vários sacerdotes jesuítas, que afirmaram ter visto de repente uma intensa luz que iluminou o altar principal e a cúpula do altar, na qual se via São Miguel lutando contra Satanás. Assim terminou felizmente aquela batalha no corpo do possesso: com a vitória de Deus por meio de São Miguel.
Em casos de possessão diabólica, é necessário recorrer à Maria, rezando o rosário, usando água benta, o crucifixo e outros objetos abençoados, mas também invocando São Miguel.
No Ritual de Exorcismos, lê-se: “Arcanjo São Miguel, príncipe do exército celestial, defende-nos na luta contra os espíritos do mal nos céus. Vem em auxílio dos homens, a quem Deus criou à sua imagem e semelhança e resgatou a grande preço da tirania do diabo. A ti, a Igreja venera como seu guardião e patrono; a ti, o Senhor confiou as almas dos redimidos para colocá-las na felicidade eterna. Suplica ao Deus da paz que esmague Satanás sob nossos pés, para que ele nunca mais possa manter os homens cativos e prejudicar a Igreja. Apresenta nossas súplicas ao Altíssimo, para que a misericórdia do Senhor venha rapidamente ao nosso encontro e reduza as dificuldades da vida.”
A oração diz assim: “São Miguel Arcanjo, defende-nos do inimigo e protege-nos de todas as armadilhas do maligno. Que Deus te repreenda, espírito maligno, e tu, príncipe da milícia celestial, lança com o poder divino Satanás no mais profundo do inferno, juntamente com os outros espíritos imundos que vagam pelo mundo, buscando a perdição das almas.”
“Conheço uma psicóloga que trabalha no apostolado com dependentes químicos e prostitutas nas ruas de Vancouver, Columbia Britânica, Canadá. Entre esses jovens, o satanismo está difundido, pois muitos carregam o nome ou a imagem do diabo em suas camisetas. Em geral, eles o fazem porque acreditam que o diabo é um ser poderoso. Ela lhes diz que São Miguel é muito mais poderoso, pois foi ele quem expulsou Satanás do céu. E então, oferece-lhes uma medalha de São Miguel. Eles a recebem com gratidão e começam a invocá-lo e a receber sua proteção.”
O que é a Quaresma de São Miguel?
A Quaresma de São Miguel Arcanjo é uma prática devocional que começa no dia 15 de agosto e vai até 29 de setembro, dia da festa de São Miguel. Durante esses 40 dias, os fiéis são convidados a intensificar suas orações, fazer penitências e buscar uma maior proximidade com Deus, sob a proteção de São Miguel. A devoção inclui a recitação diária da Ladainha de São Miguel, a oração de São Miguel Arcanjo e outras práticas, como o jejum e a confissão, com o objetivo de alcançar graças especiais e fortalecer a fé.
Oração a São Miguel Arcanjo
Sancte Michael Archangele, defende nos in proelio, contra nequitiam et insidias diaboli esto praesidium. Imperet illi Deus, supplices deprecamur: tuque, Princeps militiae caelestis, Satanam aliosque spiritus malignos, qui ad perditionem animarum pervagantur in mundo, divina virtute, in infernum detrude. Amen.
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós príncipe da milícia celeste, pelo Divino Poder, precipitai no inferno a Satanás e a todos os espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.
Este é um guia completo sobre Santa Teresinha do Menino Jesus, conheça com detalhes a vivência da sua família e a sua espiritualidade.
A vida breve e discreta de uma freira no convento se tornou uma fonte de intercessão e inspiração para milhões de fiéis ao redor do mundo. Não foram grandes feitos ou experiências extraordinárias que a elevaram aos altares, mas a entrega de sua vida a Deus, manifestada em cada ato e sofrimento diário, vividos com amor, humildade e paciência. Essa foi a sua pequena via, tão conhecida, que pode ser seguida por todos nós.
Santa Teresinha nasceu e cresceu em uma família católica e desde a infância dedicou-se à oração e à meditação sobre as coisas do céu. Embora possa parecer um caminho inalcançável para quem não teve uma formação semelhante, a pequena via que ela nos apresenta tem o poder de transformar nossa vida, se realmente desejamos fazer tudo por amor a partir de agora.
Para te ajudar nessa busca pela santidade, convidamos você a conhecer a vida de Santa Teresinha, suas orações, poesias e devoções. O legado de uma santa que tornou-se Doutora da Igreja e Padroeira das Missões sem sair de dentro do Carmelo.
Resumo da vida de Santa Teresinha
Santa Teresinha do Menino Jesus, também conhecida como Santa Teresa de Lisieux, nasceu em 2 de janeiro de 1873, na França, em uma família profundamente católica. Seus pais, Luís Martin e Zélia também se tornaram santos e deram a ela um grande exemplo de santidade. Ela era a caçula e, desde pequena, demonstrava grande amor por Deus, desejando seguir a vida religiosa. Aos 15 anos, após uma intensa luta interior e com uma permissão especial do Papa, ela entrou no Carmelo de Lisieux, onde viveu em profunda intimidade com Deus até sua morte precoce, aos 24 anos.
Desde criança era a alegria da família, porém uma tristeza dominou seu coração com a perda da mãe aos 4 anos de vida. Além disso, frequentemente encontrava-se doente; quando tinha 10 anos uma doença estranha a acometeu, contudo Nossa Senhora milagrosamente a curou com um sorriso. Embora não tenha vivido experiências místicas, sempre recebeu de Deus a cura e a força que necessitava
O que torna Teresinha tão especial não são grandes feitos externos, mas sua confiança total em Deus e seu caminho de santidade simples: a “Pequena Via”. Sua vida foi marcada pela humildade, pela simplicidade e uma entrega total à misericórdia divina.
Apesar de viver em um mosteiro, sua influência alcançou o mundo. Através de seus escritos, especialmente do tão famoso “História de uma Alma”, Teresinha deixou um legado espiritual profundo. Seu amor por Jesus se manifestava em cada palavra e gesto. Mesmo em seus últimos dias, quando enfrentou grande sofrimento físico e espiritual, ela manteve sua confiança em Deus. Foi canonizada em 1925, e em 1997, São João Paulo II a proclamou Doutora da Igreja, em reconhecimento à sua profunda espiritualidade. Santa Teresinha é hoje uma das santas mais amadas e invocadas pelos fiéis.
Cronologia da vida de Santa Teresinha do Menino Jesus
1823 – Nascimento de Luís Martin.
1831 – Nascimento de Zélia Guérin.
13/07/1858 – Matrimônio de Luís Martin e Zélia Guérin.
02/01/1873 – Nascimento de Santa Teresinha do Menino Jesus.
04/01/1873 – Batismo de Santa Teresinha do Menino Jesus.
28/12/1875 – Com apenas dois anos, Santa Teresinha afirma pela primeira vez que será religiosa.
03/04/1877 – Com 4 anos, Santa Teresinha afirma que será religiosa em um claustro.
28/08/1877 – Morre Zélia Martin, sua mãe.
09/09/1877 – O pai de Santa Teresinha encontra uma casa para a família em Lisieux, os Buissonnets.
15/11/1877 – Mudança para Lisieux.
1879 – Primeira visita à capela do Carmelo de Lisieux.
1880 – Primeira confissão de Santa Teresinha.
02/10/1882 – Entrada de Paulina no Carmelo de Lisieux
25/03/1883 – Teresa fica doente.
13/05/1883 – Teresa recebe milagrosamente a cura pela Virgem do Sorriso.
04 a 07/05/1884 – Retiro preparatório para a comunhão.
07/05/1884 – Confissão geral
08/05/1884 – Primeira comunhão na Abadia das Beneditinas
14/06/1884 – Crisma, celebrada por Dom Hugonin, bispo de Bayeux, tendo Leônia como madrinha.
25/12/1886 – Graça da Conversão, após a Missa da meia-noite (o momento em que ela deixa a infância para crescer no amor de Cristo por meio de atos de amor e sacrifícios)
29/05/1887 – Na solenidade de Pentecostes, consegue a liberação do pai para entrar no Carmelo de Lisieux.
24/10/1887 – Superior do Carmelo opõe-se à entrada de Teresa.
20/11/1887 – Audiência com o Papa para pedir permissão para entrar no Carmelo.
01/01/1888 – Resposta positiva do bispo para entrar no Carmelo.
09/04/1888 – Santa Teresinha entra no Carmelo de Lisieux, na Festa da Visitação.
Outubro/1888 – Admitida à tomada de hábito.
10/01/1889 – Tomada de hábito.
08/09/1890 – Profissão de votos de Teresa.
12/05/1892 – Última visita de Luís Martin ao locutório o Carmelo.
29/07/1894 – Morte de Luís Martin, seu pai.
12/1894 – Teresa recebe a ordem de escrever suas lembranças de infância.
20/01/1895 – Entrega do Manuscrito A.
03/04/1896 – Primeiros sintomas de tuberculose.
08/09/1896 – Redação do Manuscrito B.
0306/1897 – Redação do Manuscrito C.
08/07/1897 – Teresa é levada para a enfermaria do mosteiro.
28/07/1897 – Os sofrimentos de Santa Teresinha intensificam-se.
30/09/1897 – Santa Teresinha morre após dias de agonia.
04/10/1897 – Ela é sepultada no Carmelo de Lisieux.
29/04/1923 – Santa Teresinha é beatificada pelo Papa Pio XI.
17/05/1925 – Teresinha é canonizada pelo Papa Pio XI.
19/10/1997 – Santa Teresa de Lisieux é declarada Doutora da Igreja pelo Papa São João Paulo II.
Contexto histórico em que viveu Santa Teresinha do Menino Jesus
No contexto histórico em que Santa Teresinha do Menino Jesus viveu, a França do século XIX estava marcada por profundas transformações políticas, sociais e, consequentemente, religiosas. Esse período foi moldado por uma série de revoluções e mudanças ideológicas, começando com a Revolução Francesa, que promoveu o espírito anticlerical e o racionalismo, culminando em um cenário de crescente secularismo.
A sociedade francesa passava por uma descristianização gradual e, assim, doutrinas como o positivismo, materialismo e ateísmo ganhavam força.
-Um período de avanço da irreligião em camadas cada vez mais vastas da sociedade, haja vista que inúmeras inteligências foram conquistadas pelo ateísmo. O tempo que desencadeou o anticlericalismo e as doutrinas positivistas e materialistas encontram adeptos, e em muitos países o legislador e o educador preparam a descristianização. (Daniel Rops, historiador)
Os católicos, em particular, enfrentavam desafios significativos. O anticlericalismo era notório, com a Igreja sendo muitas vezes vista como um obstáculo ao progresso. A Comuna de Paris, em 1871, foi um exemplo dramático desse sentimento: católicos eram perseguidos, igrejas eram atacadas e a fé se tornava motivo de ridicularização. O clima de hostilidade religiosa se manifestava não só nas ruas, mas também nas escolas e instituições públicas, onde o ensino religioso era progressivamente substituído por ideologias laicas.
Em meio a um ambiente de crescente oposição à fé, nasceu Santa Teresinha. A família Martin, profundamente católica, enfrentava o desafio de preservar sua devoção em uma sociedade cada vez mais marcada pela descristianização. E, assim, mesmo com esse avanço, a espiritualidade vivida por Teresinha e sua família se destacava como um poderoso testemunho de amor a Deus.
O século XIX foi também um período de grandes mudanças industriais e urbanas, o que gerava descontentamento e novas formas de pobreza, tanto material quanto espiritual. -A Senhora Martin escreveu em 5 de setembro de 1871: “(…) Observava, em Alençon, os sintomas de anticlericalismo. Por ocasião da festa do dia 15 de agosto de 1873, grupos de energúmenos proferindo ameaças empurravam os que desfilavam a rezar pelas ruas”
A família de Santa Teresinha do Menino Jesus
São Luís Martin
Luís Martin, pai de Santa Teresinha, foi um exemplo de dedicação à fé e à família. Desde jovem, ele desejava ser monge, no entanto, enfrentou um obstáculo inesperado: não sabia latim, um pré-requisito essencial para a vida religiosa na época. Reconhecendo que, devido à sua idade, não conseguiria aprender a língua, ele aceitou essa limitação como a vontade de Deus e escolheu dedicar-se à vida secular, mantendo sua profunda espiritualidade.
Luís tornou-se relojoeiro e, alguns anos depois, conheceu Zélia, com quem formou uma família santa. Compartilhando o desejo de uma vida dedicada a Deus, o casal inicialmente decidiu viver um casamento josefino, ou seja, em castidade, como Maria e José. No entanto, aconselhados por um confessor, entenderam que ter filhos e educá-los na fé fazia parte do plano divino para suas vidas. Assim, tiveram nove filhos — dos quais quatro morreram crianças — transmitindo-lhes valores cristãos profundos.
Após a morte de sua esposa, Luís Martin assumiu o desafio de criar suas filhas, sempre incentivando-as a seguir o caminho de Deus. Sua humildade e espírito de sacrifício marcaram profundamente a vida de Teresinha, que encontrou nele um exemplo de santidade e abandono à vontade divina.
Santa Zélia Martin
Zélia Martin, desde muito jovem, aspirava seguir a vida religiosa, mas Deus tinha outro caminho reservado para ela. Quando tentou ingressar na Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, seu pedido foi negado, e Zélia, em vez de se desanimar, aceitou com humildade essa direção divina, buscando servir a Deus de outra maneira.
Com habilidade e talento excepcionais, ela se dedicou à fabricação das rendas de Alençon, um trabalho minucioso e artístico que exigia grande dedicação. Essas rendas eram conhecidas por sua beleza e delicadeza, sendo usadas em vestidos de noiva e até por rainhas. Sua fábrica prosperou e, com o tempo, tornou-se o sustento da família. Luís Martin, seu esposo, decidiu então abandonar sua profissão de relojoeiro para ajudar Zélia, cuidando das finanças, das vendas e das entregas, enquanto ela se concentrava na produção das rendas.
Zélia enfrentou grandes desafios, incluindo a dor de perder quatro de seus nove filhos ainda pequenos. No entanto, mesmo diante dessas perdas, sua fé permaneceu inabalável. Ela ensinou às filhas o valor da confiança em Deus, da oração e da dedicação à família.
Aos 45 anos, foi diagnosticada com câncer de mama, uma doença que debilitou seu corpo, mas jamais abalou sua fé. E em meio às dores, ela continuava confiando em Deus e oferecendo seu sofrimento como uma forma de união com Cristo. Zélia faleceu no dia 28 de agosto de 1877, aos 46 anos, deixando um legado de santidade e devoção que inspiraria não apenas suas filhas, mas todo o mundo cristão.
Maria Martin
Maria, a irmã mais velha de Teresinha, foi uma figura maternal após a morte de Santa Zélia. Ela se tornou uma carmelita no convento de Lisieux e foi um grande exemplo para Santa Teresinha. Como madrinha, Maria teve um papel importante na formação espiritual da irmã caçula, sendo a primeira a entrar no Carmelo, o que influenciou profundamente a decisão de Teresinha de também seguir a vida religiosa.
Paulina Martin
Paulina foi uma espécie de segunda mãe para Teresinha após a morte de Santa Zélia. Ela teve um impacto profundo na vida emocional e espiritual de Santa Teresinha, que via nela um modelo de fé e caridade. Quando Paulina entrou no Carmelo, Teresinha sofreu muito, mas isso fortaleceu ainda mais seu desejo de seguir o mesmo caminho. Paulina também foi quem pediu a Teresinha para escrever o que mais tarde se tornaria a famosa “História de uma Alma”.
Leônia Martin
Leônia foi a filha mais desafiadora para Zélia, devido ao seu temperamento difícil. No entanto, com o tempo, ela encontrou seu lugar na vida religiosa, ingressando na Ordem da Visitação. Embora tenha enfrentado muitas dificuldades, Leônia perseverou e seu processo de beatificação está em andamento, mostrando que, assim como Teresinha, ela também trilhou um caminho de santidade.
Celina Martin
Celina foi a irmã mais próxima de Teresinha em idade e também emocionalmente. Elas compartilhavam muitos momentos juntas, especialmente após a morte da mãe. Quando Teresinha entrou no Carmelo, Celina ficou em casa para cuidar do pai, São Luís. Mais tarde, após sua morte, Celina também ingressou no Carmelo, onde viveu até o fim de sua vida. As duas mantinham uma relação próxima e de grande afeto, fortalecendo-se mutuamente na fé.
A espiritualidade Santa Teresinha do Menino Jesus
Nas palavras de Papa Bento XVI -A «pequena Teresa» nunca deixou de ajudar as almas mais simples, os pequeninos, os pobres e os sofredores que lhe rezam, mas iluminou também toda a Igreja com a sua profunda doutrina espiritual, a ponto que o Venerável Papa João Paulo II, em 1997, quis atribuir-lhe o título de Doutora da Igreja, além do de Padroeira das Missões, que já lhe tinha sido atribuído por Pio XI em 1927. O meu amado Predecessor definiu-a «perita da scientia amoris» .
Pequena Via
A Pequena Via de Santa Teresinha do Menino Jesus é uma doutrina espiritual que reflete sua profunda confiança em Deus e seu desejo de alcançar a santidade através de pequenos atos de amor e sacrifício. Teresinha compreendeu que, embora não pudesse realizar grandes feitos como os santos que admirava, poderia oferecer a Deus suas pequenas ações cotidianas com grande amor. Ela acreditava que, ao fazer isso, estaria vivendo conforme a vontade divina.
A essência da Pequena Via está em transformar as pequenas dificuldades do dia a dia em oportunidades de amor. Desde suportar o incômodo de um barulho irritante até ajudar alguém sem buscar reconhecimento, tudo era visto por Teresinha como uma chance de oferecer um gesto de amor a Deus. Ela ensinava que, em vez de reclamar dos desconfortos ou fugir das situações difíceis, deveríamos encará-los com paciência e entrega.
Essa espiritualidade, ao mesmo tempo simples e profunda, é um convite a viver com humildade e alegria, sabendo que cada pequeno gesto, feito com amor, pode nos levar à santidade.
Sagrada Face
Outro aspecto fundamental da espiritualidade de Santa Teresinha era sua profunda devoção à Sagrada Face de Jesus. Essa devoção nasceu de sua contemplação do sofrimento de Cristo durante a Paixão. Teresinha via na face desfigurada de Jesus o reflexo de seu amor imenso e silencioso pela humanidade. Esse amor escondido, sacrificado, sem exigência de reconhecimento, ecoava em seu próprio desejo de viver para Deus em total humildade e sem busca de glórias mundanas.
Ela chegou a adotar o nome “Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face” ao entrar no Carmelo, mostrando a profundidade dessa devoção em sua vida. Para ela, a Sagrada Face de Cristo era um convite para unir-se ao sofrimento de Jesus em silêncio e amor, oferecendo sua própria vida como uma “flor” que se desfolhava aos pés de Deus, sem esperar reconhecimento.
Poesia de Santa Teresinha do Menino Jesus
Santa Teresinha do Menino Jesus foi uma alma profundamente poética, e suas composições literárias refletem sua espiritualidade, marcada pela confiança em Deus e pelo amor simples e total. Em suas poesias, ela expressava seu desejo de união com Jesus, sua devoção à Virgem Maria e sua “pequena via”, que consistia em amar intensamente nas pequenas coisas do cotidiano.
A poesia de Santa Teresinha do Menino Jesus reflete seu profundo amor por Deus e sua busca pela eternidade. Ela aborda temas como o sofrimento, o exílio que é viver na terra, os mistérios de Jesus, a vida de Maria e as virtudes dos santos. Suas obras são um canto que se transforma em oração amorosa, revelando uma Teresinha apaixonada. Embora escritas, muitas vezes, em momentos de dor, as poesias expressam não apenas seus sentimentos, mas também o que ela desejava sentir, tornando-se um testemunho de esperança e amor na sua “pequena via” de santidade.
Um dos seus poemas mais conhecidos é “Viver de Amor”. Neste poema, Teresinha descreve seu desejo ardente de viver unicamente do amor a Deus, sem buscar glórias ou recompensas terrenas. Ela vê o amor como o caminho mais seguro para se chegar a Deus, um amor que se revela na entrega total, sem reservas. No poema, está presente o espírito de abandono e confiança que marcou toda a sua vida.
[…]
Viver de amor é dar-se sem medidas,
Sem reclamar salário sobre esta terra.
Ah! Sem contar, eu dou bem convencida
Que quando se ama, não se calcula.
Ao Coração divino, transbordante de ternura
Eu tudo dei… Corro ligeira,
Nada mais tenho que essa única riqueza:
Viver de amor. […]
Em outro poema, “Meu Céu na terra”, ela expressa o seu desejo de se assemelhar a Jesus, ser santa, e para Ele atrair muitas almas
Tua face é minha única riqueza
E não peço nada mais.
Nela, escondendo-me sem cessar,
A ti, Jesus, hei de me assemelhar. […]
E logo serei santa.
Para ti, atrairei os corações. […]
Em “Por que te amo, ó Maria?”, Teresinha faz uma verdadeira homenagem à Virgem Maria. Nele, Santa Teresinha expressa sua profunda devoção à Mãe de Jesus, exaltando sua humildade, obediência e confiança nos desígnios de Deus. A espiritualidade de Teresinha brilha nessas linhas, onde ela mostra que amar Maria é seguir seu exemplo de simplicidade e fé inabalável.
Oh, Mãe amada! Apesar de minha pequenez,
Como tu, em mim possuo o Todo-poderoso.
Mas, não tremo ao ver minha fraqueza:
O tesouro da mãe pertence à filha;
E sou tua filha, oh, Mãe querida.
Tuas virtudes, teu amor, não são eles meus?
Então, quando em meu coração desce a branca Hóstia,
Jesus, teu manso Cordeiro, julga repousar em ti!…
Oferta ao amor misericordioso
Um dos marcos mais profundos na vida espiritual de Santa Teresinha foi sua Oferta ao Amor Misericordioso. Em 1895, ela escreveu essa oração, por meio da qual, como uma pequena vítima do Amor, ela se oferece inteiramente à misericórdia de Deus, sem reservas. Nessa oferta, Teresinha não busca o caminho do sofrimento pelo sofrimento, mas uma entrega total ao amor de Deus, na confiança de que Ele, em Sua misericórdia infinita, a conduziria sempre.
Ela escreve:
“Ó meu Deus! Bem-aventurada Trindade, desejo amar-vos e fazer que vos amem, trabalhar pela glorificação da Santa Igreja, salvando as almas que estão na terra, e libertando as que sofrem no Purgatório.”
Essa oração representa o coração da espiritualidade de Teresinha: um amor incondicional, uma entrega total à vontade de Deus, um abandono perfeito nas mãos d’Aquele que ela sabia que era infinitamente misericordioso.
A Oferta ao Amor Misericordioso é um convite a todos os fiéis a viverem com esse mesmo espírito de abandono e confiança no amor de Deus, sabendo que cada pequena ação, quando oferecida com amor, tem um valor imenso diante do Senhor.
O legado de Santa Teresinha do Menino Jesus
A Igreja e os papas sobre Santa Teresinha do Menino Jesus
O reconhecimento de Santa Teresinha do Menino Jesus pelos Papas e pela Igreja reflete a grandeza de sua influência espiritual. Sua canonização ocorreu em 17 de maio de 1925, durante o papado de Pio XI. Este evento não apenas consolidou a sua santidade de maneira formal, mas também destacou a profundidade de sua espiritualidade e o impacto de sua “Pequena Via” na vida de muitos fiéis.
Em 19 de outubro de 1997, cem anos após a morte da santa, o Papa João Paulo II fez uma declaração histórica ao proclamá-la Doutora da Igreja. Este título, concedido a poucos santos, sublinha a importância de sua contribuição teológica e espiritual para a Igreja.
Santa Teresinha foi reconhecida como uma das quatro mulheres a receber tal título, revelando o impacto dos seus escritos e ensinamentos na teologia católica.
-Nos escritos de Teresa de Lisieux não encontramos talvez, como noutros Doutores, uma apresentação cientificamente elaborada das coisas de Deus, mas podemos vislumbrar um esclarecido testemunho da fé que, enquanto acolhe com amor confiante a condescendência misericordiosa de Deus e a salvação em Cristo, revela o mistério e a santidade da Igreja.
Além disso, em 2007, durante uma Audiência Geral, o Papa Bento XVI dedicou uma reflexão especial sobre Santa Teresinha do Menino Jesus. Nesta ocasião, o Papa também destacou a profundidade espiritual e a influência perene da Flor do Carmelo na vida da Igreja. Bento XVI ressaltou como Santa Teresinha é
-Uma guia para todos, sobretudo para aqueles que, no Povo de Deus, desempenham o ministério de teólogos. Com a humildade e a caridade, a fé e a esperança, Teresa entra continuamente no coração da Sagrada Escritura que encerra o Mistério de Cristo.
Mais recentemente, em 2023, o Papa Francisco também prestou homenagem a Santa Teresinha, no 150º aniversário de seu nascimento. Nesta ocasião, o Papa Francisco escreveu uma carta especial: a Exortação Apostólica C’est la Confiance, reforçando a importância de Santa Teresinha na vida da Igreja e o valor de sua espiritualidade em nossos tempos modernos. O Papa, assim como os anteriores, enfatizou a relevância de sua “Pequena Via” e como ela continua a inspirar os cristãos a viverem com simplicidade e confiança em Deus.
O que dizem os santos sobre Santa Teresinha do Menino Jesus
Jesus, o Verbo Divino, é o santo dos santos, o modelo daquele que se sacrifica por amor, servindo como verdadeiro exemplo para todos os santos e mártires. Contudo, ao longo da história da Igreja, muitos santos, seguindo o exemplo de Cristo, tornaram-se fontes de inspiração com seu estilo de vida e testemunho de amor a Deus e ao próximo.
Assim, diversos santos foram devotos de Santa Teresinha do Menino Jesus. São Pio de Pietrelcina a elogiou, afirmando: “Teresinha é a flor mais bela do Carmelo”, expressando admiração pela sua espiritualidade.
São João Paulo II a descreveu, em sua Carta Apostólica, como -“mestra da fé e da vida cristã. Através dos seus escritos, como através das afirmações dos Santos Padres, passa aquela linfa vivificante da tradição católica cujas riquezas, como afirma ainda o Vaticano II, «entram na prática e na vida da Igreja crente e orante»
São Maximiliano Kolbe afirmou que “a espiritualidade de Santa Teresinha é uma expressão pura do amor a Deus”, refletindo o impacto que sua vida teve na vida de muitas pessoas. Além disso, Santa Teresa de Calcutá — que é Agnes Gonxha Bojaxhiu de nascimento — escolheu o nome Madre Teresa em homenagem à Santa Teresa de Lisieux.
Essas vozes dos santos mostram como a vida de Santa Teresinha continua a ressoar no coração dos fiéis, inspirando-os a buscar a santidade em suas próprias vidas, por meio da simplicidade e do amor. Sem dúvida, muitos outros santos contaram com a sua intercessão, e ainda hoje a pedem aqueles que almejam chegar onde ela já se encontra: na pátria celeste.
A devoção à Santa Teresinha do Menino Jesus
A devoção a Santa Teresinha do Menino Jesus cresceu imensamente após sua morte, especialmente por causa dos numerosos relatos de milagres, curas, aparições e das muitas graças recebidas por sua intercessão. Teresinha prometeu: “Passarei o meu Céu fazendo o bem sobre a Terra”, e, fiel a essa promessa, muitos testemunhos ao redor do mundo relatam graças alcançadas por meio de sua intercessão, logo após seu falecimento, em 1897.
Um dos símbolos mais fortes dessa devoção é a Novena das Rosas . Durante esta novena, os fiéis pedem a intercessão de Santa Teresinha por uma graça específica, e muitas pessoas relatam ter recebido uma rosa, de forma inesperada, como sinal de que sua oração foi ouvida. A rosa se tornou um símbolo marcante de sua intercessão, remetendo à promessa de Teresinha de “fazer cair uma chuva de rosas” sobre aqueles que recorrem a ela.
Chegavam tantas cartas ao Carmelo que as irmãs já não tinham mais onde guardar tantos relatos de milagres realizados pela intercessão de Santa Teresinha. Ela é invocada como padroeira das missões, apesar de nunca ter deixado o Carmelo, e sua espiritualidade simples e confiante atrai pessoas de todas as idades e vocações. Seus ensinamentos sobre a “pequena via” de santidade, vivendo cada ato, por menor que seja, com amor, continuam a inspirar a vida e a espiritualidade de muitos fiéis.
Santa Teresinha é um exemplo vivo de como a simplicidade e o abandono completo em Deus podem transformar vidas e realizar grandes obras, mesmo no silêncio e no escondimento de um convento.
Livros de e sobre Santa Teresinha do Menino Jesus
A história de uma alma História de uma Alma é a autobiografia de Santa Teresinha do Menino Jesus, ela escreveu enquanto esteve no convento. Neste livro, Teresinha revela sua “pequena via”, um caminho espiritual marcado pela simplicidade, confiança e amor profundo a Deus. Ao longo das páginas, ela narra sua infância, os momentos de dor e alegria, suas lutas espirituais e, sobretudo, seu desejo de se entregar totalmente à vontade de Deus.
O leitor é convidado a conhecer a jornada interior de uma alma que, mesmo em meio a grandes sofrimentos, encontrou no amor o caminho para a santidade. Teresinha mostra que a santidade não está reservada a feitos extraordinários, mas pode ser alcançada por meio de pequenos atos feitos com muito amor. A obra é um testemunho vivo de fé e tem tocado corações em todo o mundo, inspirando uma vida de humildade e confiança no cuidado amoroso de Deus.
Cartas de Santa Teresinha do Menino Jesus As Cartas de Santa Teresinha são um tesouro de espiritualidade e simplicidade. Ao longo de sua vida, Teresinha manteve correspondência com várias pessoas, incluindo familiares, religiosas, missionários e padres. Nessas cartas, ela partilha suas experiências espirituais, seus conselhos de fé e suas lutas interiores. O que torna essas cartas tão especiais é o tom pessoal e íntimo que revela uma alma profundamente unida a Deus, mas também sensível aos sofrimentos e preocupações dos outros.
São 266 cartas que demonstram a ternura de Teresinha em suas relações e sua capacidade de consolar e animar aqueles que estavam em busca de respostas espirituais. Por meio de suas palavras, é possível perceber como ela viveu sua “pequena via” de confiança e abandono total a Deus. Cartas de Santa Teresinha é uma leitura indispensável para aqueles que desejam conhecer mais de perto o coração desta querida santa e seu exemplo de fé viva e amor incondicional a Deus.
História de uma família
História de uma Família conta a inspiradora trajetória dos pais de Santa Teresinha, Zélia e Luís Martin, ambos canonizados pela Igreja. O livro apresenta a vida familiar e os desafios enfrentados pelos Martin, desde a luta com enfermidades até a dor da perda de filhos pequenos. Apesar dessas dificuldades, Zélia e Luís mantiveram uma fé inabalável, vivendo com profunda confiança na providência divina. Eles educaram suas filhas no caminho da fé e do amor a Deus e seu testemunho familiar inspirou Santa Teresinha a desde cedo buscar o caminho da santidade.
A obra é uma rica fonte de exemplos de vida cristã no cotidiano, mostrando que a santidade pode ser vivida em família e que o amor de Deus pode sustentá-la em meio às maiores provações. História de uma Família é uma leitura que fortalece e encoraja aqueles que desejam viver a fé de forma concreta no lar.
Orações de Santa Teresinha do Menino Jesus
Ato de Oferecimento como Vítima de Holocausto ao Amor Misericordioso
Ó meu Deus! Bem-aventurada Trindade, desejo amar-vos e fazer que vos amem, trabalhar pela glorificação da Santa Igreja, salvando as almas que estão na terra, e libertando as que sofrem no Purgatório. Desejo cumprir, perfeitamente, vossa vontade e alcançar o grau de glória que me preparastes em vosso reino. Numa palavra, desejo ser Santa, mas sinto minha impotência, e peço-vos, ó meu Deus, sede vós mesmo a minha Santidade!
Já que me amastes a ponto de me dardes vosso Filho único para ser meu Salvador e meu Esposo, são meus os infinitos tesouros de seus méritos. Com prazer, eu vo-los ofereço, suplicando-vos não olheis para mim senão através da Face de Jesus e dentro de seu Coração abrasado de Amor.
Ofereço-vos também todos os merecimentos dos Santos (que estão no Céu e na terra), seus atos de amor e aqueles dos Santos Anjos. Ofereço-vos, enfim, ó Bem-aventurada Trindade, o amor e os méritos da Santíssima Virgem, minha querida Mãe. É a ela que entrego minha oferenda, pedindo-lhe que a apresente a vós. Seu divino Filho, meu Amado Esposo, nos disse nos dias de sua vida mortal: “Tudo quanto pedirdes ao meu Pai em meu nome, ele vo-lo dará!”. Tenho, pois, certeza de que atendereis meus desejos; eu sei, ó meu Deus: quanto mais quereis dar, tanto mais impelis a desejar. Sinto em meu coração desejos imensos, e é com confiança que vos peço que venhais tomar posse de minha alma. Ah! Não me é dado receber a santa Comunhão tantas vezes, quantas desejo. Mas, Senhor, não sois Todo-Poderoso?… Ficai em mim, como no Tabernáculo, não vos afasteis jamais de vossa pequenina hóstia…
Quisera consolar-vos da ingratidão dos perversos e vos suplico que me tireis a liberdade de vos ofender. Se alguma vez cair por fraqueza, vosso divino olhar purifique imediatamente minha alma, consumindo todas as minhas imperfeições, como o fogo transforma em si próprio todas as coisas…
Agradeço-vos, ó meu Deus, todas as graças que me concedestes, de modo particular a de me terdes feito passar pelo cadinho do sofrimento. É com alegria que vos contemplarei no último dia, a empunhar o cetro da Cruz; e, já que vos dignastes me dar como partilha esta Cruz tão preciosa, espero, no Céu, me assemelhar a vós e ver brilhar em meu corpo glorificado os sagrados estigmas de vossa Paixão…
Depois do exílio da terra, espero ir gozar de vós na Pátria. Mas, não quero ajuntar méritos para o Céu; quero trabalhar só por vosso Amor, com o único intuito de vos agradar, de consolar vosso Sagrado Coração, e de salvar almas que vos amem eternamente.
No entardecer desta vida, comparecerei diante de vós com mãos vazias, pois não vos peço, Senhor, que leveis em conta minhas obras. Todas as nossas justiças têm defeitos aos vossos olhos. Quero, pois, revestir-me de vossa própria Justiça, e receber de vosso Amor a eterna posse de vós mesmo. Não quero outro Trono nem outra Coroa senão vós mesmo, ó meu Amado!
Para vós, o tempo não é nada. Um único dia é como se fossem mil anos. Podeis, então, preparar-me num instante para comparecer diante de vós…
A fim de viver num ato de perfeito Amor, ofereço-me como vítima de holocausto ao vosso Amor Misericordioso, pedindo-vos que me consumais sem cessar, e façais irromper em minha alma as torrentes de infinita ternura em que vós se encerram, e assim me torne Mártir de vosso Amor, ó meu Deus!…
Que esse martírio, depois de me haver preparado para comparecer diante de vós, me faça enfim morrer, e minha alma se lance sem demora ao eterno abraço de vosso Misericordioso Amor…
Quero, Amado meu, a cada batida do coração, renovar-vos este oferecimento um sem-número de vezes, até que, desfeitas as sombras, possa afiançar-vos meu Amor num eternal Face a face!…
Maria Francisca Teresa do Menino Jesus e da Santa Face rel. carm. ind.
Oração de Santa Teresinha pelos sacerdotes
Ó Jesus, Sacerdote Eterno, guardai os Vossos sacerdotes no Vosso sagrado Coração, onde nada de mal lhes possa acontecer, conservai imaculadas as suas mãos ungidas, que tocam todos os dias o Vosso sagrado Corpo.
Conservai imaculado os seus lábios, diariamente, tingidos com o Vosso Preciosíssimo Sangue.
Conservai os seus corações, que selastes com o sublime Sacramento da Ordem, puros e livres de todo o terreno.
Que o Vosso amor os proteja e os preserve do contágio do mundo.
Abençoai os seus trabalhos apostólicos com abundantes frutos.
Fazei que as almas confiadas aos seus cuidados e direção sejam a sua alegria na Terra e formem no Céu a sua gloriosa e imperecível coroa. Amém.
Oferecimento do dia
Meu Deus, eu te ofereço todas as ações que realizarei hoje com as intenções e para a glória do Sagrado Coração de Jesus. Quero santificar as batidas do meu coração, os meus pensamentos e as minhas obras, inclusive as mais simples, unindo-as aos seus méritos infinitos, e reparar as minhas faltas lançando-as à fornalha do seu Amor misericordioso.
Ó meu Deus! Quero pedir-te, para mim e para os meus entes queridos, a graça de cumprir perfeitamente a tua santa vontade, de aceitar por teu amor as alegrias e tristezas desta vida passageira, para que estejamos um dia reunidos no céu para toda a eternidade. Assim seja.
Oração a Jesus no Tabernáculo
Oh, Deus escondido na prisão do Tabernáculo! Com alegria retorno para junto de vós todas as noites, a fim de agradecer as graças que me destes, e implorar o perdão para as faltas que cometi ao longo do dia que, como um sonho, já passou.
Oh, Jesus! Como ficaria feliz se tivesse sido bem fiel, mas..
Ai de mim!… Muitas vezes, à noite, sinto-me triste, pois percebo que poderia ter correspondido melhor às vossas graças…. Se estivesse mais unida a vós, se fosse mais caridosa com minhas Irmãs, mais humilde e mais mortificada, encontraria menos dificuldade para me entreter convosco na oração. No entanto, oh, meu Deus, bem longe de mim o desanimar à vista de minhas misérias! Venho a vós com confiança, lembrando-me de que “não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os enfermos”. Suplico-vos, então, que me cureis, que me perdoeis. E eu, Senhor, lembrarei que “a alma à qual mais perdoastes, deve também vos amar mais que as outras. Ofereço-vos todas as batidas do meu coração como outros tantos atos de amor e reparação, e os uno aos vossos méritos infinitos. Suplico-vos, oh, meu divino Esposo, que sejais vós mesmo o Reparador de minha alma, que exerçais vossa ação em mim sem considerar minhas resistências; enfim, já não quero ter outra vontade senão a vossa. E, amanhã, com o auxílio da vossa graça, recomeçarei uma nova vida em que cada instante será um ato de amor e de renúncia. Depois de vir, assim, todas as noites aos pés do vosso altar, chegarei, finalmente, à última noite de minha vida. Então, começará para mim o dia sem ocaso da eternidade em que, sobre o vosso divino Coração, descansarei das lutas do exílio!…. Assim seja.
À Santa Face
Oh, Face adorável de Jesus, única Beleza que arrebata meu coração! Digna-te imprimir em mim tua divina semelhança, a fim de que não possas olhar a alma de tua pequena esposa sem contemplar-te a ti mesmo.
Oh, meu Amado! Por amor de ti, aceito não ver, aqui nesta terra, a doçura do teu olhar, não sentir o inexprimível beijo de teus lábios, mas suplico que me abrases em teu Amor, para que ele me consuma rapidamente e me faça logo comparecer diante ti.
O Angelus de São José, tradicionalmente rezado em 19 de março, solenidade de São José, e em outras ocasiões, enfatiza o papel de José como pai adotivo de Jesus, seu protetor e esposo da Virgem Maria.
A oração destaca a importância da obediência de José à vontade de Deus, sua aceitação de Maria e a missão de dar o nome de Jesus ao menino.
O Angelus de São José é uma forma de reconhecer e honrar o papel vital de São José na história da salvação e de pedir sua intercessão em nossas vidas.
Já ouviu falar do Angelus de São José?
Reze conosco esta oração dedicada ao santo patriarca e que pode ser rezada todas as quarta-feiras.
℣. O anjo do Senhor apareceu em sonho a José. ℟. “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa.”
℣. “Pois o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo.” ℟. “Ela dará à luz um filho.”
℣. “E tu lhe porás o nome de Jesus.” ℟. “Porque Ele salvará o Seu povo de seus pecados.”
℣. Rogai por nós, ó castíssimo Pai de Jesus. ℟. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos: Infundi Senhor, em nossos corações, a Vossa graça para que, conhecendo pela anunciação do anjo a encarnação de Vosso Filho, cheguemos por Sua Paixão e Cruz à glória da ressurreição. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. Amém.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo; como era no princípio, agora e sempre. Amém.